sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Rynek sempre belo
Polônia se nega a devolver arte alemã
Evidentemente, o Allegemeine Zeitung não lembrou de criticar seu próprio país por não devolver o fruto de saques nazistas nas artes polacas durante os anos de guerra. Não lembrou das bibliotecas que foram queimadas, dos arquivos que foram destruídos, do bombardeio que arrasou Varsóvia, quando foram dinamitados marcos culturais, igrejas e palácios reais polacos. Para não falar dos roubos de obras de arte valiosíssimas que nunca mais retornaram ao solo da Polônia.
O jornal de Frankfurt reclama os tesouros da Biblioteca do Estado Prusso, onde se encontrava uma coleção de livros alemães inestimáveis, além de manuscritos, que os soldados de Hitler transferiram de Berlim para 29 lugares espalhados pelo Terceiro Reich, numa tentativa de protegê-la dos bombardeios Aliados. Aproximadamente 500 caixas de madeira com milhares de manuscritos e documentos foram escondidas no Castelo de Książ nos Sudetos polacos, e mais tarde, transferidos para um convento mais ao Sul. Segundo o jornal, este tesouro se encontra atualmente na Biblioteca Jagielloński de Cracóvia.
O diretor Zdzisław Pietrzyk da Biblioteca confirma a guarda da Universidade Jagielloński, mas lembra que uma parte desta mesma coleção já foi devolvida para a Alemanha, em 1977, quando o líder da Polônia comunista, Edward Gierek, presenteou seu colega comunista alemão Oriental, Erich Honecker, com sete pautas musicais. Entre elas, o manuscrito original de Mozart para a ópera "A Flauta Mágica” e partes do manuscrito de Beethoven para a “Nona Sinfonia”.
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Jovens Judeus equivocados
Ao que consta, o que chocou o ministro da cultura polaco, Waldemar Dąbrowski, em 2003, continua ocorrendo, mesmo depois da intensa participação dos estudantes católicos da Polônia, que atenderam ao chamamento do ministro e junto com israelenses e estrangeiros de origem judaica marcham até o campo de concentração alemão. Os equivocos, agora são, não só dos estudantes israelenses, mas também dos estudantes de origem judaica de outros países.
Não se sabe ainda com certeza se são os professores destes estudantes, a falta de informação, ou a idade precoce para uma visita de tal magnitude num local de tristes recordações (Diga-se de passagem, não só para judeus, mas também para ciganos, católicos, mulçumanos e diversas etnias), a causa de tantos disparates históricos.
Frases como: “Nossa! Não sabia que Auschwitz era na Polônia.”; “Então foram os polacos que mataram os nossos judeus!”; “Os polacos são anti-semitas.”;
Ou então, perguntas como: “O nome da cidade é Oświęcim? Que engraçado!”; “Por que esta marcha é realizada na Polônia e não na Alemanha?”; Por que não vamos para o campo de concentração de Munique?”; "Os alemães não nos querem na Alemanha?", "Os polacos estão explorado turismo com nosso sofrimento, é isso?".
O fato dos campos de concentração de Auschwitz, Birkenau, Belzec, Majdanek, Chelmno, Sobibór, Treblinka e outros terem sido edificados em território polaco, tem levado estes estudantes de origem judaica a deduzirem que o Holocausto foi obra dos católicos polacos e não dos alemães de Hitler. Numa confusão histórica que só fomenta discriminação e desentendimento. O que precisa ficar claro para estes estudantes é que a Polônia foi vítima e não carrasco; que a Polônia durante séculos foi a única terra dos judeus (expulsos pelos reis católicos da Espanha, Portugal, França, Itália, Alemanha e outros países); que muitos dos fundadores do Estado de Israel nasceram em território polaco e ali se casaram com católicos, aprenderam a comer pierogi e a beber vodka.
