sexta-feira, 26 de maio de 2017

Melhor filme polaco 2017: Estados Unidos pelo Amor

Filme polaco participante do 66º Festival de Cinema de Berlim

Olhar sobre a miséria emocional (e sexual) de um grupo de personagens femininas, tendo como pano de fundo a Polônia recentemente “libertada” de 1990, United States of Love (no Brasil recebeu o título "Estados Unidos pelo Amor") é o primeiro filme de Tomasz Wasilewski, uma das coqueluches do novo cinema polaco.


Primeira crítica
É um filme lúgubre até dizer chega, mesmo em questões relacionadas com a superfície da imagem — por exemplo aquela fotografia desbotada, reminiscente da cores de uma VHS deteriorada, como se a reconstituição de uma memória da época também passasse por aí (e, na verdade, há mesmo uma cena em que é preponderante um cassete VHS).


United States of Love
Direção:
Tomasz Wasilewski
Atrizes:

Mas se o filme tem méritos, principalmente o trabalho sobre os planos longos (em especial um, quase no final, pontuado por um grande poster de Whitney Houston), a imbuírem o sexo e a nudez, ambos abundantes, de uma atmosfera desolada que homenageia o pornográfico para ser “anti-porno”, nunca encontra a forma de ultrapassar a ilustração de uma agenda temática binária e contrastante.

Que é isto: a Polônia livrou-se do comunismo, tem aberto o caminho para a democracia e para o “mundo livre”, e no entanto não há euforia nenhuma, o sexo é triste, as pessoas vivem num torpor que, simbolicamente, talvez comece a ser sacudido (ou “expelido”) no último plano, que mostra uma das personagens a vomitar.

Psicologicamente entranhado, desenhando cuidadosamente (para não dizer calculisticamente), através de detalhes, um mapa social da Polônia de 90 (do catolicismo, através da personagem do padre, à imigração, no marido ausente que podia ser uma das personagens do Moonlighting de Skolimowski), United States of Love é uma miniatura esquemática que se vê como uma espécie de adendo, ou de posfácio apócrifo, ao Decálogo de Kieślowski, que com maior complexidade e muito menos cinismo estabeleceu um retrato, “ao vivo”, da vida polaca nos últimos anos da década de 80 e da época do comunismo.

A relação é claramente permitida pelo filme, porventura até deliberadamente, mas onde Kieślowski ampliava, fazendo tudo vibrar num novelo de ressonâncias morais (ou mesmo moralistas), Wasilewski reduz, nada ressoando senão o eco de um niilismo que devota às suas personagens ao abandono — e a um certo desprezo por parte da câmara (consequência involuntária dos planos longos e fixos: o enquadramento, a composição, são valores absolutos, incapazes de se comoverem pelas personagens). Objeto interessante mas limitado, e resolutamente “pós”, mais no mau sentido da expressão do que no bom.
Crítica de: Luís Miguel Oliveira
Adpatação para o português do Brasil: Ulisses Iarochinski
Fonte: Jornal "Público", de Lisboa

Segunda Crítica
É difícil adentrar o universo deste drama polaco. Começamos sem uma apresentação propriamente dita: num jantar, as personagens principais conversam sobre fatos específicos, íntimos, sem que o espectador entenda quem é cada uma delas, ou em que contexto os diálogos se inserem. Elas falam depressa, atropelando as frases alheias.

A direção de fotografia é outro empecilho: as imagens estão estranhamente dessaturadas, com poucos objetos em cor viva, como em determinados filtros do Photoshop ou Instagram.

"Estados Unidos Pelo Amor" surpreende pela artificialidade. A cidade vazia, a simetria perfeita dos planos e os terraços de prédios filmados como se estivessem sobre um fundo verde indicam um universo fantástico, próximo do pesadelo. Os conflitos são múltiplos, mas desprovidos de contexto: as cenas de sexo se multiplicam sem causa nem consequência, os fatos são às vezes fortuitos, às vezes implausíveis (a mulher que vê o padre nu sem ser percebida, a personagem idosa que se infiltra na piscina para admirar uma vizinha).

Este é um filme essencialmente voyeurista, operando numa lógica além do real. Depois de algum tempo de projeção, talvez seja possível atravessar a espessa camada de estetismo para chegar ao cerne humano da história.

A narrativa acompanha a vida de quatro mulheres, descritas por problemas afetivos: Agata (Julia Kijowska) detesta o marido e tem desejos pelo padre; Iza (Magdalena Cielecka) é uma diretora de escola apaixonada pelo pai de um aluno, mas rejeitada; Renata (Dorota Kolak) acaba de se aposentar e desenvolve uma fascinação erótica pela vizinha modelo; e a própria vizinha, Marzena (Marta Nieradkiewicz), sofre com a falta de perspectivas profissionais.

Todas são vistas nuas, em cenas de sexo deprimentes no melhor dos casos, ou abusivas nos casos mais graves. As histórias se desenvolvem em segmentos separados, mas sem divisão formal em tela (nada de letreiros ou algo do tipo). Estados Unidos Pelo Amor mira num objetivo ousado: as ânsias amorosas e profissionais das mulheres num país em crise financeira e de valores.

Os homens da história são distantes ou dominadores, completando o cenário no qual nenhum personagem é realmente feliz. Talvez a maior deficiência do projeto seja o retrato invariavelmente patológico: as mulheres são obsessivas ou paranoicas, neuróticas ou histéricas. Nenhuma é definida pelos gostos, pelas posturas ideológicas ou pelos planos futuros.

O diretor Tomasz Wasilewski oferece uma galeria de sintomas ambulantes. Mesmo assim, as atrizes oferecem uma ótima construção de personagens difíceis, que poderiam se tornar caricaturas nas mãos de intérpretes menos qualificadas. Rumo ao final, conhecemos melhor estas mulheres tristes, mas a estranheza do projeto se mantém: este é um drama que fala sobre questões realistas com estética artificial, uma narrativa melodramática em condução fria, um retrato ora atento ao sofrimento feminino, ora condescendente com os abusos psicológicos que pretende denunciar.
Crítica: Bruno Carmelo
Site: Adoro Cinema

O filme realizado em 2016 e foi lançado no Brasil, em dezembro do ano passado, em algumas salas de cinema apenas.

Recebeu os prêmios:
- Prêmio do Cinema Europeu de Melhor Roteirista 2016: Tomasz Wasilewski,
- Prêmio da Academia Polaca de Melhor Edição 2017: Beata Liszewska
- Prêmio da Academia Polaca para melhor atriz 2017: Dorota Kolak
- Prêmio Passaporte Polityka para melhor Filme de 2017: Tomasz Wasilewski

Trailer exibido em Portugal:





Trailer exibido no Brasil

terça-feira, 16 de maio de 2017

Palavras polacas - 18



Pronúncia

Nożyczki - nójitchqui (tesoura)
Obcinarka do paznokci - óbtchinárca dó pasktchi (cortador de unha)
Pilnik - pilnik (lima para unhas)
Pęseta - penseta (pinça)
Cążki do skórek - tssonjiqui dó scurék (alicate de cutícula)
Dłutko do skórek - dúutco dó scurék (cinzel de cutícula

A maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto a sílaba tônica, ou forte é a penúltima.
Estão sublinhadas e em negrito as sílabas fortes, tônicas.
Uma consoante sozinha no final das palavras, não é uma sílaba, portanto, não é a última.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Fotógrafa brasileira expõe em Cracóvia

Uma brasileira, carioca, paulista de adoção, filha de polaca expulsa junto com seus avôs da Polônia, pelas atrocidades da Segunda Guerra Mundial, teve três de suas fotos, escolhidas para representar o Brasil, na exposição "Polish Paradise", que abre neste 19 de maio, na Galeria Lue Lue, na ulica (pronuncia-se ulitssa e traduzida para rua) Miodowa (pronuncia-se miódóva e traduzida para "do mel") nrº 22, no bairro judeu do Kazimierz (pronuncia-se cájimiéj e traduzida para Casimiro), em Cracóvia.

Seu nome: Ana Cristina Panek.

