quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Curso de idioma polaco na UFPR

UFPR - a primeira universidade fundada no Brasil

O projeto de extensão de língua e cultura da Polônia envolve cursos de língua polaca para a comunidade acadêmica da UFPR e também para a comunidade em geral, além de cursos de formação e atualização para professores do idioma polaco. Ainda são feitas pesquisas nas áreas de ensino da língua, cultura e literatura polaca, dialetologia (dialetos polono-brasileiros), idioma, cultura e identidade étnica. 
A proposta se justifica pela total ausência de cursos de língua e cultura polaca na área de Letras (ou afins) nas universidades brasileiras. O Celin -Centro de Línguas e Interculturalidade é um espaço que permite o desenvolvimento do ensino e da pesquisa da língua e cultura desse importante elemento que contribuiu para a formação da identidade do Estado do Paraná, a etnia polaca.
Os interessados (alunos da instituição ou não) em fazer o curso de idioma polaco na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba podem se inscrever no Celin, na rua Dr. Faivre, 405 , sala 400, 4º Andar, Edifício D. Pedro II, Telefone: (41) 3360-5101
CEP: 80060-140. Horário de atendimento ao público: segunda à quinta-feira: 14h00 às 21h45. sextas: 14h00 às 20h45. sábados: 08h00 às 11h45 - no período de aulas. O curso tem duração de 60h/aula e é coordenado pelo professor Eduardo Nadalin.
A taxa de inscrição é de 5o reais e mais 330 reais que podem ser pagos em uma, duas ou 3 prestações.

Beatificação pode ser ainda em 2009

Em 18 agosto de 2002, na catedral de Wawel,  João Paulo II beijou um relicário do século XV conhecido como "Casa de Ouro Polaca", no qual está a cabeça de Santo Estanislau. 
Foto: AP

O papa João Paulo II pode ser elevado ao altar dos santos no mais tardar em 2010. A beatificação pode acontecer nas comemorações dos cinco anos de morte do papa polaco. Pelo menos estas são as especulações dos vaticanistas. O processo de beatificação tem tido um desenvolvimento muito mais rápido do que qualquer outro anterior. Ainda existem alguns documentos a serem confirmados pela Congregação dos Assuntos de Beatificação. Mas esta confirmação não deverá levar mais do que 12 meses. Afirmou nesta segunda-feira o relator do processo, o dominicano Daniel Ols em entrevistas a agência KAI. Há uma chance bastante grande de que a beatificação ocorra ainda em 2009, adiantou o religioso.
Como se lembra, o então cardeal Joseph Ratzinger ao ver as faixas de "Santo Súbito" durante o enterro do Papa João Paulo II, exclamou: "Nosso querido papa está na janela da casa de Deus".
O postulador do processo padre Sławomir Oder na primavera de 2008 anunciou que as 2.500 páginas da biografia do Papa havia sido analizada e o relator Daniel Ols sinalizou que havia aceito, o que formalmente significava que aquela etapa do processo esta encerrada e a decisão era positiva. Cardeais que colaboram com teólogos e historiadores podem dar um veredito rapidamente, ou levar dois meses para uma decisão. Falta ainda a congressão analizar milagre ocorrido com a saúde de uma freira francesa, que sarou depois de orar bastante para João Paulo II interviesse em sua melhora. Fontes do Vaticano dizem que o Papa Bento XVI que fazer a beatificação de seu antecessor no dia 2 de abril de 2010, ou seja, cinco anos após a morte do polaco Wojtyła e para ser preciso justamente às 21:37 horas.

70% dos polacos querem referendo Euro



O número de polacos que desejam a introdução da moeda Euro no país tem crescido consideravelmente segundo a última pesquisa de opinião pública.
De acordo com a agência GfK Polonia, 65% dos polacos atualmente são favoráveis a adoção da moeda única, 11% a mais do que seis meses atrás. Na mesma pesquisa, 70% das pessoas entrevistas acreditam que um referendo nacional deve decidir a questão. Para 59% deles, o Euro trará efeitos positivos para a Polônia.
Em junho de 2008, está opinião era de apenas 36% dos entrevistados. Analistas econômicos acreditam que esta evolução no pensamento da população se deve a um ponto de vista de que a Polônia poderia evitar a crise financeira estando na zona Euro.