Marcha de estudantes israelenses
Na primeira marcha, realizada sempre no mês de abril, estiveram cerca de 1,5 mil estudantes israelenses, no trajeto de 70 km entre Cracóvia e Auschwitz (na cidade de Oświęcim, na Polônia). Em 2003, o Ministro da Cultura da Polônia, depois de ler na imprensa, declarações equivocadas dos estudantes israelenses sobre a história da segunda guerra mundial, convocou todos os estudantes polacos a se juntarem aos israelenses. O que chocou o ministro foi que muitos destes estudantes de segundo grau de Israel estivessem surpresos de que o campo de concentração alemão era na Polônia e não na Alemanha. Alguns, nas entrevistas, deduziam então de que quem assassinou os judeus na segunda guerra mundial eram os polacos e não os alemães, numa completa inversão de valores. O chamamento do ministro polaco levou mais de 20 mil estudantes de 50 países a marcharem até o campo de concentração, em 2005. Nas solenidades daquele ano estiveram presentes também os primeiros ministros de Israel – Ariel Szaron, e da Polônia – Marek Belka, e o prêmio Nobel Elie Wiesel. Em anos anteriores também estiveram na marcha os ex-presidentes Aleksander Kwaśniewski, da Polônia e Ezer Weizman, Mosze Kacaw, de Israel, além dos primeiros ministros Jerzy Buzek, da Polônia, e Benjamin Netanjahu, de Israel. Em 2006, esteve Szymon Peres.
Neste ano, de 2007, estiveram marchando também cerca de 150 estudantes brasileiros de origem judaica, procedentes de São Paulo.
Vandalismo em Częstochowa
O líder dos rabinos na Polônia, Michael Schudrich, foi junto com o prefeito acompanhar os trabalhos de limpeza dos estudantes. O rabino disse que, "muito freqüentemente o resto da sociedade tolera estas coisas. Mas neste caso, o prefeito e os jovens não ficaram sentados em casa esperando que outros limpassem isto. Eles vieram e agiram, não ficaram só no discurso”.
A Polônia foi casa de mais de 3.5 milhões de judeus - a maior comunidade judia da Europa - até a Segunda Guerra Mundial, quando então, a maioria foi assassinada pelos alemães. Estima-se que vivam hoje 30.000 judeus no país predominantemente católico.
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Futebol Polaco
O Wisła não jogou a primeira rodada pois estava em Chicago nos EUA onde venceu o torneio internacional que contou com o Sevilha da Espanha e o Reggina da Itália. Na foto, o lateral esquerdo, Kleber, após troca de camisas com jogador do Sevilha, levanta a taça de campeão.
Foto: Imprensa de Chicago
E na foto abaixo, o atacante Jean Paulista, considerado pela crítica polaca, o mais técnico e habilidoso brasileiro do campeonato polaco, com a famosa camisa branca do Wisła, domina a bola no campo dos espanhóis. Por sua vez, o ex-Coxa Branca, Adriano, agora no Sevilha, pelo segundo ano consecutivo, amargou uma derrota para o time de Cracóvia. A primeira derrota aconteceu na comemoração dos cem anos de existência do clube de Cracóvia, ano passado.Racławicka: Um enorme quadro panorama
Na cidade de Wrocław (pronuncia-se: vrossúaf) há um museu especialmente construído para abrigar um único quadro. Parece improvável, mas é verdade.
Também pudera o quadro que representa a Batalha de Racławice (pronuncia-se: Rassúavitce) tem 15 metros de altura por 114 de comprimento. Ou seja, corresponde mais ou menos a um edifício de 6 andares. Para visualizá-lo é preciso estar dentro dele.
Explico, ele é montando em forma circular, já que o prédio do museu foi especialmente construído em formato circular, assim a obra em óleo está disposta na parede com suas extremidades se tocando. Retrata a vitória do herói de dois mundos Tadeusz Kościuszko, que lutou pela Independência dos Estados Unidos e da Polônia.
O Panorama da Batalha de Racławice é o mais antigo e único exemplar existente de panorama pintado na Polônia.
A idéia de pintar a célebre batalha foi do pintor Jan Styka (1857–1925) em Lwów, que convidou o renomado pintor Wojciech Kossak (1857–1942) para participar no projeto.
Eles foram ajudados por Ludwik Boller, Tadeusz Popiel, Zygmunt Rozwadowski, Teodor Axentowicz, Włodzimierz Tetmajer, Wincenty Wodzinowski e Michał Sozański.
O projeto foi concebido como uma manifestação patriótica que comemorava o 100º aniversário da Batalha vitoriosa de Racławice, episódio famoso da Insurreição de Kościuszko, um ato heróico mas no qual cai tentando defender a independência polaca.
A batalha foi lutada no dia 4 de abril de 1794 entre a força regular dos insurretos e temerosos camponeses armados de foices sob o comando de Kościuszko (1746–1817) e o exército russo comandado por Tormasov. Para a nação que tinha perdido sua independência, a memória desta vitória gloriosa era particularmente importante.