As fotos escolhidas:
"Não existe escuridão suficiente no mundo capaz de apagar a chama de uma pequena vela."
Gautama Buddha

"Ao longo de um inverno, eu aprendi, que existe dentro de mim, um indestrutível verão."
Albert Camus
"Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história."
Hannah Arendt

























As três fotos já fizeram parte da exposição "Minha Polônia", que Ana Cristina realizou, em São Paulo, no Espaço Oficina, ano passado, de 8 de março a 15 de maio.
Agora é a vez destas fotos transporem o Atlântico mais uma vez, agora não mais na memória da máquina fotográfica, mas em painéis e poderem ser vistas por milhares de pessoas em Cracóvia, na Polônia.

A exposição "Polish Paradise" (Paraíso Polaco) com fotos de nove fotógrafos  estrangeiros apresenta as perspectivas e impressões que fizeram da Polônia a casa de cada um deles. Através das lentes de suas câmeras, eles capturaram com nitidez incomum a beleza, simplicidade e nuances da realidade polaca.
Segundo os organizadores da mostra é extremamente importante enfatizar a presença destas pessoas na sociedade polaca, a contribuição delas no contexto da tradição, língua e história. E principalmente mostrar a forma como estes fotógrafos moldam sua compreensão da identidade polaca.
Ainda segundo os objetivos da exposição, este olhar estrangeiro, captura em um ambiente de diversidade étnica verdadeiramente multicultural, os valores e crenças que coexistem não só como um elemento bonito, mas também como impulsos no sentido de prosperar ainda mais o acolhimento tão necessário no processo de adaptação e assimilação.

Nos meios de divulgação da exposição é salientado que a questão do pluralismo cultural "nunca foi mais importante do que é hoje, mas que se a identidade foi igualmente crucial para as gerações anteriores, assim o é para as sociedades modernas".

No convite, a frase do mais importante jornalista polaco de todos os tempos Ryszard Kapuściński, "Inny (…) to zwierciadło, w którym się przeglądam, które uświadamia mi, kim jestem.” (Outros (...) são o espelho no qual eu olho para mim e que me diz quem eu sou.) soa como um epíteto, mas também traduz de forma clara qual é o objetivo da exposição cracoviana.

A representante brasileira Ana Cristina Panek se define como "uma brasileira totalmente polaca". Ela explica dizendo que, "parece fácil me definir com essa simples frase, mas ao refletir em sua essência, sinto uma súbita asfixia, um caso de melancolia Vistuliana."

Panek reconhece que precisou de muita coragem para se definir desta forma, "pois significa dizer que sou descendente de um país obsessivamente insano sobre sua própria história, mas que adora ostentar sua magnífica alma heróica."

Segundo ela, "ser polaco, é nunca ser neutro". Assim ao se assumir com este perfil, ela está aceitando seu envolvimento através de "emoções extremas de amor e ódio".
Talvez tenha sido isso que motivou essa cientista brasileira a buscar na fotografia um meio de "sublimar estes sentimentos, permitindo-me um distanciamento da realidade de forma a conhecer e muitas vezes entender".



Ana Cristina Panek começou a, de fato, conhecer a Polônia em 2008, quando pela primeira vez acompanhou a mãe Anita em seu retorno à sua terra natal, Cracóvia.
Junto com a mãe percorreu ruas, praças, lugares desconhecidos de seus olhos, mas vivos em sua memória, através das recordações maternas. Foram momentos de reconhecimento de sua própria identidade. Desde então procurou formas de registrar estas emoções através das lentes da máquina fotográfica.


Ao analisar o resultado de suas impressões nas centenas de fotos que foi clicando pelos caminhos da capital cultural e coração da Polônia, Ana Cristina afirma que, a "Minha Polônia é um estado de espírito: uma loucura coletiva dócil e uma beleza singela. Existe um profundo paradoxo: vejo a beleza e vejo o lado obscuro de quase tudo. Para mim, estas lições de impermanência são amaciadas pelos imutáveis escapes da minha vida. Preciso sempre de mais tempo. Sempre preciso, deixá-la de forma a poder voltar com uma nova perspectiva".

Ana Cristina Panek, nasceu no Rio de Janeiro, onde viveu até 1986, quando mudou-se para São Paulo. Filha da imigrante polaca Anita Dolly Panek. Casada com Pedro Soares de Araújo, tem um casal de filhos.

Formada em Biomedicina pela Universidade do Estado da Guanabara, especializou-se em Patologia. É mestre em biofísica e doutora em bioquímica.



A abertura da coletiva acontece no dia 20 de maio às 19 horas e permanece aberta até 30 de junho.

As fotos de Ana Cristina Panek, Behit Onat, Chris Wilson,  Cinar Timur, Lilit Muradian, Lylia Khudzik, Luca Mattia Vigilante, Nuno Vilela, Penny Turner poderão ser adquiridas na galeria cracoviana até o final de julho.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Hungria e Polônia cada vez mais autoritárias

Hungria e Polônia estão cada vez mais autoritárias e menos democráticas.


Estado da democracia na Europa Central e de Leste é cada vez mais preocupante, de acordo com o relatório Nations in Transit 2017.

Na Rússia, o nível de repressão e de violência contra a sociedade civil poderá aumentar este ano. O retrato para 2017 é tudo, menos animador: existem mais países em declínio democrático do que a melhorar, de acordo com o relatório da organização sem fins lucrativos Freedom House, apresentado este mês.

E quando concentramos a atenção na Europa Central e do Leste, o cenário chega a ser alarmante. E claro, existe ainda a Rússia, classificada como um regime autoritário consolidado. No que diz respeito ao país de Vladimir Putin, a Freedom House prevê que "com as autoridades a continuar evitando mudanças democráticas num ambiente turbulento, isso poderá significar um aumento do nível de repressão e mesmo violência contra a sociedade civil e atores políticos e de meios de comunicação independentes".

Mas enquanto o índice democrático tem piorado cada vez mais na Rússia nos últimos anos - numa escala de 1 a 7, sendo que o 7 é um regime pouco democrático, Moscou tem estado sempre acima dos 6,5 desde 2009 -, atualmente alarmante é a situação na Europa Central e de Leste.

Nesta região, 18 dos 27 países desceram o seu coeficiente democrático e, tendo em conta que dez deles pertencem à União Europeia, o cenário torna-se ainda mais preocupante. De acordo com o Nations in Transit 2017, são dois os que se destacam: Hungria e Polônia, países tidos como casos de sucesso na transição do comunismo para o capitalismo, mas que se estão se tornando regimes cada vez mais autoritários e menos democráticos.

"A grande diferença entre a Hungria de Orbán e a Polônia de Kaczyński, no entanto, é que o PiS está transformando o cenário polaco numa velocidade rápida e violando as próprias leis do país. Com uma supermaioria parlamentar, o Fidesz foi capaz de reescrever a Constituição e a estrutura legislativa de maneira formalmente legal, apesar de clara violação dos princípios da democracia liberal", explica num ensaio Nate Schenkkan, o diretor do Nations in Transit.

Outra das grandes diferenças entre os dois países é o fato de Viktor Orbán ser o primeiro-ministro eleito da Hungria e Jarosław Kaczyńsky ser apenas o líder do Partido Direito e Justiça (PiS) - uma condenação por fraude eleitoral impede-o de ocupar cargos públicos -, mas é ele quem controla governo e presidente. Classificada no relatório como uma democracia semiconsolidada, a Hungria tem visto o seu o índice democrático descer desde que Orbán chegou ao poder, em 2010, tendo este ano apresentado o maior declínio entre os países analisados.

"Na Hungria, o primeiro-ministro Viktor Orbán e o seu partido Fidesz têm-se consolidado no poder cada vez mais desde 2010, alimentando o fanatismo e o ódio através de uma campanha anti-imigração. Tendo passado os primeiros anos reescrevendo a Constituição, tomando conta dos tribunais e pervertendo o sistema eleitoral, o governo eliminou agora a maior parte dos jornalistas críticos e criou uma eficiente máquina de uso do Estado para fins privados e uma grande corrupção. Com as eleições de 2018 perto, o Fidesz está a virar as suas atenções para a sociedade civil, ameaçando varrer organizações suportadas por fundos estrangeiros", refere Schenkkan. O caso mais mediático tem que ver com a Universidade Centro-Europeia (CEU), localizada em Budapeste e fundada em 1991, pelo norte-americano de cidadania, mas húngaro de nascimento, George Soros.

