terça-feira, 7 de maio de 2013

Euro: A Polônia assume posição privilegiada


Alex Corsini
Sucursal da União Europeia.

Varsóvia - A Romênia transferiu para 2020 sua integração à Zona do Euro, seguindo o exemplo das Bulgária, Hungria, República Tcheca e Lituânia, já a Polônia adotou atenta posição de compasso de espera, enquanto a Letônia é a única que mostra-se disposta a integrar-se à Zona do Euro.
Há um década, o euro era sinônimo de fácil e barato endividamento, mas, simultaneamente, passagem para participar do "núcleo duro" da propalada complementação europeia.
Hoje, esta participação do encanto transformou-se em pavor, não só por causa do alto, até proibitivo, custo político de gerenciamento governamental, mas, principalmente, pela incerteza com relação ao futuro da moeda comum europeia. 
A disposição de Letônia em integrar-se à Zona do Euro explica-se pela sua pequena dimensão geográfica e pela insegurança que provoca a vizinhança com a Rússia presente nos três países bálticos. Além disso, o governo de Riga tem sido submetido à mais cruel receita de saneamento fiscal pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em comparação com Hungria e Romênia, e não tem nada pior a temer.
O verdadeiro barômetro para o futuro da Zona do Euro, assim como para o destino da complementação européia, será - ao que tudo indica - a posição da Polônia, que já é considerada, atualmente, o mais importante parceiro da Alemanha e - avalia-se na França - como a força emergente que permite à Alemanha desdenhar hoje a França - seu parceiro de décadas - na estrutura europeia.
Já a Polônia, que há alguns anos era o mais importante esteio dos EUA no Velho Continente e que foi o parceiro que por pouco não inviabilizou a formalização do Acordo de Lisboa, ao denunciar o acordo para o gasoduto Northstream, terá no futuro incentivos políticos, principalmente, para integrar-se à Zona do Euro e entrincheirar sua posição como grande força, igual à França, mais forte do que as despedaçadas pela frugalidade alemã Espanha e Itália.

Posição forte
A integração da Polônia à Zona do Euro significa, simultaneamente, certificação de continuação do processo da complementação européia mesmo sob severos preceitos alemães, algo que tudo menos fundamento pode ser considerado hoje.
A ironia da história é grande: durante a Reunião de Cúpula de Nice, em dezembro de 2000, Chirac e Jospin entraram em choque com Köhl para imporem a equivalência de votos da Polônia e da Espanha com os da Alemanha, França e Itália, em um esforço para controlarem a influência do governo de Berlim, uma indulgência da França retirada alguns anos depois, quando foi formalizada a Convenção de Lisboa.
Aliás, havia sido antecedido, também, o tripartite esquema de consultas Berlim-Varsóvia-Paris, por intermédio do qual o governo francês esperava equilibrar a Alemanha em nível de cooperação periférica.
Hoje, a Polônia surge como contrapeso ao Sul europeu, não só como exemplo de adequação à complementação européia, mas também, caso integre a Zona do Euro, como fator que fará com que a Europa Central adquira, por causa de dimensão da Polônia, a massa crítica de opção alternativa.
Se - e quando - a Polônia integrar-se à Zona do Euro, seguramente, arrastará todos os demais países da região, isto é, poderá influenciar, decisivamente, a composição da Europa alemã e poderá negociar com a Alemanha de uma posição muito melhor do que a França de hoje.



Petros Panayotídis
Sucursal dos Bálcãs.
Política para periferia é típica de corsários do passado
Atenas - Não faz muito tempo, desde quando os países imperialistas que objetivavam a punição ou a destruição total de seus adversários econômicos, ou buscavam a pilhagem dos recursos de outros países, atingiam o objetivo desejado com a forma "natural": participavam de bloqueios marítimos, ordenavam o desembarque de fuzileiros navais para derrubarem o governo local ou realizavam, então, invasão direta.
Já os líderes muçulmanos das regiões do Império Otomano na África do Norte incrementavam suas riquezas empregando bárbaros corsários para atacar e pilhar os navios mercantes. Na atual euroneoliberal União Europeia (UE), dominada pelo IV Reich da Alemanha, a pilhagem da riqueza dos países da periferia europeia pelo núcleo duro da Zona do Euro ocorre com uma pura e sem mistérios fórmula econômica, isto é, sem o uso de violência física, por intermédio das políticas dos bail-outs ("socorro") e, agora dos, voluntariamente, escolhidos bail-ins.
Com a explosão da "crise da dívida" na Zona do Euro, decorrência, principalmente, da defeituosa arquitetura da União Monetária Europeia e, em segundo, da irrespirável política seguida pelas autoridades europeias, a Alemanha agarrou a oportunidade para expandir seu predomínio econômico sobre a soberania europeia, seguindo a política que adotou no caso da Alemanha Oriental após a unificação das duas Alemanhas: dissolução da base industrial oriental e sua transformação em satélite do governo de Berlim, no âmbito de uma Alemanha, supostamente, unificada.

Salvação da Turquia
Nos dias atuais, as salvações dos bancos, travestidas em salvações dos países da Zona do Euro, as quais são acompanhadas por insuportáveis medidas de frugalidade para o resgate dos empréstimos de "salvação" e políticas econômicas com alvo a contração do nível de vida, a plena elasticidade no mercado de trabalho e a liquidação dos ativos patrimoniais estatais compõem o âmbito de uma estratégia alemã comum, destinada à pilhagem das economias dos países no Sul europeu.
Não é necessária sequer uma referência sobre o Acordo de Londres, em 1953, quanto a dívida alemã. As circunstâncias hoje são tão diferentes a ponto de não existirem possibilidades realistas para a consecução de um acordo semelhante para a dívida da Grécia.
Mas é possível utilizar o exemplo de salvação da Turquia, em 2001, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), instituição que - com toda razão - traz a fama de uma força extremamente perigosa no que diz respeito às condições sob as quais oferece financiamento e "ajuda técnica" a países super-endividados ou já falidos, a fim de ser esclarecida a questão da política estratégica que adota hoje a Alemanha contra os países de periferia da Zona do Euro.
O FMI, somente no período 2001-2002, emprestou à Turquia cerca de US$ 20 bilhões, volume de recursos que correspondia a cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O resgate dos empréstimos deveria iniciar-se após cinco a seis anos, proporcionando a oportunidade de recuperação da economia turca, oferecida por causa da importância estratégica da Turquia na região do Grande Oriente Médio. 
Entretanto, a Turquia continuou recebendo ajuda econômica do FMI até 2008. Em 2013, espera-se que resgatará o saldo dos empréstimos remanescentes que recebeu do FMI desde o final da década de 1990.

Bancos alemães
Estas foram as condições de endividamento da Turquia para serem comparadas com as correspondentes impostas à Grécia por ordem de Angela Merkel e seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble.
Três anos mais tarde, com a Grécia a um passo de crise humanitária, enquanto país-membro do bloco econômico mais rico do mundo, a Alemanha recusa-se - de pirraça - a qualquer discussão sobre renegociação da dívida grega.
Mas isto é natural e compreensível, pois a transformação da economia grega em satélite da Alemanha não foi ainda totalmente concluída.
A "salvação" da República de Chipre integra-se à mesma lógica de pilhagem do Sul europeu. Chipre, tendo evoluído a uma economia de prestação de serviços financeiros "excepcionalmente competitivos", constituiu-se, há mais de uma década, em uma "lavanderia" de dinheiro sujo.
Com a derrocada do sistema bancário cipriota, a Alemanha conseguiu atingir dois alvos: a garantida desindexação da República de Chipre, da Rússia e o aumento de competitividade dos bancos alemães.
Na Alemanha, já desembarcaram, desde 2011, várias décadas de bilhões de euros provenientes dos super-endividados países do Sul europeu, e esta tendência, seguramente, deverá ser intensificada após a decisão de pilhagem dos depósitos bancários no Chipre.
A política estratégica do IV Reich é tão escancarada que vale a pena questionar: o que mais será necessário para despertarem os "empoados" líderes do Sul europeu?

