Cena do filme
"Katyń", de Andrzej Wajda será exibido, nesta sexta-feira, no edifício do Congresso Norte-americano, em Washington, por iniciativa da Comissão Helsinki, em cooperação com a Embaixada da Polônia.
A projeção do filme indicado ao Oscar, mostrando o assassinato de 40 mil oficiais polacos, em 1940, sob ordens de Stalin, será uma oportunidade para aprofundar o conhecimento dos legisladores norte-americanos sobre a trágica história dos militares da Polônia.
O filme será exibido em um dos edifícios da Câmara dos Deputados. Após a exibição haverá um debate. O caso Katyń esta semana foi amplamente mencionado pela mídia internacional relacionando com o também trágico acidente com o Presidente Lech Kaczynski, que iria participar na cerimônia dos 70 anos das mortes na floresta de Katyń.
O cineasta Andrzej Wajda, diretor do filme, teve seu pai, um oficial do exército polaco, entre os 40 mil assassinados em Katyń.
Esta semana, o filme que havia passado desapercebido nos cinemas russos dois anos atrás, voltou a cartaz nos cinemas de Moscou.
Enquanto isso um grupo no site Facebook, denominado "Plea to the BBC and world TV stations to air Wajda's film Katyń" ("Apelo para a BBC e outras televisões no mundo para que transmitam o filme Katyń de Wajda") já tem mais de 3 mil membros. "Este filme é de uma enorme importância simbólica para os polacos, e seria uma excelente lição de história para os britânicos. Especialmente agora, quando estamos na boca do mundo, mas nem todo estrangeiro sabe sobre o porquê do voo da delegação polaca à Rússia", fisse Tomasz Skibinski, fundador do grupo que enviou uma carta a presidência da TV Britânica.
Sobre o filme, a revista Veja publicou em sua matéria que, "esta é a história que o grande diretor polonês Andrzej Wajda conta, pela primeira vez na história do cinema de seu país, em Katyn. O pai de Wajda foi uma das vítimas do massacre, e durante anos sua mulher e filho aguardaram que ele voltasse. Quando souberam de sua morte, mal puderam cumprir o luto. Logo, como todos os outros parentes dos fuzilados, tiveram de assumir a falsidade. O massacre e sua subsequente dissimulação feriram a Polônia até a alma: como Wajda mostra em seu filme, numa brilhante recriação não apenas do episódio, mas da dimensão emocional que ele adquiriu, o ocorrido em Katyn pisoteou a identidade dos poloneses, violentou sua história e anulou, por décadas, sua esperança de um futuro livre. Se esse futuro não tivesse afinal se concretizado, Katyn não poderia existir, claro".