A União Europeia abriu processo legal contra a Hungria por causa da ameaça de encerrar a CEU, afirmando que a nova lei de ensino superior húngara viola a liberdade acadêmica e os valores democráticos, dando um mês ao governo para responder. Horas antes, num debate no Parlamento Europeu, Orbán defendeu sua lei e disse que a Hungria continua comprometida com a UE, mas acusou Soros de "atacar" o seu país.

A UE pode impor sanções à Hungria se esta não responder de forma adequada, mas a margem para punir o país é limitada. A aplicação de sanções implicaria em unanimidade dos outros 27 Estados membros e Orbán conta com o apoio dos seus aliados da Polônia para impedir qualquer ação mais radical. Luta contra o Constitucional. A Polônia registou este ano a sua pior classificação no Nations in Transit desde a sua criação em 1995, o que se deve ao facto do PiS ter atuado de forma muito semelhante aos primeiros anos do Fidesz.

"Imediatamente depois de ganhar as eleições no final de 2015, o PiS montou um flagrante ataque ao Tribunal Constitucional e apressou uma ainda influente comunicação social pública ao mudar a lei de nomeação dos seus diretores de alto escalão e ao mudar a política editorial", escreveu o diretor da Freedom House. As mudanças no Constitucional - que Kaczyński já classificou como "o bastião de tudo o que é mau na Polônia" - levaram a Comissão Europeia a abrir uma investigação sobre o funcionamento do Estado de direito. Sem consequências até agora.

A situação no Parlamento também não é pacífica. Os deputados da oposição ocuparam a sala do plenário dias à fio por causa da decisão em limitar o acesso dos jornalistas aos trabalhos parlamentares, mas também porque pretendiam a repetição do debate e votação do Orçamento para 2017, que foi votado fora do plenário e só na presença de deputados aliados do governo.

Já este mês soube-se que Varsóvia está trabalhando num projeto de lei que permita deter candidatos a asilo em campos fronteiriços, defendendo que tal política teve bons resultados na Hungria.

Fonte: Diário de Notícias - Lisboa
Texto: Ana Meireles
Adaptação de texto para o português do Brasil: Ulisses Iarochinski

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Palavras polacas - 17


Pronúncia

Termofor- terfór (bolsa de água quente)
Wirus - virús (vírus)
Cytryny - tssêtrênê (limão)
Chusteczki - rustchqui (lenço)
Cebula - tssélá (cebola)
Czosnek - tchosnék (alho)
Syrop - sêróp (xarópe)
Lekarstwa - carstva (remédio)
Tabletki musujące - tablétqui musuiontsse (comprimido efervecente)
Termometr - térmétr (termômetro)

A maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto a sílaba tônica, ou forte é a penúltima. Estão sublinhadas as sílabas fortes, tônicas. Uma consoante sozinha no final das palavras, não é uma sílaba, portanto, não é a última.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Comunidade polaca de Curitiba celebra Święconka



Neste sábado, aconteceu no Bosque Papa Santo João Paulo II, em Curitiba, a tradicional benção dos alimentos da comunidade polaca da cidade e arredores.
Além da benção das cestas trazidas pelos moradores, houve apresentação de grupos folclóricos, corais e quermesse com comidas típicas.

Participaram os grupos Wisła e Junak de Curitiba, Wawel de São José dos Pinhais, Wesoły Dom de Araucária, Wiosna de Campo Largo e Szarotka de Balsa Nova. Também se apresentou a Banda Lira e Coral João Paulo II de Curitiba.

A benção dos alimentos Święconka foi oficializada pelo padre Kazimierz Długosz da Congregação Sociedade de Cristo.











Fotos: André Minatowicz

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Palavras polacas - 16


Pronúncia

Ręnka - renca (braço)
Ręce (plural) - rentsse (braços)
Ramię - ramien (ombro)
Ramiona (plural) - ramióna (ombros)
Łokieć -quiétss (cotovelo)
Łokcie - (plural) - ktchie (cotovelos)
Przedramię - pjédramien (antebraço)
Przedramiona (plural) - pjédramióna (antebraços)
Nadgarstek - nadgársték (pulso)
Nadgarstki (plural) - nadgárstqui (pulsos)
Dłoń - duónh (mão)
Dłonie (plural) - duónié (mãos)
Palec - létss (dedo)
Palce (plural) - páltssé (dedos)

A maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto a sílaba tônica, ou forte é a penúltima. Estão sublinhadas as sílabas fortes, tônicas. Uma consoante sozinha no final das palavras, não é uma sílaba, portanto, não é a última.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Polônia inaugura Museu da II Guerra Mundial


Museu sobre II Guerra Mundial inaugurado em Gdańsk apesar da oposição do Governo de ultradireita.

O novo museu de Gdańsk (norte da Polônia) sobre a II Guerra Mundial abriu hoje ao público apesar da oposição do Governo polaco, que considera seu conteúdo insuficientemente patriótico.

Foto: Cezary Aszkiełowicz
"Com este museu pretendemos abrir um debate na Polônia sobre a nossa própria história, e ao mesmo tempo servir de lição de história para os visitantes estrangeiros", disse o diretor do centro, Paweł Machcewicz, que nos últimos meses se envolveu numa polêmica com o governo para garantir a abertura das instalações com os conteúdos originalmente planejados.

O Ministério da Cultura polaco criticou a vertente pouco patriótica do Museu, por não demonstrar o sofrimento que a II Guerra Mundial provocou na Polônia ao optar por um contexto mais global na narração do conflito, e sugeriu alterações no seu conteúdo.

Foto: Cezary Aszkiełowicz
O centro começou a ser construído em 2008 com um custo de mais de 100 milhões de euros e foi uma aposta pessoal do atual presidente do Conselho europeu, Donald Tusk, quando era primeiro-ministro da Polônia.

As más relações entre Tusk e o líder do partido no poder na Polônia, Jarosław Kaczyński (pronuncia-se iáróssúaf cátchenhsqui), são conhecidas no país e o diretor do museu, Paweł Machcewicz (pronuncia-se pávéu márrhtssevitch), assegurou ter sentido diversas pressões.

Foto: Cezary Aszkiełowicz
Nomeado quando Tusk ainda era primeiro-ministro, queixou-se em inúmeras ocasiões de que o novo governo de extrema-direia tentou retirar-lhe a direção do centro, com o argumento de que os conteúdos da exposição não eram patrióticos.

Em primeiro de fevereiro deste ano, os tribunais deram razão a Machcewicz na sua disputa com o Governo, permitindo a abertura das instalações. A exposição inclui três tanques (norte-americano, russo e alemão), além de recordações de famílias no decorrer da guerra, armamento, uniformes e representações da vida quotidiana, com a recriação de habitações e espaços urbanos durante o conflito e da ocupação do país.

Foto: Cezary Aszkiełowicz


Fonte: Agência Lusa

terça-feira, 21 de março de 2017

Polacas nas ruas contra governo de ultradireita

Reportagem da Euronews

Mulheres polacas protestam nas ruas da Polônia contra governo de ultradireita

Alicja Bobrowicz
é jornalista na Gazeta Wyborcza, um jornal de esquerda pró-europeu. Ela diz que os valores europeus estão em perigo na Polônia, incluindo o Estado de direito e a liberdade de imprensa:
“Estou preocupada com a minha liberdade como jornalista. Há pouco tempo, jornalistas foram expulsos do parlamento polaco, o acesso foi restringido em parte. Torna-se mais difícil fazer o nosso trabalho. A liberdade de imprensa está muito limitada, não sei o que vai acontecer a seguir. Estamos muito preocupados com o nosso futuro”, disse.

Os protestos em massa estão na primeira página dos jornais próximos da oposição, mas são ignorados pelos veículos de comunicação estatais (TV e Rádios). Os populistas, no governo, fizeram com que os veículos estatais ficassem sob controle direto do governo, o que fez a Polônia cair para o lugar número 47 no índice mundial da liberdade de imprensa, apenas um lugar à frente da Mauritânia.

Será que as forças que apoiam o governo vão também conseguir controlar os veículos privados?
O governo quer limitar a participação de capitais estrangeiros. A estratégia é a chamada “repolonização” e pode mudar a estrutura acionista da imprensa regional, antes das eleições locais.