Presidentes se encontram na Polônia

Castelo presidencial da Polônia em Wisła

O presidente Lech Kaczyński se encontra, nesta quarta-feira, com o presidente da Ucrânia Viktor Yuschenko, na pequena cidade de Wisła (pronuncia-se vissua, em português vístula), no sul da Polônia, para discutir a dusputa do gás entre Kiev e Moscou, interrompeu o suprimento de gás para a Europa.
Os presidentes terão conversa em privado, enquanto as delegações dos dois países discutem a situação em plenário. Yuschenko deverá falar sobre o que está em jogo nesta disputa de preços e uso do território de seu país para os gasodutos que exportam gás da Rússia para a Europa.
Segundo um dos conselheiros do presidente da Polônia, ministro de gabinete Mariusz Handzlik, o presidente polaco desde o início da crise tem demonstrado ao presidente do país vizinho seu apoio. Handzlik disse que Lech Kaczyński entende o problema das negociações com a Russia e que deseja que a solução saia o mias breve possível e que se coloca a disposição para dar um encaminhamento satisfatório para todas as partes.
Wisła de 11 mil habitantes está localizada nas montanhas Beskidy da Silésia a poucos quilômetros com a fronteira da República Tcheca, cujo presidente é atualmente o presidente de turno da União Europeia. As nascentes do maior rio da Polônia, o Wisła (Vístula) está localizado na montanha que circunda a cidade.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Silésia é a melhor região polaca

A principal machete do jornal Rzeczpospolita, desta terça-feira, 13 de janeiro de 2009 é: "Silésia lidera melhores condições de vida".
A reportagem extensa da capa e página interna baseia-se em pesquisa ecomendada pelo jornal e revela que a Silésia, dentro dos índices estudos, é a melhor região da Polônia para se viver. As condições de trabalho, moradia, investimentos e oportunidades de Katowice - maior área metropolitana da Polônia - com mais de 3,5 milhões de habitantes supera a capital a Mazóvia da capital Varsóvia e a GrandePolônia de Poznaż.
No final de novembro do ano que passou, o salário médio na Silésia foi de 3.911 złotych, ou 76 złotych menos do que na Mazóvia. Mas por sua vez tem o segundo menor índice de desemprego do país com 6,7 e o que mais rapidamente caiu.
Mas se os índices estão assim tão próximos da Mazóvia, o que torna a Silésia melhor do que a outra? Simplesmente os preços das coisas e volumes de investimento. Com salário quase igual a Varsóvia, o morador de Katowice paga muito menos para comer, viver e se divertir. 
Estatísticamente se Silésia, Mazóvia e WielkoPoslka (Grande Polônia) são as melhores regiões do país, as voivodias de Warmińsko-mazurski, Zachodny-pomorski, Podkarpacki e Kujawsko-pomorskim são as piores. Nestas regiões é bastante difícil se encontrar trabalho. A voivodia de Zachodny-pomorski e sua capital Szczeciń, em que pese estarem próximas a região de Berlim na Alemanha, tem 12,7% de desemprego e um salário médio de 2.857 złotych,
A MałoPolska (PequenaPolônia) e sua capital Cracóvia, está na segunda posição, pois o índice de desemprego é de 7,2% e a média salarial é de 2.983 złotych.