Fonte: Jornal MONITOR MERCANTIL

Polônia X Alemanha em Curitiba


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Museu judeu em Varsóvia une culturas


Essa deu no New York Times:

Texto: Piotr Malecki

Recentemente, no novo museu judeu daqui, o rabino chefe da Polônia revelou uma escultura incomum: um tijolo velho, escavado no meio e com uma única letra hebraica gravada.
O tijolo, uma adaptação imaginativa da mezuzah tradicional que os judeus colocam em suas portas como sinal de fé, veio de um prédio de apartamentos demolido na Ulica Nalewki, que já foi parte vital da Varsóvia judaica, e serve como um símbolo apropriado da relação entre os judeus e polacos: conturbado, enterrado e apenas recentemente desenterrado.
Quando os dignitários do mundo todo se juntaram aqui, em abril, no septuagésimo aniversário do levante do Gueto de Varsóvia, eles acharam o imponente monumento aos Heróis do Gueto ofuscado pelo grande museu, um símbolo extraordinário da transformação de Varsóvia de cidade escura e sombria pós-comunismo a capital próspera da Europa Central.
Na vizinha Alemanha, a relação com os judeus pode ser conturbada, mas é muito mais simples. A sociedade alemã aceitou a culpa coletiva como autora do genocídio nazista e reconhece os judeus como vítimas. Mas a identidade polaca também está ligada ao status de vítima da nação depois de uma história de séculos de conquistas, divisão e ocupação.
Entre os líderes cívicos daqui, há uma forte sensação de que a Polônia só irá se refazer completamente de seus traumas do século 20 quando reconhecer seu passado judeu, e o museu é visto como um grande passo. "A memória judaica está se tornando parte da memória polaca", disse o rabino chefe, Michael Schudrich, em uma entrevista no novo Museu da História dos Polacos-Judeus , "e o prédio onde estamos é o melhor exemplo disso"
 Cerca de 3,3 milhões de judeus moravam na Polônia no início da Segunda Guerra Mundial. O último censo mostrou apenas 7.508 pessoas se identificando como judias em 2011, e isso foi um salto das 1.133 que disseram ser judias em 2002.
Revestido com painéis de vidro do lado de fora, o museu tem um corredor curvo do lado de dentro que corre do início ao fim, quase como um desfiladeiro natural, que os arquitetos do prédio compararam ao Mar Vermelho partido. Uma recriação meticulosa do teto pintado cheio de cores de uma sinagoga de madeira está completa, mas cabos enrolados saem do chão cru de concreto, esperando para serem conectados aos monitores multimídia que ainda devem ser instalados.
Embora ele narre séculos de história judaica na Polônia, o museu não foi um empreendimento exclusivamente judaico. O governo polaco, grupos judaicos e doadores privados trabalharam juntos para levantar quase 100 milhões de dólares.
A cidade proporcionou o espaço de graça e, junto ao governo nacional, cobriu os custos de construção. A Associação do Instituto Histórico Judaico da Polônia arrecadou dinheiro para a mostra permanente, que não estava pronta para a recente abertura, mas estará pronta no próximo ano. "Economicamente, nós não somos mais um país pobre", disse Waldemar Dabrowski, a pessoa de confiança do ministro da cultura da Polônia junto ao museu. 
"Enquanto sociedade é saudável ser moralmente capaz de fazer tal coisa. Enquanto muitas doações significativas vieram de organizações e indivíduos dos Estados Unidos, um dos homem mais ricos da Polônia, Jan Kulczyk, que não é judeu, doou 6,4 milhões de dólares no verão passado. "Quando a nação judaica e a nação polaca, quando estamos juntos, quando olhamos na mesma direção, isso é ótimo para nós, ótimo para a Polônia e ótimo para o mundo", disse Kulczyk, cujos atividades comerciais ao redor do mundo incluem petróleo, imóveis e cerveja.
Nem sempre foi fácil. Uma proposta para construir na mesma área um monumento aos polacos que arriscaram a vida para salvar judeus durante o Holocausto provocou uma oposição enfurecida. Escrevendo para o jornal principal, Gazeta Wyborcza, a estudiosa do Holocausto, Barbara Engelking disse: "Isso é uma pequena parte de Varsóvia que pertence aos judeus e que não deveria ser apropriada"
Quando 1.250 alunos do ensino médio de Varsóvia foram questionados recentemente sobre qual grupo sofreu mais durante a guerra, os polacos ou judeus, quase metade, 44%, disse que os dois grupos sofreram igualmente; 28% responderam que foram os judeus; e 25%, os polacos (de outras religiões). Maciej Bulanda, de 23 anos, que, com seu pai, desenhou o suporte de mezuzah de tijolo, passou a se interessar por sua bisavó judia na adolescência, descobrindo que ela teve três irmãos que morreram no Holocausto e até achando suas sepulturas em Łódź (pronuncia-se uúdji).
"A geração de nossos pais não teve coragem, ou vontade, ou interesse de pesquisar sobre isso", disse Bulanda sobre o crescente interesse entre os jovens poloneses em explorar seu passado judaico. "Nós fomos criados em um mundo completamente diferente." Isso não significa que foi sempre fácil.
A mesma banca que examinou a questão do sofrimento judeu versus polaco descobriu que 61% dos alunos disseram que eles "ficariam descontentes" em descobrir que um namorado ou namorada fossem judeus, enquanto 45% preferiria não ter um judeu na família. "Quando você tem 7 anos e está jogando futebol no quintal, numa briga você ouve pessoas usando 'cigano' ou 'judeu' como xingamentos", Bulanda disse.
Depois de o museu ter anunciado uma competição de design para a mezuzah, Bulanda levantou a possibilidade de integrar a mesa de jantar da família. Seu pai, Andrzej, arquiteto, teve a ideia de usar um tijolo. Eles usavam mapas antigos da cidade para descobrir por onde a ulica Nalewki passava e escavaram um lugar onde hoje é um parque público e que já foi o alicerce dos números 10 e 12 ou o muro de contenção entre eles.
Piotr Wislicki, presidente da Associação do Instituto Histórico Judeu, falando ao público no auditório do museu depois que a mezuzah foi revelada, recordou: "Quando eu era garotinho, tinha medo de responder quando alguém dizia a palavra judeu. Eu tinha uma vontade enorme de correr. Quando jovem, eu contava apenas para os meus amigos mais próximos, pedindo que jurassem segredo". "Hoje", disse Wislicki, "estou aqui na sua frente orgulhoso de ser um polaco-judeu".

domingo, 28 de abril de 2013

Fotos de família polaca premiada pela Sony


Natalia Wiernik, estudente da Academia de Belas Artes de Cracóvia foi premiada no prestigiado concurso universitário Student Focus no Sony World Photography Awards 2013, concorrendo com outros 230 estudantes de todo o mundo.



quarta-feira, 24 de abril de 2013

Potiguares no Festival de Cinema de Cracóvia

Cineastas de Natal gravam documentário em Cracóvia
Texto: Dênia Cruz Sckaff/ Jornal Tribuna do Norte / Natal

Os documentaristas do Rio Grande do Norte que participam do Festival Off Plus Camera, em Cracóvia, na Polônia, estão em plena produção do documentário “Cineastas independentes” (nome ainda provisório) durante participação no evento.
O grupo carimbou o passaporte para integrar a programação do festival europeu a partir do prêmio recebido pelo curta “Maré Alta”, exibido no Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa – em um minuto, o filme gravado na praia de Sagi e trata do avanço do mar naquele trecho do litoral Sul do Rio Grande do Norte.
Já o documentário produzido na Polônia pretende propor reflexão sobre os desafios do cinema independente, a partir das experiências de realizadores de vários países que estão mostrando suas produções na edição 2013 do Off Plus Camera. “Diante da oportunidade de conhecer as realidades de outros lugares resolvemos nos propor um desafio: fazer um documentário que fale sobre as experiências de produzir um filme de forma independente. E nada melhor que ouvir isso dos próprios realizadores”, adiantou o documentarista Alexandre Santos, integrante do grupo potiguar. 
A produção do curta foi feita em paralelo às atividades do festival. Foram feitas 10 entrevistas com realizadores da Polônia, Estados Unidos, Inglaterra e da Coreia do Sul.
Dificuldades semelhantes Para produtora do documentário, Dênia Cruz Sckaff, fazer filme de forma independente é necessário, contudo é difícil porque produção audiovisual requer recursos. “Gostamos do que fazemos e sabemos o quanto é difícil produzir filmes, e pelo que estamos constatando no Off Plus Camera as realidades pelo mundo não são tão diferentes das nossas. Precisamos buscar alternativas para que a produção independente seja cada vez mais reconhecida”, afirmou a produtora.
A editora de imagens, Fernanda Pires, ressaltou a importância de participar dos festivais. “Para a produção independente os festivais são espaços essenciais, de troca de experiências e integração. Sem esses contatos o cinema independente não estaria em crescimento como vemos hoje”, colocou.
O Festival Off Plus Camera encerrou no sábado (dia 20 de abril) justamente com a exibição do micro documentário “Maré Alta” e do longa nacional “Xingu”.

domingo, 21 de abril de 2013

Fiat comemora 1 milhão de 500 feitos na Polônia


A Fiat comemorou nesta sexta-feira, 19, a produção de 1 milhão de veículos 500 em sua fábrica da Polônia, no complexo Fiat Auto Poland, na cidade de Tychy (também famosa pela cerveja Tyskie).
Desde que foi lançado, em 2007, o modelo é comercializado em 83 países ao redor do mundo, incluindo Itália, Reino Unido, África do Sul, Polônia, EUA, Japão e Brasil.
No início de sua importação para o País, o carrinho vinha do complexo polaco, mas desde 2011, quando começou a ser feito na Fiat de Toluca, no México, a rota de importação foi alterada para isenção do imposto.
A produção do 500 em ambas as fábricas já ultrapassa 1,1 milhão de unidades. Segundo a Fiat, o 500 foi o primeiro automóvel a oferecer sete airbags de série, ESP para todas as versões de motorização e uma gama de mais de 1 milhão de personalizações possíveis.