A Associação Polaca de Jornalistas é presidida pelo diretor de uma rádio ligada com a direita, que defende o projeto:
“Quando a Polônia adotou o mercado livre, éramos pobres. Por isso, conseguimos apenas uma pequena parte dos lucros, apesar de trabalharmos muito, ao longo dos últimos 27 anos. O plano do ministro das Finanças Morawiecki vai mudar esse panorama. É a ideia principal da limitação do capital estrangeiro e da repolonização da mídia”, diz Krzysztof Skowronski.

Mas a mídia privada nas mãos de empresários polacos estão também debaixo de fogo: A nova lei coloca em risco o grupo Agora, proprietário da Gazeta Wyborcza. A viabilidade econômica está em causa. Além disso, as instituições públicas deixaram de anunciar. O diário teve de reduzir os quadros em cerca de 200 empregados.

O diretor-adjunto do jornal, Jarosław Kurski, critica a atitude do governo, que diz por em perigo a história de sucesso que é o processo de transformação pró-europeu da Polônia:
"Todas as mudanças dos últimos anos são vistas pelo governo como uma conspiração das elites pós-solidariedade e pós-comunistas. O nosso jornal, como símbolo dessa mudança, é diretamente visado: O governo e as empresas estatais retiraram toda a publicidade da Gazeta Wyborcza. Somos o alvo do ódio deste governo".


Rússia, Turquia, Hungria e Polônia – Há semelhanças no que diz respeito à repressão da liberdade de imprensa. As mídias privadas são pressionadas pelo poder econômico e os públicos pelo controle direto. É o que o governo da Polónia está fazendo:
“O governo despediu 250 jornalistas dos meios de comunicação públicos, sem mais nem menos. Desde a lei marcial que não havia tantas demissões assim. É o regresso da propaganda ao tempo do comunismo, mas ao contrário. O governo não suporta a mínima crítica."
Quando a Polônia se juntou à União Europeia em 2004, entrou no caminho do crescimento econômico, mas os populistas de direita ganharam apoios ao contar uma história alternativa. Falam de uma Polônia em ruínas, povoada por perdedores econômicos.

Fomos a uma aldeia chamada Krepa verificar. É aqui que vive Sylwester Imiolek, que há 20 anos herdou do avô uma quinta de produção de leite.


Ele começou com oito vacas e hoje tem 500. Como será que conseguiu?
Ao sentir o estatuto de membro da União Europeia aproximando-se, Sylwester decidiu modernizar a chácara. Muitos temiam que a entrada para a União Europeia destruísse o modelo dos pequenos sítios familiares. Para ele, foi o contrário:
“Esses medos não tinham fundamento – As chácaras pequenas ou médias, graças às políticas europeias de financiamento rural e esquemas de modernização, puderam desenvolver-se. Os agricultores tiveram essa possibilidade”, conta o agricultor.

O leite é transformado em pó e exportado para a China, Nova Zelândia e África do Sul. Os acordos comerciais da União Europeia permitiram-lhe entrar nos mercados estrangeiros:
“Quando era um jovem agricultor, os programas de apoio da União Europeia foram muito bons para mim. Permitiram-me crescer profissionalmente e tornar o meu sonho realidade. Usei todos os programas europeus de financiamento que pude”, diz.

A solidariedade é um dos princípios-chave da União Europeia e a Polônia é o maior recebedor de fundos europeus – recebe três vezes o valor com que contribui.

De regresso a Varsóvia, temos encontro com o presidente do principal “think tank” da Polônia, o Instituto de Assuntos Públicos.
Um recente relatório diz que os polacos têm mais confiança no Parlamento Europeu e na Comissão Europeia que nas instituições polacas.

Os polacos ainda gostam da União Europeia e é uma amizade baseada nos valores, não apenas no dinheiro:
“Ser membro da União europeia foi e é a melhor garantia de que fazemos parte da comunidade ocidental de nações livres, e não de países-satélite da Rússia. Esse é o principal motivo para apoiarmos o estatuto de membro da União. A União Europeia é a nossa única oportunidade de paz, de estabilidade e de prosperidade econômica num mundo globalizado”, diz o presidente do instituto, Jacek Kucharczyk.

Fala-se cada vez mais de uma Europa a várias velocidades. Vários líderes ocidentais falam de cooperação entre aqueles que têm vontade de avançar e de deixar para trás os mais relutantes. A Polônia vai ter de escolher a qual dos grupos pertence.

Assista agora a reportagem deste texto em vídeo da TV Euronews, em português:


segunda-feira, 20 de março de 2017

Palavras polacas - 15


Pronúncia

Marynarka - marênarca (paletó)
Zegarek - zérék (relógio)
Krawat - crávát (gravata)
Spinki - spinqui (abotuaduras)
Buty - butê (sapatos)
Koszula - cóchúla (camisa)
Spodnie - sdnié (calça)
Slipy - slipê (cuéca)
Skarpety - scártê (meias)

A maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto a sílaba tônica, ou forte é a penúltima. Estão sublinhadas as sílabas fortes, tônicas. Uma consoante sozinha no final das palavras, não é uma sílaba, portanto, não é a última.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Donald Tusk é reeleito presidente do Conselho Europeu

Donald Tusk é do partido PO - Plataforma Cívica
O único voto contra foi do governo de ultradireita que comanda a Polônia.

Uma eleição quase unânime, com os votos favoráveis de 27 estados-membros e um detalhe curioso: o único voto contra foi da própria Polônia, o país de Donald Tusk, que apresentou candidato alternativo.

Durante a reunião, de acordo com fonte diplomática, a primeira-ministra polaca, Beata Szydło, propôs que o candidato escolhido teria obrigatoriamente de ter o apoio do seu país, o que foi rejeitado, e tentou, também sem êxito, que os líderes europeus ouvissem o candidato apoiado por Varsóvia, o também polaco e eurodeputado Jacek Saryusz-Wolskien (do bloco da extrema-direita europeia). 

A presidência do Conselho Europeu é um cargo criado no Tratado de Lisboa em 2009, tendo sido ocupado pela primeira vez e por dois mandatos pelo belga Herman Van Rompuy. Tusk substituiu Van Rompuy em 2014.

Donald Franciszek Tusk, nasceu em Gdańsk, 22 de abril de 1957. Está filiado ao PO - Platforma Obywatelska (Plataforma Cívica), partido democrata-cristão de centro-direita.
Tusk venceu as eleições legislativas antecipadas de 21 de Outubro de 2007 e tomou posse como primeiro-ministro da Polônia em 16 de Novembro do mesmo ano. Manteve-se no cargo até ser anunciado em 30 de agosto 2014 como presidente do Conselho Europeu para mandato de 1 de dezembro 2014, até 31 de maio de 2017. Com sua reeleição Tusk continuará a ser o principal dirigente polaco na esfera europeia até 2019.

O Conselho Europeu é composto pelos mandatários (presidentes, primeiro-ministros, reis) dos países membros da União Europeia

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Palavras Polacas - 14


Pronúncia
Rower - ver (bicicleta)

Sztyca - chtetssa (cano do selim)
Siodełko - chiodéuco (selim)
Rama  - má (quadro)
Rura górna - rura gurna (cano superior do quadro)
Rura podsiodełkowa - rura podchiódeuva (cano inferior do selim)
Dźwignia hamulca - Djiwignia ramultssa  (alavanca - manopla de câmbio - do freio)
Linka przerzutek - linca pjejutek (elo de engrenagens)
Główna ramy - gúuvna rame (quadro principal)
Tylny hamulec - Telne ramulétss (freio traseiro)
Przedny hamulec - pjédne ramulétss (freio dianteiro)
Widelec - viletss (garfo)
Szprycha - chprerrá (raio)
Piasta - piásta (cubo de roda)
Obręcz - óbrentch (aro de roda)
Opona - óna (pneu)
Koło - uó (roda)
Wentyl - ventel (bico de válvula)
Tylna zębatka - telna zentca (cremalheira traseira)
Tylna przerzutka - telna pjejutca (descarrilhador, desengatador traseiro)
Łańcuch - uanhtssurrrehhh (correia)
Przednia zębatka - pjédnia zentca (pinhão, cremalheira da frente)
Korby - córbe (manivela)
Pedał - dau (pedal)

A maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto a sílaba tônica, ou forte é a penúltima. Estão sublinhadas as sílabas fortes, tônicas. Uma consoante sozinha no final das palavras, não é uma sílaba, portanto, não é a última.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Palavras polacas - 13


Pronúncia

Tułów - tuuúf (tronco)
Obojczyk - obóitchek (clavícula)
Bark - bárk (ombro)
Brzuch - bjúrrrehhh (barriga)
Pępek - penpék (umbigo)
Sutek - suték (mamilo)
Łopatka - uótca (Omoplata, escápula ou espádua)
Pośladek - póchdék (nádega, glúteo, bunda)
Klatka Piersiowa - clátcá piérchióva (peito, tórax, caixa toráxica)
Plecy - plétsse (costas)

A maioria das palavras polacas são paroxítonas, portanto a sílaba tônica, ou forte é a penúltima. Estão sublinhadas as sílabas fortes, tônicas. Uma consoante sozinha no final das palavras, não é uma sílaba, portanto, não é a última.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Rokiczanka: banda das terras do meu avô


Muito próximo de Wojcieszków, terra natal de meu avô Bolesław, minha bisavó Anna (da família dos Filip e Ognik) e das tias(tios)avôs Wiktoria, Józef e Maria, em Rokitno, nas proximidades de Lubartów, foi fundada em 2001, a banda "Rokiczanka".

A banda se especializou em canções folclóricas tradicionais, não apenas da região de Lublin, mas de toda a Polônia.
Os arranjos buscam aproximar a música da contemporaneidade. Revelando assim, a música popular a partir de uma nova perspectiva e tentando propagar as tradições para um público mais amplo.

O repertório é tradicional, transmitido de geração em geração. Irek Bachonko, músico do acordeão é o diretor musical do grupo.

Somente após uma década de apresentações, a banda decidiu lançar em 2011 um CD de estreia, ""W moim ogródecku" (no meu jardinzinho" contém 9 faixas.

Vale a pena ouvir e principalmente assistir as belas imagens e trajes folclóricos da banda, gravados nos campos de Lubartów e Wojcieszków e no Skansen (Museu etnográfico ao ar livre) de Lublin.

Um dos clip produzido por realizada por Piotr Smoleński com a  faixa-título do CD de estreia, "W moim ogródecku", foi nominado para o Yach Film Festival 2013 de Melhor Filme.
Além disso, o outro clip para a canção "Lipka", foi bastante visualizado pela Internet. Ambos os clips foram incorporados ao Museu Wsi Lubelskiej (Skansen) de Lublin.

"Rokiczanka" tem sua versão infanto juvenil "Mała Rokiczanka", que também lançou um CD "Muzyczne przygody" (Aventuras musicais).

A vocalista principal é Paulina Wasak, que canta a solo na canção "W moim ogródecku" e, juntamente com Katarzyna Mazurek canta canção "Lipka".

Em agosto de 2016, o Ministro da Cultura e do Patrimônio Nacional concedeu a banda Rokiczanka o emblema de honra "Distinguido da Cultura Polaca".




Vídeo "W moim ogródecku"

"Lipka"

A BANDA

Vocalistas:
Elżbieta Grzywacz
Agata Kowalak
Anna Mazurek
Elżbieta Mazurek
Katarzyna Mazurek
Ewa Muzyk
Agnieszka Szczepanik
Małgorzata Wasak
Paulina Wasak
Teresa Wronisz
Kamil Kuszplak
Mikołaj Wasak
Daniel Mazurek
Maciej Gamoń
Michał Koter
Wojtek Leziak
Paweł Jędrejek

Músicos:
Ireneusz Bachonko (acordeon, diretor artístico)
Łukasz Bogusz (acordeon)
Paweł Gawroński (acordeon)
Maksymilian Wosk (violonista)
Sławomir Mazurek (tambor, percussão)
Krzysztof Pachla (clarinete)
Sebastian Fit (contrabaixo)

Discos gravados:
W moim ogródecku - Rokiczanka,  2011
Muzyczne przygody - Mała Rokiczanka,  2014
Oj, zagraj mi muzyko! - Rokiczanka, 2016

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Evocação da Polônia

Colina de Wawel - Catedral e Castelo de Cracóvia
O texto a seguir é de 2007, mas está ainda atualíssimo. É de uma senhora especial, Profª Jerusa (Prêmio Jabuti 1993), a quem tive a oportunidade de servir como guia pela cidade de Cracóvia.

Uma viagem a Varsóvia e Cracóvia
em companhia de Chopin e Copérnico

















por Jerusa Pires Ferreira

Chegar à Polônia é cumprir um antigo desejo. É a evocação de mitos que freqüentam nossa imaginação infantil. É ouvir de novo a voz de meu pai, diante de uma interpretação que eu fazia de Chopin, a dizer-me que seria preciso fazer a mão esquerda cantar com alma, pois era a Polônia que estava sofrendo.

Um dos difusores da evocação terá sido o filme "À Noite Sonhamos", em que a dimensão heróica da resistência à ocupação russa se apresenta com o orgulho romântico de quem se recusa a tocar para os "carniceiros do czar".

Agora, mais de meio século depois, recebe-me em Varsóvia Józef Kwaterko, o companheiro que me conduzirá pelas Polônias possíveis, inclusive a judaica e a cristã.

Saímos para jantar. Entramos no restaurante Tradycja, a tradição das toalhas bordadas, da luz de velas acesas, da louça com frisos delicados e tons de suaves flores. E as sopas, os "pierogi", e tudo o que pode trazer ao paladar o requinte de uma tradição tão bem conservada. A variedade de sopas, do "borsch" às sopas de cogumelos. Pode-se ver na tradição culinária, na maneira de apresentar e servir uma refeição, a marca de uma permanência cultural.

Evocava também as artes visuais, as artes gráficas que um dia, muito jovem, pude contemplar numa exposição do Instituto Goethe na Bahia, e que tão forte presença tinha garantido em mim. A imagem daqueles cartazes estava ali, não sem a emoção do encontro que aproximava dois tempos de minha vida, ali mesmo no Museu dos Plakats.

Viria depois o passeio a pé pela velha-nova Varsóvia, reconstrução mais absoluta que já se fez numa cidade, as muralhas, as torres, os passeios públicos. Poderíamos até pensar numa cidade-maquete, se não fosse um húmus de obstinação. A cidade pulsa, os desempregados vendem coisas, as lojas oferecem muitas compras e o bonde corta de tempos em tempos as linhas reais e imaginárias. Esse caminho nos levou ao Café Blicke, o mais tradicional, com uma história que remonta a 1889, totalmente destruído pela guerra e recuperado com grande estilo. Pães e bolos nos convidando a uma festa.

De descoberta em descoberta, junto à policromia das casas, a estátua de Adam Mickiewicz, grande poeta do século 19, parece cumprir seu papel tutelar, o de todos os grandes poetas. O de estar velando pela presença de verdades em registro de fantasia. Assim chegamos ao Museu das Literaturas na praça da Cidade Velha, e, entre restaurantes e lojas de venda de âmbar, a descoberta de um pouso tentador: o Pod Sansom, restaurante judaico em que às iguarias se reúne o prazer de estar ao ar livre em grandes bancos de madeira.

De Cracóvia eu sabia que era bela.
Que passava pelo mesmo rio que acompanhei em Varsóvia, o Vistula, que ali ganha ganha novas cores e navegações.


Dois dias depois, a partida para Cracóvia, estação em festa pelo retorno da rapaziada que vinha de servir à tropa, e que enchia a estação com risos e burburinho. Por contraste à vida e à alegria, o silêncio tomou conta da cabine do trem, a mudez de caras soturnas, carregadas de suas histórias.

No dia seguinte, uma vigorosa e alegre manhã que incluiu uma caminhada pela cidade, suas igrejas, a bela igreja de Santana, de nome igual à matriz de minha terra sertaneja. Pude descobrir a luz que delineava os edifícios da praça Maior, em que se encontram a igreja de Santa Maria, com suas torres gêmeas e o Mercado.