Malbork: descoberta vala com 1800 corpos

Foto: Adam Bielan
Uma vala comum com cerca de 1.800 corpos foi encontrada por operários da construção de um hotel de luxo em Malbork, cidade ao Norte da Polônia. Pelos exames iniciais acredita-se que sejam alemães que se recusaram a deixar a cidade quando do avanço do exército soviético em 1945. Até a guerra a cidade tinha sido ocupada durante 150 anos, inicialmente pelos prussos e depois pelos alemães e com polacos subjugados.
Os trabalhadores encontraram um pequeno grupo de corpos no final de outubro e suspenderam as escavações para permitir que investigações fossem feitas. Semanas mais tarde, foram encontrados centenas de corpos. 
Para Waldemar Zduniak, chefe da equipe da Promotoria Regional de Malbork, "provavelmente ainda vamos encontrar muitos mais corpos nesta cratera que se abriu no centro da cidade. A exumação em curso vai mostrar isso".
Bernard Jesionowski do Museu do Castelo de Malbork acredita que os corpos encontrados são de moradores civis da cidade, em sua maioria de cidadania alemã. Já para o funcionário da prefeitura, Piotr Szwedowski, "Não há dúvidas de que são eles os alemães desaparecidos de Malbork".  Mas só os exames dos peritos poderão determinar se realmente eram apenas alemães. No caos da guerra muitos polacos foram assassinados não só pelos nazistas mas também pelos soviéticos. "Penso, que se procurarmos debaixo da terra de toda cidade, encontrar-se-a muitos mais corpors". Disse o funcionário do Museu Bernard Jesionowski.
Aliás, os soviéticos bombardearam a cidade com artilharia pesada. Depois que o derrotado Exército alemão recuou, os civis remanescentes ficaram entregues ao Exército Vermelho. "Não há testemunhas sobreviventes do que aconteceu", disse Szwedowski. Os corpos foram enterrados nus, sem quaisquer pertences, disse ele. "Não encontramos restos de roupas, sapatos, cintos, óculos, nem mesmo dentaduras ou dentes postiços". Cerca de 100 crânios apresentam buracos, o que sugere que essas pessoas tenham sido executadas. Mais exames serão feitos antes que os restos mortais sejam depositados no cemitério de Malbork, ou então no cemitério militar alemão em Stary Czarnow, próximo a cidade de Szczecin, noroeste da Polônia. "Estas pessoas morreram de forma tão desumana, foram jogadas tão desumanamente, que precisamos enterrá-las com dignidade e respeito", disse Szwedowski.


Remodelação no centro da velha cidade

P.S. A notícia que ganhou os jornais do mundo todo no dia de ontem foi destaque nos jornais polacos na semana passada, dia 6 de janeiro. E só distribuída mundialmente pela agência de notícias norte-americana Associated Press no domingo e ontem foi estampada nos jornais de vários países. Além de notícia velha, percebe-se no texto reproduzido em inglês, alemão, espanhol e até mesmo português, uma subliminar noção de que aquela cidade pertenceu a Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial. Não foi o caso dos jornais polacos, pois aquelas terras nunca pertenceram à Alemanha. Não é porque prussos e depois alemães invadiram, trucidaram e ocuparam aquele lugar, que por encanto ele passou a ser alemão. Malbork é Polônia e sempre foi.

Católicos mais próximos dos judeus

Foto: Regierung Gonline/Kugler 

Um série de eventos está acontecendo esta semana para comemorarar o "Dia do Judaísmo" na Polônia. Conferências, encontros, exposições, exibições artísticas, cultos ecumênicos terão seu ápice com a missa no dia 17 janeiro, sábado próximo em Varsóvia, que será celebrada por todas as igrejas católicas da cidade próximo a Sinagoga Nozyk.
Esta é a décima-segunda vez que o "Dia do Judaísmo" é comemorado conjuntamente pela Igreja Católica Apostólica da Polônia e o rabinato polaco. O tema deste ano foi extraído do Livro do Gênesis onde está escrito: "Eu fixei meu arco nas nuvens e este deverá ser um sinal de pacto entre mim e a terra."
O "Dia do Judaísmo" foi estabelecido em 1997, na Conferência do Episcopado Polaco baseado na necessidade do diálogo Cristão-Judeu para se refletir sobre as faltas de cada um. Segundo Stanislaw Krajewski, um dos representantes da comunidade judaica nas questões Judaica-Cristã, sete mil igrejas católicas do país receberam material e instruções sobre como preparar este dia. Os padres receberam junto modelos de sermões que poderão ser dito nas missas. "Esta é mais uma oportunidade para se saber da nossa sensibilidade, para se saber mais sobre antissemitismo, especiamente na Polônia."