Além disso, foi o primeiro carro com comprimento de apenas 3,55 metros a conseguir nota máxima nos testes de impacto no EuroNCAP.
Para confirmar sua vasta gama de personalização, o Cinquecento de número 999.999 é vermelho e leva motor 1.3 MultiJet de 95 cavalos.
Foi comprado por um consumidor italiano. Já o número 1.000.001 é um 500C, azul, com motor 1.2 de 69 cavalos. Será entregue para um consumidor alemão em breve.
Com isso já foram produzidas 1,1 milhão de unidades do carrinho, se considerada a produção da fábrica do México.
Enquanto na Polônia a versão mais barata do Fiat 500 de 1,2 litros e motor de 69 cavalos custa 54.500 złotych,ou 34.828 reais.
Já a versão mais cara na Polônia é o CC Lounge 1,3 Multijet, motor de 95 cavalos com sistema Start & Stop custa 72.500 złotych, ou 46.351,62 reais. br /> Os

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Comemorações de 70 anos do Levante do Gueto

Judeus em frente ao monumento aos combatentes do gueto de Varsóvia
 (AFP, Janek Skarzynski)
Sirenes e sinos de igrejas foram ouvidos nesta sexta-feira diante do memorial aos heróis do gueto de Varsóvia, 70 anos depois que combatentes polacos-judeus atacaram os nazistas para morrerem com as armas na mão, em vez de serem assassinados em um campo de extermínio.
Centenas de pessoas se reuniram para a cerimônia, na qual participaram o presidente da República Bronislaw Komorowski, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, o ministro israelense da Educação, Shai Piron, e sobreviventes do Holocausto. 
"Nenhuma capital da Europa foi destruída do mesmo jeito que Varsóvia, que foi transformada em um monte de ruínas, pois nenhuma lutou três vezes contra o invasor, em 1939, em 1943 e em 1944", recordou Komorowski. "Os polacos de várias religiões e os judeus pagaram um preço caro, mas o drama dos judeus é particularmente aterrorizante, dada a magnitude das atrocidades", destacou. 
Durante a cerimônia, Komorowski condecorou um dos últimos combatentes do levante, Simcha Rotem, conhecido como Kazik, de 89 anos. "Você também lutou por uma Polônia independente. Eu agradeço em nome da Polônia e dos polacos", declarou. 
Rotem, que conseguiu retirar pelo sistema de esgoto uma pequena quantidade de rebelados, chegou na quarta-feira de Israel, onde mora, para participar nas cerimônias em sua cidade natal. "Não pensávamos que venceríamos os alemães", o israelense-polaco. "Na realidade, o que eu queria era apenas escolher minha morte, ter uma morte mais bela, uma morte mais decente que a morte em uma câmara de gás", completou. 
Os participantes devem passar pelo monumento de Umschlagplatz, o ponto de saída dos trens para as câmaras de gás do campo de extermínio de Treblinka, para onde os alemães enviaram mais 300.000 polacos-judeus de Varsóvia.
Um grande museu de História dos Judeus da Polônia abrirá as portas no local em que ficava o gueto para demonstrar a coexistência longa e complexa entre judeus e católicos polacos. 
O museu pretende virar um grande centro cultural na cidade. "Ainda temos entre nós os que combateram. Temos a obrigação de prestar homenagem e agradecer, enquanto podemos vê-los e ouvi-los", declarou à Agência France Press o grande rabino da Polônia, Michael Schudrich.
Até domingo, voluntários distribuirão nas ruas junquilhos de papel, em recordação a Marek Edelman, o último comandante do gueto, falecido em 2009, que tinha o costume de marcar cada aniversário do levante depositando uma ramo desta flor ao pé do monumento. Uma "parede humana de recordação" será organizado no local em que ficavam os muros do gueto, dos quais restam apenas alguns vestígios. 
Os alemães destruíram completamente o bairro e o regime comunista do pós-guerra construiu novos bairros residenciais. Várias manifestações já foram organizadas antes de 19 de abril, data do início do levante, e outras estão programadas até 16 de maio, dia que marcou o fim dos combates no gueto. No centro de Varsóvia são apresentadas fotos quase desconhecidas, em três dimensões, da vida diária no gueto.
O arcebispo de Varsóvia, monsenhor Kazimierz Nycs, determinou uma oração nas igrejas de sexta-feira a domingo em memória aos heróis do levante. "É uma decisão e um gesto muito importantes por parte da Igreja Católica", declarou Piotr Kadlcik, presidente da comunidade judaica da Polônia.

fonte AFP

terça-feira, 16 de abril de 2013

Negócios cubanos e polacos


Texto de Livia Rodríguez Delis (jornal Granma)

Apesar do propalado embargo econômico americano, que censura o comércio bilateral de parceiros dos Estados Unidos com a Ilha de Fidel Castro, nos últimos anos, as exportações cubanas para a Polônia registraram um incremento em produtos tais como rum, o açúcar, o fumo torcido e negro; enquanto as exportações polacas que se mantêm com maior presença na Ilha são os fertilizantes e o leite em pó, ainda que existam relações de colaboração de longa data.
No âmbito dessa observação, empresários cubanos e polacos se reuniram recentemente em Havana, num fórum de negócios, organizado por suas respectivas câmaras de comércio, para buscar novas rotas e ampliar e desenvolver o comércio entre as duas nações.
Durante o evento, o secretário-geral da Câmara de Comércio de Cuba, Omar Fernández, explicou que o primeiro acordo com o sistema empresarial da Polônia, assinado em 2001 e ratificado em 2009, ainda se mantém vigente, tornando possível as relações entre as duas nações. Mas reconheceu que se podem implementar maiores ações conjuntas, no sentido de continuar desenvolvendo esses vínculos. “A visita a Cuba de representantes de empresas polonesas especializadas na construção de maquinarias agrícolas, medicamentos, transporte ferroviário e da siderurgia vai contribuir, sem duvida, para a ampliação do intercâmbio e o conhecimento das possibilidades existentes em nossos mercados”, afirmou.
Informou, ainda, que os homens de negócios da nação europeia conheceram de primeira mão as opções com que a Ilha conta na esfera dos serviços, na produção de bens para a exportação e os projetos de investimento. Fernández convidou os empresários polacos para participarem da 31ª edição da Feira Internacional de Havana, que terá lugar de 3 a 9 de novembro neste ano, pois o evento resulta uma excelente ocasião para conhecer melhor as oportunidades de negócios em Cuba.
Por seu lado, o diretor para a América Latina da Câmara de Comércio da Polônia, Tadeusz Swiatkowski, chefe da delegação visitante, expressou que o intercâmbio bilateral atinge os US$%77 milhões e recebe US$ 22 milhões em importações da nação centro-europeia.
Contudo, coincidiu em que ainda há potencial para incrementar o negócio, tanto em novos produtos e áreas como nos que tradicionalmente já se comercializam, entre estes últimos destacou o açúcar, que representa 99% do montante total.
A diretora das Relações Internacionais da Câmara de Comércio de Cuba, Celia Labora, explicou aos empresários polacos os resultados da economia nacional em 2012 e suas perspectivas para este ano, bem como os principais objetivos nos quais se pode investir na Ilha. “Vale destacar que a estrutura da economia cubana tem variado substancialmente, pois há 20 anos éramos um país produtor e importador de matérias-primas. Contudo, atualmente, 70% do produto interno bruto é constituído pelos serviçosApesar da crise econômica e financeira e do bloqueio estadunidense, atualmente Cuba tem relações com mais de 3 mil companhias de aproximadamente 150 países no mundo, e comerciar com nosso país não requer de nenhuma disposição diferente ao regulamentado em nível internacional”, salientou a funcionária cubana. 

 “As principais projeções, afirmou, estão encaminhadas à atualização do modelo econômico, incluídas as modalidades não estatais, as quais continuam crescendo, no sentido de elevar o nível da economia e garantir a satisfação das necessidades do povo”. De muita importância qualificou a política governamental de dar continuidade à estratégia integral para a exportação dos serviços, diversificando os mercados para dar às exportações maior valor acrescentado, conteúdo tecnológico e qualidade em sua oferta.
Celia Labora também mencionou como prioridades os projetos para a obtenção de eletricidade mediante formas renováveis de energia, como os parques eólicos, a energia solar e a biomassa com derivados da cana-de-açúcar; o setor do petróleo e a mineração; o setor açucareiro e o agrícola. “Devido ao incremento de turistas a Cuba, logicamente que o investimento no turismo é uma prioridade, fundamentalmente na construção, exploração e comercialização de hotéis em varias regiões do país, como Sancti Spíritus, Camaguey, Ciego de Avila e Cienfuegos”.