De Cracóvia eu sabia que era bela. Que passava pelo mesmo rio que acompanhei em Varsóvia, o Vistula, que ali ganha novas cores e navegações. Sabia-a um berço do catolicismo tradicional e do conservadorismo mais estreito. Queria, e ao mesmo tempo não queria, identificar frases, sinais, posturas, situar o catolicismo nas pompas do papa, reconhecer os emblemas de uma universidade apoiada numa tradição conservadora muito forte. Mas pude também aprender que a universidade significou o centro vital dessa Polônia, em sua unidade e resistência a tantos invasores.

No Colégio da Universidade Jagielônica há um retrato de Nicolau Copérnico (1473-1543) na Galeria dos Heróis. Copérnico desenvolveu a teoria do movimento da Terra em torno do Sol, condenada pela Igreja. O quadro é uma cópia. O original está no Museu de Torun, porto fluvial do Vistula, onde ele nasceu. Ainda assim, impressiona, e foi sob seu olhar vigilante que aprendi, com seus dogmas e heresias, que não podemos julgar fatos culturais e sociais a partir de padrões que servem para nossa história, nossa vivência social, para a pressa de percepção que temos de nós mesmos e dos outros.

Ulisses Iarochinski, autodenominado polaco paranaense, que ali vive e exerce o ofício de jornalista e pensador daquela cultura, observa que o comunismo ainda comparece em gestos e escolhas, hábitos persistentes sob novas formas. Sim, eu noto, ficaram nos territórios das conquistas do socialismo. Não há analfabetos na Polônia, as pessoas não costumam se mostrar serviçais -ao contrário, são altivas.

Não cessei de pensar no papel que os judeus representam como parte e contraparte dessa construção social. Aqui os judeus (em sua diversidade) seriam a renovação.

Visitamos o Gueto de Varsóvia e no silêncio do quarteirão, naquele parque agora luminoso seria impossível não imaginar a destruição, os lança-chamas dos nazistas, a morte. Lembramos a vida, a reação e a coragem heróica e também o medo que afinal toca a todos os homens e mulheres martirizados. O monumento, o memorial em que a falha, o espaço vazio no granito representam o sacrifício a dor, a interrupção nos caminhos desse povo.

Vamos ver a partida a Treblinka, hoje um lugar entre duas lápides suspensas em forma de semi-arco. Opostas, uma branca e uma negra. E no meio delas a grama, os olmos, os pássaros. Daquela partida para o extermínio me ficou uma dor maior, átomos do tormento, ecos difusos de todos os prantos, o que suscitou no entanto uma dimensão renovadora dessa recuperação. Tudo isso é a Polônia, e é por isso que é preciso fazer a mão esquerda cantar com alma.

Texto: Jerusa Pires Ferreira é professora do programa de pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP e coordenadora do Centro de Estudos da Oralidade do COS/PUC-SP.
Texto publicado originalmente no UOL, em São Paulo, sábado, 29 de dezembro de 2007

SERVIÇO

Hotéis InterContinental
Ul. Emili Plater 49, Varsóvia
Tel: (00/xx/48/22) 328 88 88
www.warsaw.intercontinental.com
Além do luxo, o hotel oferece um centro de lazer com vista para a cidade. Diárias a partir de R$ 325, por casal (não inclui café da manhã).

Boutique Bed & Breakfast
Smolna Smolna 14/7, Varsóvia 
Tel: (00/xx/48/22) 829 48 01
www.bedandbreakfast.pl
Os apartamentos "Queen" e "King" têm cozinha completa e acesso à internet sem fio. Diárias a partir de R$ 191 por casal.

Copernicus Kanonicza, 16, Cracóvia 
Tel: (0/xx/48/12) 424 34 00
www.hotel.com.pl
Considerado um dos melhores endereços da cidade, o hotel tem um afresco de 1500 numa das paredes. Diárias a partir de R$ 544.

Restaurante Polski Smak
Galczynskiego 3, Varsóvia
Tel: (0/xx/48/22) 826 59 67
A especialidade da casa é o pato assado servido com "cranberries" e maçã cozida.

Ale Gloria
Plac Trzech Krzyzy 3, Varsóvia
Tel: (0/xx/48/22) 584 70 80
www.alegloria.pl
Menu rico em saladas, pratos típicos e exóticos. O serviço é requintado.

Não deixe de ir

Museu histórico de Varsóvia
Rynek Starego Miasta 42
Tel: (0/xx/48/22) 635 16 25
Fascinante passeio pelos altos e baixos da capital ao longo dos séculos.

Castelo Real
Plac Zamkowy, 4, Varsóvia
Tel: (0/xx/48/22) 657 23 38
Destruído pelos nazistas durante a Segunda Guerra, o edifício foi reconstruído durante o regime comunista. Atualmente, tem o mesmo aspecto do original do século 18.

Museu Czartoryski
Sw. jana, 19,  Cracóvia
Tel: (0/xx/48/12) 422-5566
www.muzeum-czartoryskich.krakow.pl
O quadro "Dama com Armilho", de Da Vinci, uma das obras mais importantes do acervo polaco, está no local.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Recital de Bella Olejnik em Curitiba


“NÃO ME ROUBE A ALEGRIA DE VIVER!” 

Monodrama musical apresentado por Bella Olejnik

ENTRADA FRANCA

A artista convida a uma viagem por mundos inatingíveis, frequentemente intocáveis, por mundos de sonho, esperança, mentira, imaginação, mas também decepção, dor, felicidade e paz interior.

Bella Olejnik é uma artista reconhecida no cenário artístico polaco, atuando intensamente em produções teatrais, cinema e televisão. Belka ou Belíssima, como ficou conhecida no famoso Cabaré de Olga Lipińska, tem em seu currículo atuações memoráveis, a exemplo do seriado infantil “Sete desejos”, tomando parte também do Teatro Estudantil Satíricos.

Também se apresenta com frequência em salas de espetáculos em Varsóvia como o Teatro de Variedades, o Teatro Dramático, o Teatro de Comédia e o Syrena.

Nesse recital, Bella Olejnik brinda o público com composições de autores consagrados como Agnieszka Osiecka, Edward Stachura, Piotr Rubik, Wlodzimierz Korcz, Jerzy Satanowski, Edith Piaf, Ryszard Syginowicz, Jeremy Przybora e Czeslaw Majewski, os quais contribuem para o alto nível artístico do espetáculo.

Já seu talento artístico e musical é garantia de um concerto virtuoso no qual risos, lágrimas, emoção e reflexão são ingredientes indispensáveis.

PROGRAMA

1. Ostatnie Tango (Último Tango) – antiga canção de cabaré, autor anônimo História dramática sobre uma dançarina de cabaré que se apaixona por um de seus admiradores e depois é por ele abandonada. Desesperada, comete suicídio em sua última apresentação.

2. Ach, Kiedy Znowu Ruszą Dla Mnie Dni (Ah, quando terei um novo dia) – letra de Edward Stachura e música de Jerzy Satanowski.
Essa canção fala sobre uma mulher que se sente paralisada por uma decepção amorosa, e deseja ardentemente se libertar de tal desilusão para poder seguir em frente.

3. Kochankowie z Ulicy Kamiennej (Amantes da Rua das Pedras) – letra de Agnieszka Osiecka e música de Wojciech Solarz.
Entre os anos 50 e 70, um jovem casal, percorrendo a Rua das Pedras em Varsóvia com apenas dois złotys nos bolsos para o cinema, sonha em ser “Romeu e Julieta” e faz planos para o futuro. Ao final, os dois voltam para a dura realidade de suas vidas, traduzidas pelas pedras em que pisam.

4. Nie Budźcie Mnie (Não me acordem) – letra de Jeremi Przybora e música de Jerzy Wąsowski.
A personagem desta canção diz que não quer ser acordada, pois está tendo belos sonhos com uma borboleta que de repente se transforma num lindo rapaz que, obviamente, a ama.

5. Ty Nie Mów do Mnie w Romantycznej Walucie (Não me fale de coisas românticas) – letra de Agnieszka Osiecka e música de Jerzy Satanowski.
A canção fala de uma garota que trocou um amor verdadeiro por riquezas materiais, e mesmo após a morte pedia por um relacionamento prático.

6. Już Jest Za Późno, Nie Jest Za Późno (É tarde demais, não é tarde demais) – letra de Edward Stachura e música de Jerzy Satanowski.
A ideia central desta canção é que nunca é tarde demais para o amor que nasce do encontro de dois corações perdidos.