A Geórgia e o temor da Rússia

Nino Burjanadze, a mulher que pode ser a próxima presidente da Geórgia

A imprensa mundial, dependendo das pautas e direciionamento da informação das grandes agências noticiosas, como Reuters, AP, UPI, FrancePress e redes de TV como BBC e CNN, vivem do factual. Mas também é verdade que ninguém aguenta mais esta proteção e exposição diária, semanal, anual das coisas de Israel. Parece que o planeta está a pagar constantemente pelos horrores que os alemães cometeram contra o povo judeu de nacionalidades europeias na segunda guerra mundial. Enquanto isto países e questões tão ou mais importantes do que essa cobertura das atrocidades israelenses em Gaza contra inocentes palestinos deixam de ser noticiadas. Mas não é porque a Reuteus e a CNN não noticiam que as coisas não estejam acontecendo. A vida e as nações seguem seu destino apesar das vontades editoriais das agências de notícias.
Uma região que não recebe o mesmo tratamento notícioso está a passar por momentos delicados e recebe pouca atenção dos editores chefes da notícia internacional. Esta região é o cáucaso e as ações da Rússia.
Em novembro passado os russos invadiram a Geórgia, intimidaram presidentes de outros países que foram a Tbilissi manifestar apoio aos georgianos. Alguma coisa foi noticiada. No Brasil, por exemplo, os disparos contra o presidente polaco Lech Kaczyński passou em branco, porque coincidia com visita do presidente da Federação Russa Dymitr Miedwiedwiew ao Rio de Janeiro.
A EuroNews, uma televisão que está presente em quase todos os países europeus com notícias e edições em vários idiomas, colocou no ar uma longa entrevista com a líder das oposições na Geórgia. A deputada e ex-presidente do Parlamento da Geórgia, Nino Burjanadze, distanciou-se dos manifestantes contrários ao presidente Mikail Saakashvili.
Burdjanadze fundou recentemente o Movimento Democrático para uma Geórgia Unida, um movimento da ala direita moderada, inspirada em Margaret Thatcher. Segundo a georgiana a democracia em seu país ainda corre sérios riscos, "digamos que o nível de democracia do nosso país não é satisfatório. Claro que a Geórgia é um país mais democrático do que outras ex-repúblicas soviéticas. Não quero fazer comparações entre o nível da democracia na Geórgia com outros países ex-soviéticos. Quero compará-lo com o de países bálticos, com o da Polônia, República Tcheca e outros, que têm uma democracia sólida." Sobre o presidente Mikail, a deputada lembra que ele foi reeleito triunfalmente em maio de 2008 e que, "o presidente goza de uma popularidade ainda forte, apesar dos ataques da oposição. Aos olhos dos georgianos ainda é ele quem resiste à Rússia. A dificuldade para a oposição é: Como fazer cair o governo, sem fazer o jogo de Moscou". 
Burjanadze entende que o povo de seu país está unidos contra o que ela chama de agressão russa e, "as pessoas estão unidas e apoiaram o presidente quando a Rússia tentou mudar o regime, porque não cabia a Moscou decidir quem deve presidir ao nosso país. Só os georgianso devem decidir quem fala em seu nome. Isso não cabe decidir nem à Rússia nem a mais ninguém."
No caso da Abcásia e da Ossétia do Sul, Nino Burjanadze, acredita numa armadilha preparada por Moscou e Tbilissi não a soube evitar, "A Rússia criou todas as situações de provocação e era visível que queria provocar a Geórgia. Só fomos perceber, isto mais tarde, quando Vladimir Putin, presidente nesse momento, assinou a declaração de relações diretas com a Abcásia e a Ossétia do Sul, um documento completamente ilegal, claro. Era evidente que a Rússia queria provocar uma crise com a Abcásia mas, felizmente, pudemos evitar a crise naquele momento." 
Nino Burjanadze acusa a Rússia e crítica a ONU e outros países ao dizer que "A Rússia enviou o exército contra um país soberano, violando as fronteiras de um país soberano. Desprezou a soberania e integridade territoriais de um país membro das Nações Unidas. E ainda que a Rússia quisesse proteger os ossetas, ainda que a Rússia quisesse respeitar as suas obrigações enquanto força de manutenção de paz, poderia ter apelado à ONU, ela não tinha o direito de agir sozinha." E finalmente ela acredita que as agressões ao seu país, a tentativa de o desintegrar reconhecendo a independência de suas províncias Abcásia e a Ossétia do Sul, só vão ter um fim quando os russos respeitarem o que eles próprios assinam em fóruns internacionais, "Não penso que o isolamento total da Rússia produza resultados positivos, não sou favorável e não sou favorável à criação de uma nova Cortina de Ferro entre a Rússia e o resto do mundo. Mas é lógico, para ser totalmente honesta, que esperávamos uma reação mais forte e dura dos demais países, porque é evidente que a Rússia foi culpada ao organizar a agressão contra a Geórgia. É importante conseguir que a Rússia participe nas negociações internacionais e não bloqueie as discussões."