Mapa da primeira República da Polônia

Mapa mostrando as voivodias da República das Duas Nações - Polônia/Lituânia

Grande Polônia (Wielkopolska)
Voivodia de Brześć Kujawski (województwo brzesko-kujawskie, Brześć Kujawski)
Voivodia de Gniezno (województwo gnieźnieńskie, Gniezno) a partir de 1768 Voivodia de Inowrocław (województwo inowrocławskie, Inowrocław)
Voivodia de Kalisz (województwo kaliskie, Kalisz)
Voivodia de Łęczyca (województwo łęczyckie, Łęczyca)
Voivodia da Mazóvia (województwo mazowieckie, Varsóvia)
Voivodia de Poznań (województwo poznańskie, Poznań)
Voivodia de Płock (województwo płockie, Płock)
Voivodia da Podláquia (województwo podlaskie, Drohiczyn)
Voivodia de Rawa (województwo rawskie, Rawa)
Voivodia de Sieradz (województwo sieradzkie, Sieradz)

Pequena Polônia (Małopolska)
Voivodia de Bełz (województwo bełzkie, Bełz)
Voivodia de Bracław (województwo bracławskie, Bracław)
Voivodia de Czernihów (województwo czernihowskie, Czernihów)
Voivodia de Kijów (województwo kijowskie, Kijów)
Voivodia da Cracóvia (województwo krakowskie, Cracóvia)
Voivodia de Lublin (województwo lubelskie, Lublin)
Voivodia de Podole (województwo podolskie, Kamieniec Podolski)
Voivodia da Rutênia (województwo ruskie, Lwów)
Voivodia de Sandomierz (województwo sandomierskie, Sandomierz)
Voivodia da Volínia (województwo wołyńskie, Łuck)

Grão-Ducado da Lituânia
Ducado da Samogícia (principado da Samogícia, księstwo żmudzkie, Wornie-Medininkai)
Voivodia de Brześć Litewski (województwo brzesko-litewskie, Brest)
Voivodia de Mścisław (województwo mścisławskie, Mstsislaw)
Voivodia de Mińsk (województwo mińskie, Mińsk)
Voivodia de Nowogródek (województwo nowogrodzkie, Navahrudak) Voivodia de Połock (województwo połockie, Połock)
Voivodia de Smoleńsk (województwo smoleńskie, Smoleńsk)
Voivodia de Troki (województwo trockie, Trakai)
Voivodia de Wilno (województwo wileńskie, Wilno)
Voivodia de Witebsk (województwo witebskie, Vitebsk)

Prússia Real
Ducado da Vármia (Księstwo Warmińskie, principado Episcopal da Vármia, Lidzbark Warmiński)
Voivodia de Chełmno (województwo chełmińskie, Chełmno)
Voivodia de Malbork (województwo malborskie, Malbork)
Voivodia da Pomerânia (województwo pomorskie, Gdańsk)

Ducado da Livônia (Inflanty)
Voivodia de Dorpat (województwo dorpackie, Dorpat) de 1598 a década de 1620
Voivodia da Livônia (województwo inflanckie, Dyneburg) a partir da década de 1620
Voivodia de Parnawa (województwo parnawskie, Parnawa) de 1598 a década de 1620
Voivodia de Wenden (województwo wendeńskie, Wenden) de 1598 a década de 1620

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Polacos rodam o Brasil de bicicleta

Texto: Zana Zaidan

Depois de percorrer quase 30 mil quilômetros de bicicleta e passar por 19 países, os polacos Adela Tarkowska, 30 anos, e Krzysztof Józefowski, 32 anos, chegaram a Campo Grande na quinta-feira (11), e seguem rumo ao Pantanal sul-mato-grossense nesta segunda-feira (15). 
A ideia de dar a volta ao mundo de bicicleta surgiu há pouco mais de três anos, quando o casal partiu da Polônia rumo à Turquia. Depois de passar por países do Oriente Médio, os ciclistas entraram no continente africano pelo Egito e, de lá, pegaram um avião rumo a América do Sul.
No Brasil, eles chegaram há cerca de cinco meses. A vontade de sair pelo mundo veio com a possibilidade de conhecer pessoas, e estar sempre em contato com a natureza. “O mundo é tão grande que não é possível que as pessoas que não tenham curiosidade em conhecê-lo. Dá uma sensação enorme de liberdade, de independência e, de bicicleta, chegamos a lugares aonde não se chega de carro. Se tem uma cachoeira no meio do caminho, é só parar e mergulhar. E por onde passamos, conhecemos pessoas com histórias incríveis”, conta Krzysztof.
Para quem está há tão pouco tempo no país, ambos falam português perfeitamente. Para passar por todas essas experiências, o casal precisa estar disposto a enfrentar todo tipo de dificuldade. Um dos momentos mais difíceis foi a passagem pela região da Patagônia, na Argentina.
Em pleno inverno, a temperatura atingiu 10 graus negativos. “Mesmo com luvas, minhas mãos chegavam a sangrar por causa do frio. Ainda assim, valeu a pena”, acredita Alana. “A parte mais difícil de viajar é o clima instável. Se chove muito, somos forçados a suspender viagem por causa da visibilidade, mas, é só parar que seguimos em frente. O resto, tiramos de letra”, acrescenta Krzysztof.
A proposta é viajar, levando uma vida simples, desapegada das coisas materiais, sem hotéis, comidas sofisticadas ou bebidas alcóolicas. Em cada bicicleta, dois alforjes (tipo de bagageiro próprio para bicicletas, colocados um de cada lado do guidão) levam 40 quilos de bagagem, que inclui apenas itens básicos como colchonetes, barracas, utensílios de cozinha e mudas de roupa. “Não paramos em hotéis, não comemos em restaurantes. Acampamos quando paramos para descansar e compramos mantimentos para matar fome”, explica Adela.
Mesmo que levem uma vida simples, ainda é preciso dinheiro. Eles contam com a hospitalidade dos moradores por onde passam, e recebem alimentação e casa. Na passagem por Campo Grande, eles ficaram com uma família que também faz viagens de bicicleta.
E para sair da Polônia? O casal criou uma campanha para arrecadar fundos, por meio de um blog e, em troca, a promessa de postar fotos e escrever um diário com relatos dos lugares por onde passaram. No começo, apenas familiares e amigos mostraram disposição para ajudar, mas, com histórias e fotos cada vez mais atraentes, a ideia tomou forma e apareceu mais gente interessada em contribuir.
Na América do Sul, o primeiro país visitado foi a Argentina e, depois de passar pelo Chile, Uruguai e Paraguai, Adela e Krzysztof entraram no Brasil por Foz do Iguaçu (PR). O roteiro brasileiro começou pela costa, em Santos (SP), seguiu para o Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia e, agora, Campo Grande.
Daqui, eles seguem para Bonito e outras cidades do Pantanal. Depois de passar por tantos países, com uma infinidade de costumes e culturas, as impressões do casal sobre a capital sul-mato-grossense são as melhores. “Visitamos o mercadão, comemos pastel, pequi e vamos levar muita erva de tereré para seguir viagem”, conta Adela. 
“Agora, queremos ver as araras e não vejo a hora de conhecer a gruta do Lago Azul”, diz Krzysztof. Do Brasil, eles levam a hospitalidade e simpatia, além de sabores que não conheciam até chegar aqui. “Essa gente é muito cativante. Por onde passamos, as pessoas conversam como se nos conhecessem há tempos. O guaraná e a jaca são duas coisas que nunca vou esquecer. Eu adorei, como uma inteira sozinha se ninguém me parar”, brinca Adela.
Depois da região Pantanal, o próximo destino é Corumbá, de onde eles seguem para a Bolívia. Com tantas cidades e quilômetros rodados, o projeto de Adela e Krzysztof ainda tem muito chão pela frente. A meta é subir pelo o continente americano, e chegar até o Estado do Alasca, na ponta dos Estados Unidos. Até lá, serão mais sete anos de viagem. “Vamos continuar firmes. Ainda temos muita coisa para ver, muita gente para conhecer”, contam. O roteiro e as viagens do casal é atualizado pelo site biketheworld.pl.
Onde é possível ver fotos e impressões de cada local por onde eles passaram, além de instruções para quem quiser contribuir com o projeto.

domingo, 14 de abril de 2013

Wojcieszków - a minha origem


Igreja de Wojcieszków - cidade onde se casaram meus bisavós Piotr Jarosiński (filho de Jan Jarosiński e Wiktoria Jackowska) e Anna Filip (Filha de Antoni Filip e Katarzyna Ognik) em 1900 e onde foram batizados meu avô Bolesław Jarosiński (1905) e seus irmãos Wiktoria (1901), Józef (1908) e Maria (1911). 
A Paróquia do Sagrado Coração de Jesus foi erguida em 1437. A atual construção de tijolos vermelhos da igreja paroquial é dos anos 1898-1899, pelos esforços do padre Tadeusz Leszczynski, e consagrada em 1900 pelo Bispo Francisco Jaczewskiego.
A cidade de Wojcieszków (pronuncia-se voitchiechcuf) tem atualmente 7.210 habitantes e uma área territorial de 10.886 ha. Está localizada a 70 km de Lublin e a 20 km de Łuków.
A cidade foi fundada em 1437 por Klemens Bieliński. Mesmo ano da fundação da paróquia. Foi elevada a categoria de cidade pela Lei de Madburski em 1540 pelo Rei Zygmunt Stare. 
Meu avô Bolesław e seus irmãos nasceram na vila Helenów, distante 2 km da igreja. Hoje Helenów possui Helenów 70 habitantes e ocupa uma área de 126,5 ha. Meu bisavô Piotr fez seu passaporte familiar em 1906, na edificação que hoje é a Casa da Cultura distante 100 metros da igreja. 
Mas apenas em março de 1911 ele seguiu 12 km até a estação de trem de Krzywda, onde embarcou rumo a Trieste para tomar o navio Columbia até o Porto do Rio de Janeiro, onde chegou em 20 de maio de 1911. 
Dali até Castro, no Paraná, ele e família seguiram de barco até Paranaguá e depois de trem até Curitiba-Ponta Grossa e depois de carroça até a Colônia do Tronco.
Em Castro, nasceram mais dois casais de filhos Wladysław (Ladislau), Anaztacja, Angelina e Jan (João - Jango). 
E mais tarde meu pai Kazimierz (Cassemiro), no bairro Bom Sucesso, em Castro.