Jana Ewangelisty Purkyniego 11, 50-155
Wrocław, Polônia
domingo, 5 de agosto de 2007
Salomé de Olbinski
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
Curitibanos na Lista de Schindler
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Leminski em polaco
Serce, które mój dziadek
Przyniósł mi z daleka
Serce zdruzgotane
Serce podeptane
Serce poety
Coração que meu avô
Trouxe de longe pra mim
Um coração esmagado
Um coração pisoteado
Um coração de poeta.
Paulo Leminski, Polonaises, 1980.
Culpa do Bush?
Por outro lado, como é que a nação mais poderosa e orgulhosa do mundo pode construir pontes que caem? Engraçado que ela também foi reformada como a pista de Congonhas. Será que são os engenheiros, ou os operários que não sabem reformar?
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Castelo da idade média
terça-feira, 31 de julho de 2007
Igreja das Múmias
Talvez isso se deva, por que os monges Franciscanos-Reformados não queiram propaganda de suas catacumbas. Mas a igreja das múmias européias existe ali na Ulica (rua) Reformacka, 4, sim! Não são como aquelas tradicionais múmias de sarcófagos egípcias, com bandagens e tudo mais, não! Pois são múmias vestidas com suas próprias roupas mortuárias. Foram colocadas no porão da igreja dos Franciscanos-Reformados ao longo dos últimos séculos.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Curitiba = Kurytyba
domingo, 29 de julho de 2007
A Madona de Cracóvia
Foto: Acervo do Museu Czatoryski
Leonardo da Vinci conheceu Cecília Gallerani, em Milão em 1494 quando ambos estavam vivendo no Castello Sforzesco, o Palácio de Ludovico -O Moro- Sforza. Ela era uma das senhoras da casa do Duque; jovem e bonita (tinha apenas 15 anos), Cecília era música e escrevia poesia. Quando Da Vinci foi comissionado para pintar o retrato de Cecília, em 1496, ele a representou segurando um Arminho qualquer, porque o nome dela, Galle, significa Arminho em grego, ou então, porque o emblema de Ludovico Sforza era um Arminho. Quando Ludovico Sforza se casou com Isabella D'Este, Cecília teve que deixar o Palácio, mas levou o retrato pintado por Da Vinci com ela. O Moro lhe deu um dote e um castelo fora de Milão, onde ela passou o resto de sua vida com o marido Conde Pergamino.
DE ROMA PARA A POLÔNIA
Não havia nenhum rastro do quadro durante quatro séculos até que o filho de Izabela Czartoryska, o nobre polaco Adam Jerzy o adquiriu, em Roma. Não havia inclusive, registro de procedência da obra. Junto ele comprou um auto-retrato de Raphael que pertencia à família de nobre de Veneza, os Giustiniani.
Adam Jerzy Czartoryski
Foto: acervo do Museu Czartoryski
Em 1800, "A Madona e o Arminho" foi levado para o bonito castelo Czartoryski, em Puławy, situado a 160 km a Sudeste de Varsóvia, onde foi exposto no primeiro museu da família, criado por sua mãe. Ao receber a pintura do filho, a princesa Izabela disse sobre o arminho: "Se for um cachorro, é muito feio” e ela denominou o retrato de Cecília Gallerani como "Belle Ferroniere".
Em 1830, depois da revolução de Varsóvia, a tropa russa marchava para Pulawy e a Princesa Izabela foi forçada a guardar “A Madona com o Arminho" e o auto-retrato de Raphael, em seu refúgio de Sieniawa, próximo a Cracóvia, cidade que se encontrava sob ocupação austro-húngara. Apesar da ocupação estrangeira, o quadro estava protegido ali da pilhagem russa.
DA POLÔNIA PARA PARIS -
Em 1843, depois de estar escondido por nove anos em Sieniawa, "A Madona" foi exibida em Paris, no Hotel Lambert, propriedade do Príncipe Adam Jerzy Czartoryski. Em 1871, depois da derrota francesa na guerra Franco-prussiano, "A Madona" foi mantida num cofre, no porão do Hotel Lambert.