7. Niezałapana (Não fui feliz) – letra de Marek Groński e música de Włodzimierz Korcz.
A Canção conta a história de uma mulher realizada profissional e financeiramente, que de repente se vê sozinha e se dá conta que não desfrutou dos prazeres do sexo.

8. Romans Kolejowy (Romance Ferroviário) – letra de Marta Kucharska e música de Ryszard Sygitowicz. 
Canção dramática sobre a separação entre uma polaca e um judeu que, nos anos 60, é obrigado pelas autoridades a deixar a Polônia.

9. Ulica Japonskiej Wiśni (Rua das Cerejeiras em Flor) – letra de Agnieszka Osiecka e música de Jerzy Satanowski.
Esta canção foi composta ainda nos tempos do socialismo, e fala da realidade cinza daquele contexto e do desejo de dias mais coloridos.

10. Nie Brookliński Most (Não é a Ponte do Brooklyn) – letra de Edward Stachura e música de Jerzy Satanowski. 
Essa canção, mencionando a Ponte do Brooklyn de modo simbólico, fala dos verdadeiros valores da vida, afirmando que o mais importante que o acúmulo de riquezas ou poder, é saber transformar noites tristes em dias felizes.

Izabella Olejnik, no recital "Nie odbierzesz mi radości" no teatro Scena Letnia em Gdynia, 2013.

A ARTISTA
Izabella Olejnik nasceu em 29 novembro de 1951 em Łódź. Atriz de cinema e teatro, cantora lírica mezzosoprano.
Foi condecorada com a medalha de honra "Zasłużony dla Kultury Polskiej" (mérito da cultura polaca), em 2007 pelo governo.

A CARREIRA
Recitais:
- Nie odbierzesz mi radości, Teatr Dramatyczny, em Varsóvia, 1995
- Z głębiny nocy, Telewizja Polska, regência de Laco Adamík, 1995
- Moja świadomość tańczy, Teatr Prochownia, 1998
- Szaleć nienagannie, Teatr Syrena, 2002
- Nie odbierzesz mi radości, Scena Letnia em Gdynia, 2013

Peças teatrais:
- Teatr STS em Varsóvia, 1970–1973
- Teatr im. Cypriana Kamila Norwida w Jeleniej Górze, 1973–1974
- Teatr Rozmaitości em Varsóvia, 1974–1979
- Teatr Komedia em Varsóvia, 1979–1983
- Teatr Dramatyczny em Elbląg, 1983–1984
- Teatr Dramatyczny em Varsóvia, 1984-1989
- Teatr Syrena em Varsóvia desde 1997

Cinema:
- 1978 Bez znieczulenia, como a estudante de Michałowski
- 1978 Co mi zrobisz jak mnie złapiesz, como Lewandowska
- 1980 Dom, como garçonete em "Cafe-Fogg" (episódio 3)
- 1980 Miś, caixa no bar mleczny "Apis" - 1984 07 zgłoś się, como Monika Tokarzewska (episódios 17 e 18)
- 1984 Siedem życzeń, como Joanna Franciszka Tarkowska, mãe do Dark
- 1986 Bohater roku, como Krysia, assistente de Danielak
- 1987 Cesarskie cięcie, como Pietrzakowa 1995
- Sukces..., como garçonete no bar em Spychów (episódio 8)
- 2001 Karolcia, como a vizinha
- 2003 Szycie na gorąco, como Maryla Poleś, mãe de Jolk
- 2006–2007 Babcia Róża i Gryzelka, como a avó Róża
- 2007–2009 Plebania, como Celina
- 2008 Agentki, como a diretora  da casa de crianças (episódio 9)
- 2009 39 i pół, como a tia Darka
- 2010 Na dobre i na złe, como Lucyna Radomska, mãe de Jan
- 2012 Lekarze, como Viola, ex-esposa de Cyprian (episódio 13)
- 2016 Barwy szczęścia, como Izabella Olejnik, conhecida de Tolka Koszyka (episódio 1543)

SERVIÇO:
Maiores informações: (41) 3088 0708,
email: contato@poloniabrasil.org.br

LOCAL:
Sociedade Piłsudski, rua Clotário Portugal, nº 68, Curitiba

DATA:
10 de fevereiro de 2017, sexta-feira, 19:30 horas 

sábado, 28 de janeiro de 2017

Teatros da Polônia

Terra dos grandes diretores teatrais Tadeusz Kantor, Jerzy Grotowski e Zbigniew Ziembiński, a Polônia possui teatros dos mais belos da Europa, sejam eles antigos ou pós-modernos.

Contrariando alguns, para mim, o mais belo de todos está em Cracóvia.

Teatr Juliusz Słowacki - Cracóvia
Foto - Tomasz Wiech
Edifício inspirado nas Casas de ópera de Paris e Viena funciona desde 1893. Projetado por Jan Zawiejski, o teatro está na Plac Świętego Ducha (Praça do Espírito Santo).
O interior do edifício é decorado pelas pinturas do artista austríaco Anton Tuch. A cortina famosa que se assemelha a uma enorme pintura a óleo, e que sobreviveu às duas guerras mundiais é obra de Henryk Siemiradzki.
Seu nome foi dado em homenagem a Juliusz Słowacki, poeta romântico, dramaturgo e filósofo. Nasceu em 1809, em Krzemieniec e morreu, em 1849, em Paris.

Teatr Wielki Opera Narodowa - Varsóvia
Foto - Divulgação Teatro
Construído entre os anos de 1825 a 1833 foi projetado por Antonio Corazzi. O Grande Teatro foi reconstruído várias vezes.
Em 1939, foi bombardeado e quase que não foi completamente destruído.
De 1945 a 1965, as obras de reconstrução do teatro foram realizadas em várias etapas, a partir do entulho.
A reabertura triunfal aconteceu em 19 de novembro de 1965.  O Grande Teatro - Opera National abriga a Ópera National, o Balé National Polaco, a Galeria Ópera  e o Museu do Teatro.

Teatr Szekspirowski - Gdańsk
Foto - Dawid Linkowski
Um edifício cinza escuro moderno e multi-funcional feito de mais de 620.000 tijolos foi projetado pelo arquiteto veneziano Renato Rizzi. Localizado no coração da zona velha da cidade de Gdańsk.
A estrutura se assemelha a uma caixa de jóia em cujo interior foi instalado um teatro elisabetano. Dentro do prédio, o arquiteto italiano projetou uma cidade com ruas estreitas e pátios. Escadas de pedra bem-iluminadas levam os espectadores para terraços com vista panorâmica de Gdańsk.
A inauguração do teatro aconteceu em setembro 2014, após duas décadas de diferentes projetos terem sido abandonados.
Além de hospedar anualmente o Festival de Teatro Shakespeare, o edifício do teatro é ponto turístico de Gdańsk, atraindo turistas de todo o mundo.
O projeto foi notado por Architizer, o maior site de arquitetura do mundo, e honrado pelo júri no International Architizer A + Awards.


Teatr Małopolski Ogród Sztuki - Cracóvia
Foto - Krzysztof Ingarden
Os designers de Ingarden & Ely Architects conseguiram combinar o passado com o presente neste espetacular prédio de cinco andares.
Por trás de sua fachada de vidro, pode-se encontrar uma parte da parede reconstruída, remontada a partir de tijolos recuperados feitos no início do século 20.
Os autores do projeto harmonizaram muito bem a estrutura com a área circundante, algo que foi apreciado por especialistas no site de arquitetura ArchDaily, que atribuiu ao edifício uma honraria escolhendo-o como o "Edifício do Ano 2012".
O edifício abriga duas instituições culturais: a sala de espetáculos sob os auspícios do Teatro Juliusz Słowacki e a biblioteca pública regional. A biblioteca possui uma vasta coleção multimídia, incluindo livros, música e artes plásticas, e o auditório multifuncional para 300 espectadores.