A maior estátua de João Paulo II é inaugurada

Foto: Janek Skarzynski
A mais alta estátua do papa João Paulo II foi inaugurada neste sábado em Częstochowa (pronuncia-se Tchenstorróva), cidade do sul da Polônia. 
O Santuário de Jasna Góra (Monte Claro) é o maior centro de peregrinação católica da Europa Central. Os peregrinos vão ali para rezar ante a imagem da Virgem Negra, padroeira da Polônia. 
"A estátua do papa polaco pesa 10 toneladas e mede 13,8 metros de altura. É maior do que a que está no Chile, de 12 metros", disse Leszek Lyson, autor do projeto. 
Durante a cerimônia, a estátua foi benzida pelo arcebispo de Czestochowa, Wacław Depo (pronuncia-se Vatssuaf dépo). A maior estátua de João Paulo II curiosamente foi instalada em um parque de miniaturas, onde são exibidas reproduções da arquitetura religiosa, em particular os santuários de Lourdes, de Fátima e de Santiago de Compostela.
Para Lyson,o Papa polaco era uma autoridade moral insuperável. Lyson conheceu pessoalmente Karol Wojtyła nos anos 1960, muito antes dele virar sumo pontífice, "Sempre me guiei em minha vida pelos ensinamentos de João Paulo II. Para mim foi e continuará sendo muito importante", assegura. 
Desde sua morte em 2005, João Paulo II é alvo de culto popular, que espera com impaciência sua canonização. Beato não basta é preciso santifica-lo.

Fonte: (AFP)

sábado, 13 de abril de 2013

Polônia cria sistema nacional de defesa antimíssil


O presidente da Polônia, Bronisław Komorowski, assinou nesta sexta-feira uma lei sobre o financiamento de um programa que prevê a criação no país de seu próprio sistema de defesa antimíssil.
A Polônia planeja gastar, nos próximos 10 anos, até $25 bilhões de dólares com este projeto. O sistema de defesa antimíssil polaco irá defender o país dos mísseis de curto e médio alcance.
Tal escudo antimíssil nacional irá operar em conformidade com o sistema europeu de defesa antimíssil da OTAN. Até 2022, o Exército polaco pretende adquirir um vasto leque de mísseis e artilharia.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Brasileiros de origem judaica visitam Auschwitz Birkenau


Onze mil pessoas de origem judaica de vários países, a maioria jovens, iniciaram nesta segunda-feira a 22ª Marcha da Vida, percorrendo os 3 km que separam o campo de extermínio de Birkenau do campo de concentração de Auschwitz.

Locais de triste memória para as vítimas do nazismo. A marcha faz parte das celebrações do Iom Hashoá (Dia do Holocausto). Uma grande delegação do Exército israelense, liderada pelo chefe do Estado-Maior Benny Gantz, encabeçou a marcha, seguida pelo presidente do Congresso Judaico Mundial, Ron Lauder, e 500 sobreviventes do Holocausto.

Como acontece todo ano, os participantes cruzaram o portão do campo de concentração onde até hoje se lê a inscrição nazista "Arbeit macht frei", em português "o trabalho liberta".

A marcha reúne jovens de 40 países e 2 mil polacos católicos em sua maioria. Durante o Holocausto, cerca de 6 milhões de polacos morreram, entre eles 2.700 de origem judaica. Só nos campos de Auschwitz e Birkenau, localizados em Oświęcim, no sul da Polônia, morreram entre cerca 1,5 milhão de pessoas, em sua maioria judeus.

Mas eles não foram as únicas vítimas da tragédia. Também morreram no local outros polacos de diferentes credos e ateístas, como 20 mil ciganos, 15 mil soviéticos e 12 mil pessoas de outras nacionalidades.

As vítimas morriam de fome, doenças ou eram exterminadas em câmaras de gás. Este ano, as histórias de sobreviventes do Holocausto e da Marcha da Vida serão registradas em um documentário e em um livro-fotográfico idealizados pelo publicitário brasileiro Márcio Pitliuk.

Segundo Pitliuk revelou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o livro-fotográfico terá 200 páginas e será escrito em cinco línguas (inglês, português, francês, espanhol e hebraico).

As fotos serão feitas pelo fotógrafo Márcio Scavone e o texto será do próprio Pitliuk. Já o documentário terá aproximadamente uma hora e meia de duração e será dirigido pela americana Jéssica Sanders, indicada ao Oscar na categoria documentário em 2006. 
 Fonte: RFI. 

P.S. e por que não em idioma polaco? Já que se trata de coisas passadas na Polônia com cidadãos polacos em sua maioria de diferentes origens, inclusive polacas
P.S. 2. Até quando a imprensa mundial vai sustentar o número de 6 milhões de vítimas na Polônia, como sendo de exclusividade das pessoas de origem judaica? Este número cabalístico diz respeito às vítimas do nazismo e do comunismo soviético em territória da Polônia e aí estão incluídos católicos, ortodoxos, protestantes, ciganos e judeus.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Nova lei de concessão e perda da cidadania polaca

As questões relacionadas com a aquisição e perda da nacionalidade polaca são regidas pela Lei da Cidadania polaca de 2 de abril de 2009 (Diário Oficial de 2012 item, 161).

A lei estabelece dois princípios básicos relacionados com a cidadania polaca.

O primeiro está estipulado no artigo 2 º, o princípio da continuidade da cidadania polaca garante continuidade temporal da cidadania, a partir do momento de sua aquisição, de acordo com as regras obrigatórias naquele momento, independentemente de posteriores alterações introduzidas na legislação sobre a cidadania. 
Isto significa que as pessoas que adquiriram a nacionalidade polaca de acordo com as regras anteriores, que foram alteradas ou revogadas, posteriormente, não perderão a nacionalidade polaca, mante-la-ão, de acordo com as normas em vigor sobre o momento da sua aquisição.
Ao mesmo tempo, este princípio constitui uma diretriz para as autoridades competentes da administração pública sobre como proceder em caso de confirmação de cidadania polaca ou sua perda. 

O segundo princípio, previsto no artigo 3 º da lei - o princípio da exclusividade da nacionalidade polaca - está diretamente relacionada com a questão da cidadania (ou vários) do casal, uma vez que cria um claro conflito de orientações, em caso, de sua ocorrência e permite a eliminação dos seus efeitos adversos. 
De acordo com o projeto de lei, a cidadania múltipla (dupla, ou mais) é estipulada como admissível, com a condição de que a cidadania polaca tenha prioridade absoluta. Um cidadão polaco pode possuir ao mesmo tempo, cidadania polaca e cidadania de outra nacionalidade (país),  desde que ele ou ela mantenha os mesmos direitos e deveres para com a República da Polônia, tal como uma pessoa que possui apenas a nacionalidade polaca, isto é, ele ou ela não pode efetivamente invocar perante as autoridades polacas, a cidadania simultaneamente estrangeira, ou os direitos ou deveres dela decorrentes.

Formas de aquisição de cidadania polaca

a) por nascimento, a partir dos pais, ou pelo menos, quando um do casal é  cidadão polaco - direito de sangue (jus sanguinis).

Nos termos da lei, uma criança adquire a nacionalidade polaca por nascimento quando, pelo menos, um dos pais é possuidor da nacionalidade polaca, independentemente se a criança nasceu na Polônia e ou no exterior (artigo 14 parágrafo 1 da Lei de Cidadania Polaca).

b) por nascimento, em território da Polônia - direito do solo (jus soli)

O princípio aplica-se quando uma criança nasce, ou encontra-se no território da República da Polônia, e ambos os pais são desconhecidos ou não possuem cidadania (artigo 14º parágrafo 2 e artigo 15º). Em seguida, a criança adquire a nacionalidade polaca, por força de lei.

c) por adopção plena.

A criança adotada por um titular ou titulares da nacionalidade polaca adquire a cidadania, se a adoção plena tinha sido concluída antes da criança completar 16 anos. Neste caso, a criança é considerada como possuidora da cidadania polaca desde o momento de seu nascimento.

d) Através da concessão de cidadania polaca pelo Presidente da República da Polônia.