DE PARIS PARA A POLÔNIA -
Em 1876, "A Madona e o Arminho" volta orgulhosamente à Polônia e é mantida no novo Museu Czartoryski, de Cracóvia. Em 1894, o Príncipe Adam Ludwik assume o Museu com a morte de seu pai. Em 1914, o Príncipe Adam Ludwik foi intimado pelo Exército austríaco e sua esposa, Princesa Maria Ludwika, temendo pior sorte envia a “Madona" e a maioria das valiosas obras de arte e objetos para Dresden, onde conexões com a família Real da Saxônia dão a devida segurança ao tesouro polaco. Na Alemanha, a coleção é aberta, ao público, dois dias por semana. Depois de anos de negociações com a família real da Saxônia Real, a coleção completa com "A Madona e o Arminho" volta ao Museu de Cracóvia, em 1920. Em 1937, o Príncipe Agustyn assume o Museu com a morte do pai. Com a segunda guerra chegando, na primavera de 1939, "A Madona" e 16 outros objetos preciosos são levados do Museu para o castelo da família em Sieniawa. Apesar de toda proteção, dois meses depois, algumas obras foram pilhadas. Salvou-se a "A Madona", que foi enviada à propriedade de um primo em Pewkinie.
Em janeiro de 1940, "A Madona" e a maioria dos 85 objetos mais importantes foi pilhada e enviada para a Alemanha para formar parte da coleção privada de Hitler. "A Madona" ficou pendurada no apartamento do Dr. Frank, governador alemão de Cracóvia. Quando os alemães fugiram e as tropas soviéticas entraram em Cracóvia, o nazista levou junto "A Madona" e outros objetos para sua casa, em Neuhaus, na Silésia. Depois da prisão do nazista Frank pelos americanos, no dia 4 de maio de 1945, "A Madona" finalmente encontrou seu espaço no Museu Czartoryski de Cracóvia, para onde havia sido levado pelo regime comunista. Em 1946, o Príncipe Agustyn morreu em Sevilha, na Espanha e seu filho, Príncipe Adam Karol que tinha apenas seis anos se tornou o patriarca da Família Czartoryski (Adam Karol é primo em primeiro grau do atual rei da Espanha, Juan Carlos de Bourbon I e portanto também parente da família real brasileira). Após a queda do regime comunista, em 1991, o Supremo Tribunal da Nação Polaca reconheceu o Príncipe Adam Karol como o herdeiro direto e legítimo do Príncipe Agustyn e recebeu de volta o Museu junto a "A Madona" de Da Vinci.
VIAJANDO PELO MUNDO - Em 1992, "A Madona" viajou a Washington D.C. para ser o centro da exibição "Por volta de 1492", em comemoração aos quinhentos anos de descobrimento da América. "A Madona" foi levada também, em 1993, a Malmo e Estocolmo, na Suécia, para ser exibida na exposição dedicada a Leonardo da Vinci. Depois de uma ausência de 200 anos, "A Madona" voltou à Itália, em 1998, para ser exibido em Roma, Milão e Florença, para um público estimado em mais de 300.000 pessoas. Em 2001, "A Madona" foi ser exibida em Kyoto, Nagoya e Yokohama, no Japão, para mais de 669.500 visitantes. "A Madona" esteve também no Milwaukee Arte Museu, em setembro de 2002, e depois em Houston e São Francisco, como parte de uma exibição que celebrava o “Período de Esplendor da Polônia”.
sábado, 28 de julho de 2007
Devem ser vistas
Foto Ulisses Iarochinski
Em se tratando da placa com a inscrição "Aqui rezava o Santo Padre João Paulo II", conta a lenda que o cardeal metropolitano de Cracóvia, Karol Wojtyla, todas as manhãs atravessava a rua que separa a Cúria da Igreja às 7 horas para rezar neste banco. Atenção, os manuais turísticos não mencionam a placa e tampouco os guias de excurssão.
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Foto Ulisses Iarochinski
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Onde moro
Foto: Uniwersytet Jagiellonski
Terceiro destino turístico
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Sinagoga Judaica
Não sobrou nenhum polaco de origem judaica para contar a história da cidade. Mas suas casas e ruinas ainda existem. É o caso da sinagoga, que segundo o pai do prefeito atual, foi destruída, não pelos alemães, mas pelos guerrilheiros ucranianos, que atacaram a cidade, após a saída dos nazistas. A sinagoga ainda não foi restaurada, pois a municipalidade da pequena cidade não tem orçamento suficiente para tal.