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Versos contra atrocidades

Os acontecimentos na Faixa de Gaza têm indignado os quatro cantos do mundo. Muitos se perguntam: como um povo que sofreu os horrores maiores da humanidade, passados sessenta anos da última catástrofe podem repetir as ações de seus algoses contra outro povo. Os descendentes daqueles que sofreram com os alemães e Hitler, estão fazendo o mesmo agora com os palestinos.
Há tempos venho tentando colocar no blog arquivos de som, com entrevistas, narrações, músicas, mas o serviço ainda não permite colocar diretamente som neste espaço para que seja ouvido. Mas existem outras formas e foi esta a que descobri, (clique no link do título da poesia para ouvir) . Como experiência desta primeira tentativa de apresentar áudio no blog aqui está meu protesto contra a matança de crianças e inocentes palestinos, com a declamação do poema "Versos Íntimos" do poeta Augusto dos Anjos,





Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Israel passou dos limites

O jornalista brasileiro Mário Augusto Jakobskind, descendente de polacos judeus, que sofreram os horrores alemães em solo da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial, publica nesta semana no site "Direto da Redação" de Eliakim Araújo e Leila Cordeiro, artigo onde se posiciona frontalmente com as atrocidades que o governo de Israel está cometendo contra os palestinos. Este é o artigo:

Crianças palestinas observam estragos causados por ataques à escola da ONU em Gaza. Foto: Reuters.

A barbárie que Israel vem cometendo na Faixa de Gaza precisa ter uma pronta resposta da comunidade internacional. A partir de agora, não bastam apenas notas oficiais que não produzem efeitos. Pressionado, Israel comprometeu-se a interromper os bombardeios por três horas diárias, para permitir a entrada de comboios com ajuda humanitária. Nem isso foi cumprido, segundo a própria ONU, que acusou os militares israelenses de atacarem um dos comboios resultando na morte de dois motoristas. Israel nega, mas já negou outras vezes violações dos direitos humanos contra palestinos.

E quais poderiam ser as respostas da comunidade internacional à barbárie israelense? O Mercosul firmou recentemente um acordo comercial com Israel, então por que não suspendê-lo? O governo da República Bolivariana da Venezuela expulsou os representantes diplomáticos e está rompendo as relações com Israel. O chanceler Celso Amorim está percorrendo a região oferecendo o Brasil como mediador entre palestinos e israelenses.

Cada governo com seu estilo. O que não é mais possível é o mundo assistir impassível o que está acontecendo. Na época do apartheid da então racista África do Sul, a comunidade internacional reagiu de forma concreta, sancionando o odioso regime e apressando o seu fim. A pá de cal foi a batalha de Cuito Canavale, quando angolanos e cubanos derrotaram um dos mais poderosos exércitos do mundo, o sul-africano.