Nos termos do artigo 18º da Lei, o Presidente da República da Polônia pode conceder a um estrangeiro, que tenha solicitado diretamente a cidadania polaca. Não existem condições limitantes à competência constitucional do Presidente  da República da Polônia, este pode conceder a nacionalidade polaca a qualquer estrangeiro.
A concessão da cidadania polaca para ambos os pais se aplica a crianças sob sua custódia. A concessão de cidadania polaca para um dos pais, aplica-se ao menor sob custódia paterna, no caso em que o outro progenitor não tem custódia do filho (os), ou ele (ou ela) dá seu consentimento para que o menor adquira a cidadania polaca.
Quando a criança já completou 16 anos, apenas o consentimento da própria é necessário.
Pessoas que vivem no território da Polônia podem requerer a cidadania polaca através de uma Voivodia (Estado) competente, onde resida o interessado.
Pessoas que vivem no exterior podem requerer através de um cônsul competente. O pedido deve ser apresentado pessoalmente, ou pelo correio, com  assinatura com firma reconhecida.
Os documentos emitidos em língua estrangeira deverão ser apresentados com tradução para o polaco em anexo, elaborado por um tradutor juramentado ou um cônsul da República da Polônia.
O formulário de pedido de cidadania deve ser especificado através de uma portaria emitida pelo Presidente da República da Polônia.

Formulário padrão de Requerimento para a cidadania polaca (em idioma polaco)

e) por reconhecimento como cidadão polaco

De acordo com as disposições da Lei de Cidadania Polaca de 02 de abril de 2009, mais estrangeiros são elegíveis podem ser reconhecidos como cidadãos polacos de forma administrativa, em comparação com a Lei de 1962.
Pessoas que podem requerer a cidadania polaca através do reconhecimento da cidadania são aqueles estrangeiros que vivem no território da Polônia nos termos das permissões aplicáveis, que, já residem por muitos anos na Polônia; integraram-se na sociedade polaca de forma plena; conhecem o idioma polaco; tem meios de sustento e habitação; respeitam a ordem jurídica polaca; e não representam ameaça para a defesa ou segurança nacional.

Isto aplica-se em particular aos refugiados, apátridas, filhos e cônjuges de cidadãos polacos e pessoas de origem polaca.

Processos de reconhecimento de cidadania devem ser realizada de acordo com as normas especificadas no Código Administrativo. O interessado pode recorrer da decisão de um Voivoda (governador), atuando nesse caso, como autoridade de primeira instância, à autoridade da segunda instância, ou seja, o ministro do Interior.
Considerando ainda que a decisão do Ministro do Interior pode ser objeto de recurso para um tribunal administrativo.
O pedido deve ser apresentado em conformidade com as disposições da Portaria do Ministro do Interior de 03 de agosto de 2012, através de requerimento padrão sobre reconhecimento como cidadão polaco e uma fotografia anexada ao pedido (Diário Oficial, item 916).

Nos termos do artigo 30º parágrafo 1 da Lei de Cidadania Polaca, as pessoas podem ser reconhecidas como cidadãos polacos quando,

1. O estrangeiro reside de forma contínua no território da República da Polônia há pelo menos três anos, de acordo com visto expedido, de visto de residência para cidadão da comunidade europeia, de visto de residência de longa duração, ou direito de visto de residência permanente, ter uma renda estável e regular dentro da República da Polônia, possuir escritura legal de imóvel ocupado;

2. O estrangeiro residente continuamente no território da República da Polônia há pelo menos dois anos, nos termos de visto expedido, visto de residência para cidadão europeu para residência de longa duração, ou direito  de visto de residência permanente, sendo, por pelo menos 3 anos casado com uma cidadã (ão) polaca (o), ou é apátrida;

3. O estrangeiro residente continuamente no território da República da Polônia há pelo menos 2 anos, nos termos de visto de residência obtido através do status de refugiado, concedido pela República da Polônia;

4. O estrangeiro menor de idade, cujo pai é cidadão (ã) polaco (a), residente no território da República da Polônia nos termos de visto de residência, visto para   europeus de residência de longa duração, ou visto residência permanente, enquanto que o outro progenitor, sendo um cidadão não-polaco, deu seu consentimento para o reconhecimento da cidadania do menor;

5. O estrangeiro menor de idade, cujo pelo menos um dos pais tenha renunciado à nacionalidade polaca, desde que, com a condição de que o menor foi residir no território da República da Polônia nos termos do visto expedido, visto para   europeus de residência de longa duração, ou visto de residência permanente, enquanto o segundo cônjuge, seja um cidadão não-polaco, deu seu consentimento para o reconhecimento da cidadania do menor;

6. O estrangeiro residente continuamente e legalmente no território da República da Polônia, pelo menos, há 10 anos, que cumpre conjuntamente as seguintes condições: de acordo com visto expedido, de visto de residência para cidadão da comunidade europeia, de visto de residência de longa duração, ou direito de visto de residência permanente, ter uma renda estável e regular dentro da República da Polônia, possuir escritura legal de imóvel ocupado;

7. O estrangeiro residente continuamente no território da República da Polônia há pelo menos 2 anos, nos termos de visto de residência (estudante por exemplo), o qual foi concedido, por sua relação de descendente de pessoas de  origem polaca.

Simultaneamente, o artigo 20 Seção 2 dispõe que um estrangeiro (com as exceções de pontos 4 e 5 acima, menores, ou seja, cujo um dos pais já tem cidadania polaca) que solicita o reconhecimento como cidadão polaco, deve ter confirmado oficialmente o conhecimento do idioma polaco.
A cidadania polaca é reconhecida a pedido de uma parte interessada e deve estender-se a seus filhos (as), desde que o pai tenha concordado, ou que, no caso, da criança que já  completou 16, também é necessário o consentimento desta.
No entanto, nos termos do artigo 31 da Lei,  o pedido de um estrangeiro para ser reconhecido como um cidadão polaco deve ser indeferido no caso dele / dela não ter cumprido os requisitos obrigatórios, especificados acima, previsto no artigo 30 seção 1, ou se a aquisição da cidadania polaca por essa pessoa representa uma ameaça à defesa e segurança nacional, ou para a segurança e ordem públicas.

Requerimento padrão para solicitação do reconhecimento da cidadania polaca (em idioma polaco)

Polacos não querem o Euro

50 złoty - algo em torno de 30 reais

Os polacos continuam contra a adoção do euro, afirmou o diário Gazeta Wyborcza nesta terça-feira, citando uma pesquisa realizada pela CBOS. 
A pesquisa realizada em fevereiro mostra que 64% dos entrevistados é contra a adoção do euro e 29% são a favor, de acordo com o jornal. 
Indecisos somavam 7%. Os resultados estão em linha com os dados de uma pesquisa do Homo Homini publicada no jornal Rzeczpospolita no final de março. 
A Polônia concordou em adotar a moeda comum europeia quando aderiu à União Europeia em 2004, mas não especificou uma data. O apoio para a moeda única caiu nos últimos anos uma vez que a Polônia tem se saído melhor do que alguns países da zona do euro. 
As informações são da Dow Jones.

sexta-feira, 29 de março de 2013

O que é o Śmigus-Dyngus


Śmigus-Dyngus é a comemoração da segunda-feira, pós domingo de Páscoa, na Polônia. Conhecida como a segunda-feira molhada. 
Celebrações semelhantes são realizadas na República Tcheca, na Eslováquia (Oblévačka em checo, Oblievačka em eslovaco, ambas significando "Rega") e na Hungria, onde é conhecido como Vízbevető ou "Mergulhe água na segunda-feira".
Tradicionalmente, os meninos jogam água sobre as meninas que passam sob suas janelas, nas praças, ruas e campos. As meninas, por sua vez, batem nos meninos com ramos com painas de salgueiro. 
Isto é acompanhado por uma série de rituais, como fazer declarações em verso e batendo de porta em porta como numa procissão. 
Em algumas regiões da Polônia, os meninos se vestem como se fossem ursos. As origens da celebração são incertas, mas são dos tempos pagãos (antes de 1000 A.C.). Os primeiros registros escritos datam do século 15. 
A celebração continua a ser praticada tanto na Europa Central como nos Estados Unidos, onde é grande a presença da etnia polaca. Ali a festa evoluiu para uma combinação de tradições polacas e com elementos patrióticos americanos.
Enquanto fazem a festas meninos cantam, "Dyngus, dyngus, po dwa jaja; nie chce chleba tylko jaja. ("Dyngus, dyngus, para dois ovos; Eu não quero pão mas ovos").
As meninas tentam fugir da molhadeira, escondem-se, mas para serem resgatadas dão como pagamento aos rapazes "pisanki" (ovos pintados), considerados amuletos mágicos que trazem boas colheitas, bem sucedidas relações sexuais e partos saudáveis.
Apesar de, em teoria, as meninas deverem esperar até no dia seguinte para obter a sua vingança, molhando também os meninos, na prática, ambos jogam água uns sobre os outros no mesmo dia.
Os ramos de painas de salgueiros parecem ter sido adotados como uma alternativa para a folhas de palmeira usada em outras partes como celebrações da Páscoa, porque as palmas não existiam na Polônia.
Os ramos de painas foram abençoados pelos padres no Domingo de Ramos, após o que, os paroquianos chicoteavam uns aos outros com os ramos de salgueiro cantando, "Nie ja bije, Wierzba bije, za tydzień, wielki Dzień, za sześć noc, wielkanoc" ("Não sou eu quem bate, o salgueiro é quem bate, daqui uma semana, no grande dia, daqui a seis noites, na grande noite da Páscoa ").