Teatr Polski / Scena Malarnia - Poznań
Foto - Jeremi Buczkowski
E assim se apresenta o moderno palco de Poznań. Vários anos atrás, a oficina de pintura passou por uma reforma completa.
O espaço do placo foi completamente reconstruído, assim como o auditório, o hall de entrada e instalações técnicas.
No centro do hall de entrada, onde havia a oficina de pintura foi colocada uma caixa retangular preta para se referir à oficina.
O projeto foi elaborado pela ARPA Architectural Estúdio dos arquitetos Jerzy Gurawski e Trabendo.
Em 2012, o Malarnia de Poznań concorreu no site ArchDaily.com pelo título de edifício do ano.

Teatr Nowy - Varsóvia
Foto - Jakub Certowicz
Segunda vida para uma arquitetura industrial. O Centro Cultural Internacional Teatro Novo foi instalado no salão histórico de uma oficina do pré-guerra localizado no coração da antiga Garagem Mokotów, na Rua Madaliński.
O teatro tem a estrutura semelhante a de uma igreja com três naves em formato de cruz. 
eus espaços podem ser combinados ou divididos por paredes móveis. Da mesma forma, a plateia, que não está instalada de forma permanente, pode ser posicionada livremente no espaço do imenso salão.
Segundo Piotr Gruszczyński é um espaço aberto e democrático. As salas de teatro interiores se assemelham mais a um estúdio de cinema.
Foi desenhado por Łukasz Kwietniewski junto com Małgorzata Szczęśniak, cenógrafa de todos os espetáculos de Krzysztof Warlikowski. A revitalização do salão principal foi criada pelo estúdio de Piotr Fortuna Architekci de Gdnia.

Teatr Muzyczny Capitol - Wrocław
Foto - Łukasz Giza
Era uma vez que um cine-teatro no pré-guerra europeu.

Construído, em 1929, foi projetado pelo arquiteto berlinense Friedrich Lipp.
É considerado atualmente como o teatro com o interior modernista mais bonito na Polônia.
Quando se olha para dentro do Capitol renovado e ampliado, vai se encontrar no palco principal o brasão de ouro e prata luzindo. A autora da restauração do teatro é Anna Morasiewicz.

Teatr Rozrywki - Chorzów
Foto - Tomasz Zakrzewski
Antes da guerra, o edifício construído, em 1900, foi o elegante hotel em Art Nouveau "Graf Reden", um dos melhores da Silésia.
Uma década atrás, o complexo na cidade de Chorzów, na Silésia, foi reconstruído e passou a abrigar o Teatro Rozrywki (Entretenimento).

Teatr Królewski Stare Oranżeria - Varsóvia
Foto - Adrian Grycuk
O teatro privado do rei Stanisław August Poniatowski é um dos poucos teatros aristocráticos originais do século XVIII, na Europa que sobreviveram até hoje. Desde 2015, o teatro foi incluído na Rota Europeia de Teatros Históricos. Aninhado na Stare Orangeria, o teatro foi construído, em 1788, de acordo com um desenho de Domenico Merlini.
O interior é absolutamente encantador, especialmente a decoração original que representa o auditório do século 18, que é colocado no nível acima das cabeças dos espectadores. O interior inclui uma série de objetos de arte extremamente interessantes.

Teatr Polski - Varsóvia
Foto - Krystian Maj
Em 1913, na parte de trás da Ulica (rua) Krakowskie Przedmieście, foi criado o modernista Teatro Polski, um dos mais importantes endereços teatrais do período entre guerras.
Ele o primeiro do país a ter um palco giratória, uma modernizada cabine de controle e profissionais de cenografia.
O público admirava a elegância e o charme do edifício. Até soldados alemães quando botaram Varsóvia no chão, pouparam a construção da Ulica (pronuncia-se ulitssa / rua) Kazimierza Karasia. Foram salvas parte da decoração e do palco giratório.
Desde 2009, Teatro Polski tem um novo palco e plateia. Interiores modernos combinam concreto bruto e vidro de arenito quente com madeira de carvalho.
Sua capacidade de público é variável, pois pode ter poltronas ou o espaço da plateia ser completamente vazio.

Teatr Adam Mickiewicz - Cieszyn
Foto - Wojciech Wendzel
O histórico teatro Adam Mickiewicz, é um edifício Art Nouveau de 1910 construído na cidade multicultural de Cieszyn pelos famosos arquitetos vienenses Ferdinand Fellner e Helmer Frederick.
O impressionante edifício de cinco andares, no coração de uma das mais antigas cidades polacas era para ter sido unicamente um teatro alemão.
Durante a inauguração do novo palco foi enfatizado que nele nunca seria pronunciada uma única palavra em idioma polaco. E foi assim por uma década, até que veio a Cieszyn a companhia do Teatr Juliusz Słowacki com o espetáculo "Zemsta" (Vingança) de autoria de Aleksander Fredro.
Após a Segunda Guerra Mundial, o teatro passou para as mãos das autoridades de Cieszyn quando recebeu de presente um moderno palco giratório. Os interiores do edifício são em três cores: branco, dourado e vermelho. Os tetos são decorados com estuque em forma de folhas, conchas e penas de pavão. Na boca de cena foi colocada a máscara de Melpomene.
Hoje, o teatro, ao lado da colina do Palácio Myśliwski, é uma das mais importantes vitrines arquitetônicas da cidade.

Teatr Zamek - Łańcut
Foto: divulgação do Museu do Teatro
Em um castelo medieval da cidade de Łańcut, no Sudeste da Polônia - uma das mais belas residências aristocráticas na Polônia, encontra-se este teatro, que deve a sua forma contemporânea a Izabella Czartoryska Lubomirska.
É graças a seus esforços na segunda metade do século 18, que floresceram ali a música e o teatro.
Ali trabalharam muitos artistas proeminentes, incluindo Szymon Bogumił Zug, Jan Christian Kamsetzer, Christian Piotr Aigner, Fryderyk Bauman e Vincenzo Brenna.
A entrada para o interior do teatro conduz através de um salão. Originalmente havia uma decoração interior de dois andares em estilo barroco.
Uma anotação do ano 1.790 falava de "um grande salão na cor damasco ornado com trança de ouro".
Ele "foi um típico de comédias do théâtre de société aristocrática", com quadros de Jan Potocki, escritos em francês, especialmente para esta cena.
Por volta de 1800, o teatro foi reconstruído com projeto de Christian Piotr Aigner em estilo clássico. O auditório era coberto por uma cúpula, suportada por oito colunas coríntias de madeira.
O palácio de Łańcut, recebeu visita, entre outros, do Arquiduque Franz Ferdinand da Áustria.

Teatr Szczęścia - Vilno

Foto: Divulgação do Teatro
Quando Vilno ainda era uma cidade da Polônia e Pohulanka foi a primeira companhia profissional de teatro de Vilno, este teatro "Felicidade" era um dos símbolos de polacos e polacas, onde hoje é Lituânia.
Há mais de 100 anos pisaram no palco deste teatro entre outros Danuta Szaflarska, Irena Eichlerówna, Nina Andrycz e Hanka Ordonówna ou Hanka Bielicka.
O teatro foi criado com grandes dificuldades, por iniciativa do magnata Hipolit Korwin-Milewski, com fundos privados, contribuições dos habitantes da cidade que tinham o grande sonho de que Vilno tivesse seu próprio teatro. Milagrosamente, o teatro sobreviveu a duas guerras mundiais, e a transferência da cidade polaca de Vilno para o atual território da Lituânia.
E é justamente por isso que este edifício é um verdadeiro filho da Felicidade! Como afirma Regina Łopień, diretora do Museu de Teatro, Música e Cinema da Lituânia.

Teatr Opera Krakowska
Foto - Kamil Dziubek
A Ópera Cracoviana é uma instituição criada em 1954. Até a construção deste edifício na ulica Lubisz entre os anos 2004 a 2008 ocupava instalações do Teatr Juliusz Słowacki.
Mas como apoio financeiro da União Europeia, Voivodia da Małopolska e do Ministério da Cultura e do Patrimônio Nacional finalmente a Opera Krakowska pode enfim ter sua própria casa.
O novo teatro da cidade de Cracóvia foi inaugurado em 13 de dezembro de 2008 com a estreia da ópera de Krzysztof Penderecki "Diabłów z Loudun", com a regência de Laco Adamík, direção musical de Andrzej Straszyński.


Fonte: Culture.pl
Textos: Anna Legierska e redação do portal
Tradução Ulisses Iarochinski