Na verdade, mais de 60 anos depois do fim do pesadelo do III Reich, o Ocidente continua respaldando Israel em tudo, numa espécie de complexo de culpa pelo que aconteceu com os judeus naquele período. Certamente o que aconteceu não pode ser esquecido ou ignorado, como querem os revisionistas neonazistas da atualidade, mas daí a aceitar passivamente que os descendentes das vítimas do holocausto vistam a camisa do opressor nazista e repitam os crimes contra a humanidade, desta vez contra um povo sem pátria e vivendo em condições sub humanas, como os palestinos, vai uma grande diferença. Isso envergonha o gênero humano.

Antes que alguém conteste ou critique o jornalista, informo que o autor destas linhas teve familiares assassinados pela barbárie nazista e quer ficar bem com a sua consciência não silenciando diante da repetição de outras barbáries em cenários diferentes.

E nesta guerra desproporcional, civis são os que mais sofrem. O bombardeio israelense de escolas mantidas pela Organização das Nações Unidas em campos de refugiados palestinos de Gaza é, de fato, um crime contra a humanidade. Deve ser apurado com o máximo rigor. Representantes da ONU garantem que Israel tinha sido avisado sobre o perigo que acarretaria uma incursão naquela área e que por lá não havia combatentes do Hamas. Israel justificou o ataque sangrento afirmando que de lá partiam ataques de militantes do Hamas. Será que representantes da ONU fariam tão grave acusação se não tivessem certeza?

O cessar-fogo da ONU não resultou em nada. Israel e Hamas com seus foguetes artesanais ignoraram a resolução aprovada com a abstenção dos Estados Unidos.

Diante deste quadro tenebroso, uma comissão internacional deveria ser formada imediatamente para apurar o que acontece em Gaza. Os responsáveis por este crime contra a humanidade deveriam então ser submetidos a um tribunal internacional. Crimes contra a humanidade não investigados com rigor e mantidos impunes geram mais violência contra seres humanos.

Depois da II Guerra Mundial, os nazistas responsáveis por crimes contra a humanidade foram julgados no Tribunal de Nurenberg e devidamente condenados. Nos dias de hoje existe um Tribunal Penal Internacional para julgar violações dos direitos humanos e crimes de guerra.

O premier Ehud Olmert, a Ministra do Exterior, Tzipi Livni, o Ministro da Defesa Ehud Barak e demais integrantes do governo israelense que deram o sinal verde para os ataques desproporcionais devem responder pelos crimes que estão sendo cometidos contra os palestinos.




Mário Augusto Jakobskind é correspondente no Rio de Janeiro do semanário uruguaio "Brecha". Foi colaborador do "Pasquim", repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. É autor do livro, "Dossiê Tim Lopes".

Gás: nada para a Polônia

A machete principal do jornal Gazeta Wyborcza desta segunda-feira, 12 de janeiro de 2009, é: "Sobre o gás sem polacos". 
A reportagem fala sobre as negociações entre a Rússia-Ucrânia-República Tcheca e União Europeia. A Rússia teria vetado qualquer participação de representantes polacos na comissão da UE que negocia o gás russo e se encerre o conflito. Como se sabe o gasoduto russo para países como Alemanha, França e Itália, passam pela Ucrânia. Esta além de um preço menor ainda recebe pelo trânsito do gás em seu território. A Rússia de uma hora para outra resolveu aumentar o que cobra da Ucrânia, esta não tem como pagar o preço pedido. A Rússia então fechou o escoamento do gás e acusou a Ucrânia de roubar gás do gasoduto e estocar em armazéns subterrâneos da zona rural. A  Ucrânia nega. Mas depois de mais de uma semana de negociações teriam sido assinados protocolos de um acordo para regularizar a situação neste fim-de-semana.

Variação da temperatura é terrível

Para se ter uma idéia de como a temperatura nestes dias de inverno polaco mudam radicalmente durante o dia, o gráfico abaixo, mostra, para esta segunda-feira, dia 12 de janeiro de 2009, que em Cracóvia, às sete da manhã estava 15 graus negativos, sob para 4 negativos e vai variando ao logo do dia.