A música tradicional do Śmigus-Dyngus (pronuncia-se chmingus dingus)"

"Seu pato me disse
Que você já fez um bolo
Sua galinha me disse 
Que ela botou numa cesta, meia dúzia de ovos 
Sua porca me disse que você matou seu filho
Se não foi seu filho, então foi sua filha pequena
Dê-me alguma coisa, nem que seja um pouco de sua gordura
Quem não for generoso hoje
Pode contar que não terá o céu."

Origens
A celebração tem origens pré-cristãs e envolvem as festas do equinócio de março. As origens da palavra "Dyngus" são obscuras. Alguns sugerem que pode ter influência saxônica, "dingeier" ("os ovos tem dono") ou "dingnis" ("resgate").
A ocorrência da celebração em todos os países ocidentais eslavos, mais a Hungria (cujos antepassados ​​conquistaram uma região anteriormente habitada por eslavo ocidentais - polacos, eslovacos e tchecos) sugere uma origem comum na mitologia pagã, provavelmente uma ligação com as deusas da fertilidade eslavas.
Pode, eventualmente, estar relacionada com a tradição de regar os cabelos das espigas de milho, para fazer crescer os pés da plantação e foi representado, em algum momento, na forma de uma boneca, ou de uma grinalda feita a partir dos cabelos do milho.
Isto seria simbolicamente encharcado em água e mantido durante o inverno, até que seu grão fosse misturado com a semente de milho para garantir uma boa colheita.
Com o tempo, a crescente influência do cristianismo na Polônia incorporou as celebrações do Dyngus, juntamente com outras práticas pagãs, em festas cristãs como a segunda-feira de Páscoa.
Alguns sugerem ainda, que o uso da água é uma alusão ao batismo de Mieszko I, o Duque dos Polanos (c. 935-992), que em 966 dC, uniu toda a Polônia, sob a bandeira do cristianismo.
Originalmente "śmigus" e "dyngus" eram duas festas separadas. O "śmigus" envolve o ato de jogar água (oblewanki), e o "dyngus", subornando os molhadores com "pisanki" (ovos de galinha pintados e decorados) para escapar do "śmigus". Mais tarde, ambas as tradições se fundiram num dia só, pois enquanto o "śmigus" era comemorado na segunda-feira, o "dyngus", na terça-feira. 
Em 1410, as festas foram proibida pelo bispo de Poznań, em um decreto intitulado "Dingus Prohibitur", que instruiu os moradores para não "incomodar ou importunar os outros no que é chamado universalmente de Dingus".

quarta-feira, 27 de março de 2013

100 mil saíram as ruas em Katowice para protestar


Cerca de 100 mil pessoas protestam hoje no Sudoeste da Polônia. A manifestação contou com a participação de mineiros, trabalhadores do transporte e de centros de saúde. 
Nas voivodias (estados) do sudoeste do país, durante algumas horas, foi suspenso o serviço de transporte ferroviário, centenas de escolas cancelaram as aulas, os hospitais quase paralisaram o atendimento. 
Os manifestantes pedem mais segurança no trabalho, aumentos de pensões e proteção do governo em minas de carvão. As manifestações que duraram quatro horas na região de Silésia foram comandadas pelo sindicato Solidariedade
Eles exigem incentivos fiscais para as empresas durante o tempo de inatividade, uma indenização às empresas afetadas pelas obrigações da Polônia de controlar as emissões para a atmosfera, bem como rejeitam a reforma da educação e saúde que prevê a redução do financiamento estatal de escolas e hospitais. 
 Os manifestantes pediram ao governo do primeiro-ministro, Donald Tusk, para melhorar o código trabalhista com a finalidade de dar às companhias mais flexibilidade nas horas de trabalho em momentos de crise, e reestruturar o sistema de saúde debilitado e ineficiente. 
Os membros do sindicato realizaram ações de apoio em Katowice, Gdansk e algumas outras cidades da Polônia. 
O ministro da Economia, Janusz Piechocinski, afirmou que o governo conversou com os sindicatos, que haviam pressionado por demandas "inaceitáveis", que onerariam o orçamento do Estado já apertado. 
A região da Silésia foi a mais próspera da Polônia durante o período comunista, mas tem sido afetada desde 1990 pelo fechamento de muitas minas e siderúrgicas. 
Se as autoridades não aceitarem o diálogo, os sindicatos ameaçam exigir a renúncia do governo.
 As informações são da Associated Press e da Radio Voz da Rússia.

A revolta estudantil de março de 1968 na Polônia


Em 30 de março de 2008, Adam Michnik, fundador do jornal diário "Gazeta Wyborcza", concedeu entrevista ao jornal francês "Le Monde" sobre os acontecimentos em 1968, na Polônia.
No mesmo momento em que o mundo ocidental era varrido pela revolta estudantil, na Europa Central aconteciam dois movimentos também importantes na esfera mundial, que foram a "Primavera de Praga", na então Tchecoslováquia e o Expurgo do Judeus da Polônia.
O  estopim para as autoridades polacas começarem a expulsar os judeus ocorreu naquele 8 de março quando os policiais entraram em conflito com os estudantes, que protestavam diante da estátua de Adam Mickiewicz, em Varsóvia contra a censura a peça de sua autoria, "Os avós".
A alegação dos censores era de que a peça era um manifesto contra a Rússia.
Os líderes estudantis foram expulsos da universidade. Isso, deu início a uma série de manifestações e repressões que se estenderam a outros centros e cidades.
Os manifestantes foram dispersados com violência. Muitos foram detidos. A contestação tomou conta da Escola Politécnica de Varsóvia e das Universidades de Cracóvia e de Wrocław.
"A revolta espontânea dos estudantes foi para o chefe do Partido Comunista polaco na época, Wladysław Gomułka, um bom pretexto para se impor aos seus rivais na disputa pelo poder", considera o historiador Dariusz Stola.
"Criticado por sua tendência autoritária por militantes comunistas de origens judaicas e intelectuais, Gomułka teve a chance de desacreditá-los, já que um bom número de líderes da revolta estudantil eram filhos ou filhas de intelectuais judeus comunistas", como Adam Michnik.
Segundo Stola, "Gomulka tinha muito medo de que a Polônia fosse 'contaminada' pelas reformas tchecoslovacas da Primavera de Praga", esmagada pelos tanques russos do Pacto de Varsóvia, em agosto de 1968.
Com a ajuda da polícia política e dos radicais do partido, o chefe do PC polaco, Gomułka, deu início à caça ao "judeu comunista". Aproximadamente 20 mil pessoas foram obrigadas a abandonar o país e 13.500 delas perderam a nacionalidade entre 1968 e 1970, segundo documentos encontrados nos arquivos do Estado.
"Não tenho sentimento algum de nostalgia por meu país natal", afirma Nelly Plotzker, 62 anos, que fugiu da Polônia em 1968 para viver em Israel. "Vimos que era preciso partir e fizemos o que as autoridades nos fizeram fazer", conta a polaca-israelense.
Małgorzata Melchior, 57 anos, decidiu em 1968 permanecer na Polônia. "Meu irmão mais velho decidiu emigrar para a Suécia. Nosso pai queria sair também, mas eu, uma estudante de 17 anos, não queria ouvir falar disso", diz ela.
Um grupo de intelectuais polacos, dentre os quais o cineasta Andrzej Wajda e o Prêmio Nobel de literatura Wisława Szymborska (falecida), fizeram um apelo ao então presidente Lech Kaczyński para pedir uma restituição automática da nacionalidade polaca aos judeus obrigados a emigrar em 1968.
"Entre os crimes comunistas, a infâmia de março de 1968 permanece como um evento que pesa particularmente sobre a consciência polaca", escreveram os signatários do apelo.
Em março de 2008, o ministro do Interior, Grzegorz Schetyna, passou a expedir certificados de nacionalidade polaca às pessoas (na sua maioria polacos de origem judaica) que a perderam em 1968.
Muitos cidadãos israelenses, por esta lei, já foram contemplados nos primeiros meses após a promulgação da Lei, com a cidadania polaca. Grande parte deles, não por um sentimento de carinho pela Polônia, mas porque a cidadania é extensiva a toda a União Europeia.
Em muitos destes, que readquiriram a cidadania polaca, o antipolonismo é latente e exagerado. Alegam que fazem o reconhecimento da cidadania, pela possibilidade de livre acesso à União Europeia e alardeiam que a Polônia é antissemita.
De alguma forma eles tem suas razões, pois este antissemitismo é cultivado e disseminado pela emissora católica conservadora, Radio Maryja e principalmente pelo seu fundador Padre Tadeusz Rydzyk, além de suas televisões à cabo,  como o canal "Trwam" e outros jornais que representam os setores ultranacionalistas. 
Um herói do célebre sindicato Solidariedade e fundador do jornal diário "Gazeta Wyborcza", Adam Michnik comenta, em entrevista ao "Le Monde", sobre os eventos que marcaram o movimento estudantil de 1968, na Polônia e suas consequências nas décadas seguintes, as quais acabariam por derrubar a União Soviética, à partir dos estaleiros de Gdańsk
Apesar de ter sido ele mesmo vítima dos acontecimentos de março de 1968 na Polônia, Adam Michnik foi "esquecido" por ocasião da cerimônia oficial comemorativa, em 8 de março de 2008, realizada na presença do presidente conservador Lech Kaczyński (falecido na tragédia de Smoleński),  ele mesmo, um primo distante de Michnik, como pode-se ler no final desta entrevista. 

Entrevista 

Le Monde - Na Polônia, o movimento de estudantes e de intelectuais, que nasceu a partir da suspensão das apresentações da peça "Os Avôs", de Adam Mickiewicz (1798-1855, poeta e escritor polaco) no Teatro Nacional de Varsóvia foi utilizado como pretexto pelo poder comunista para deslanchar a sua vasta campanha antissemita...

Adam Michnik - Aquela era uma campanha contra os intelectuais e contra as liberdades. Na História, não existem apenas lutas vitoriosas. O mês de março de 1968, viu a vitória de uma política extremamente chauvinista, xenófoba e autoritária, além da nossa derrota. Uma verdadeira derrota. Três semanas depois de ter sido iniciado, o nosso movimento foi liquidado pela máquina policial. A maioria dos líderes do movimento acabou sendo encarcerada. Foi uma campanha brutal, que também resultou nos processos e nas expulsões de professores e de estudantes. O levante de 1968 também foi o primeiro movimento de massa contra a ditadura. Este movimento, que foi fomentado pela nova geração, aquela que nascera na Polônia comunista, teve continuidade alguns anos depois. A tradição da jovem democracia polaca havia nascido. 

Le Monde - Devemos concluir então que em 1968, a sua geração abriu caminho rumo à liberdade? Aquele que a conduziria aos protestos operários de Gdansk, à criação do Comitê de Defesa dos Operários (KOR), e depois ao sindicato Solidariedade?
Adam Michnik - O KOR, e mais tarde o Solidariedade, constituíam uma ampla confederação, que por sua vez tinha origem em inúmeras fontes. O movimento de 1968 era uma delas, mas não a única. 

Le Monde - Por que os movimentos de protesto polacos, que estavam germinando havia meses, encontraram a sua expressão em 1968? 
Adam Michnik - Estes são os segredos da situação revolucionária! Na Polônia, a inspiração tchecoslovaca certamente exerceu a sua influência sobre o movimento. Em março de 1968, os estudantes tinham como slogan "Toda a Polônia aguarda seu Dubcek" (Alexander Dubcek, 1921-1992, antigo líder do Partido Comunista da Tchecoslováquia, iniciou as reformas da "Primavera de Praga" em 1968). Se a evolução democrática era possível em Praga e em Bratislava (capital da Eslováquia, então parte da Tchecoslováquia), por que não em Varsóvia? Mas o movimento polaco foi também, para nós, uma surpresa. Ninguém havia imaginado que o ato de protesto contra o cancelamento da temporada de "Os Avôs", no Teatro Nacional em Varsóvia, em janeiro, seria o ponto de partida de um vasto movimento estudantil. Proibir apresentações de uma peça de Mickiewicz, que é para os polacos o que é Victor Hugo para os franceses, era intolerável. Os nossos protestos foram fortalecidos e repercutidos pela revolta de grandes escritores, entre os mais conhecidos e os mais respeitados na Polônia - Andrzejewski, Sloniński, Kolakowski. No início de março, o governo decidiu expulsar vários estudantes, entre os quais, eu, estava incluído. Aquele foi um momento decisivo. Como resposta, nós organizamos um grande comício no campus da universidade de Varsóvia. Mas ninguém havia imaginado que o dia 8 de março seria o primeiro dia de um grande movimento que se disseminaria por várias universidades na Polônia. 

Le Monde - O que o senhor tinha em mente, naquela sexta-feira, 8 de março de 1968, aos 21 anos, no pátio da Universidade de Varsóvia, diante dos inúmeros estudantes que estavam reunidos naquele ato de protesto contra a sua exclusão?
Adam Michnik - Eu me opunha à ditadura, é claro. Para os meus amigos e para mim, aquele era um ato de protesto em nome do socialismo democrático. Aquela era a língua universal da época, a da "Primavera de Praga", entre outras.

Le Monde - Na época, os movimentos de protesto que tomaram conta da Europa, do Leste ao Oeste, tiveram protagonistas da mesma geração. Apesar de lutarem por opções que, contudo, eram radicalmente opostas em 1968, teriam eles lutado em defesa dos mesmos valores?
Adam Michnik - Esses movimentos eram profundamente diferentes. Os slogans que eram clamados na Sorbonne ou em Berlim Oeste eram dirigidos contra o capitalismo, a sociedade de consumo, a democracia burguesa definida como uma pseudo-democracia, e, além disso, também contra os Estados Unidos e a guerra do Vietnã. Para nós, era uma luta em prol da liberdade na cultura, nas ciências, na memória histórica, em prol da democracia parlamentar, e, por fim, no que veio a ser visível, sobretudo, na Tchecoslováquia, contra o imperialismo soviético, não o americano.

Le Monde - Em 1968, a Polônia também foi o palco dos expurgos antissemitas orquestrados pelo general Moczar, que atingiu inicialmente os quadros do partido em nome de uma campanha antissionista, e depois provocou o êxodo de 15 mil polacos de origem judaica.
Adam Michnik - Por que Moczar e seus asseclas utilizaram a linguagem antissionista e antissemita? Em primeiro lugar, em função das suas convicções nacionalistas, chauvinistas, que também lhes permitiram alinhar-se com Moscou contra Israel. Segundo, porque isso lhes permitiu instaurar divisões entre os quadros do regime. Tradicionalmente, muitos apparatchiks (membros da hierarquia do partido comunista) tinham origens judaicas, e não apenas no aparelho do partido, como também nos hospitais e na universidade. E finalmente, porque eles se baseavam na tradição, forte na Polônia, do movimento nacionalista Endecja, cuja linguagem era o antissemitismo. Ao recorrer a esta linguagem, o poder comunista procurou fincar raízes na tradição polaca.

Le Monde - Foi preciso esperar por 20 anos, até 1988, para que o poder comunista polaco reconhecesse pela primeira vez o caráter antissemita dos eventos de 1968, ainda que livrando de toda responsabilidade os quadros do partido. Aquilo chegou a ser considerado como suficiente?
Adam Michnik - Foi inaceitável. Até o fim, a grande maioria dos "apparatchiks" permaneceu silenciosa em relação àqueles fatos. Atualmente, 40 anos depois, a situação está completamente mudada. Os pós-comunistas, em sua maioria, nos seus discursos públicos, são absolutamente contra o chauvinismo étnico. Eles utilizam a linguagem dos social-democratas ocidentais. Paradoxalmente, o discurso antissemita populista migrou para a direita, não só com Roman Giertych e sua Liga das Famílias Polacas. Tendências antissemitas bastante fortes estão despontando nos meios de comunicação, tais como os jornais diários "Nasz Dziennik" (dirigido pelo Padre Rydzyk), "Nasza Polska", e, de vez em quando, até mesmo o "Rzeczposposlita", que aposta na ambivalência.

Quem é Adam Michnik



Ele nasceu em 17 de outubro de 1946, em Varsóvia, na Polônia. Filho de Ozjasz (Uzziah) Szechter, um comunista polaco judeu muito conhecido (Primeiro Secretário do Partido Comunista do Oeste da Ucrânia) e de Helena (Hinda) Michnik, escritora de livros infantis e uma comunista fervorosa. Adam Michnik se define a si mesmo como um polaco de origens judias.
Especialistas em genealogia afirmam que Michnik é um primo distante dos gêmeos Lech e Jarosław Kaczyński. Isto porque, pelo lado materno, Adam é neto de Hirsch Michnik, que juntamente com sua esposa Perła de Grünwaldów viviam com seus três filhos em Cracóvia, na ulica (rua) św. Sebastian, nr. 34, onde também vivia o bisavô de Adam Michnik, Selig Michnik, com a idade de 65 anos, um conhecido talmudista de Cracóvia.
Ainda pelo lado materno, Adam é bisneto de Hillel Schmeidler, que era irmão de Sarah e cujo marido tinha um irmão, Symche Wachtel, que por sua vez, era marido de Eidel Mendelsohn, cuja irmã, Chawa, era sogra de Julia Bergson.
Esta senhora por sua vez teve como primeiro marido, o pintor Aleksander Lesser conhecido irmão do nobre (magnata) Zygmunt Lesser, casado com a também nobre Laura Krasicka, viúva do magnata Edward Dunin-Borkowski.
Este por sua vez, era primo de Helena Wolski, esposa do general Jan Krukowiecki. A filha do general Krukowiecki, Bronisława Olszewska era irmã de Julia que é a trisavó (tataravó) de Lech (presidente da república falecido) e Jaroslaw Kaczyński (ex-primeiro-ministro e presidente do Partido PiS - Direito e Justiça (de extrema-direita).
Adam Michnik é o fundador e editor-chefe do principal jornal polaco da atualidade, o Gazeta Wyborcza, onde às vezes escreve sob o pseudônimo de Andrzej Zagozda ou Andrzej Jagodziński.
Adam foi um dos principais organizadores da oposição democrática ilegal na Polônia, nos anos 60, 70 e 80.
Historiador, ensaísta, jornalista político. Ele recebeu muitos prêmios, incluindo a distinção de Cavaleiro da Legião de Honra da Polônia.