“Vemos, aí, o Eng. Polaco Prof. Czesław Marian Bieżanko catedrático da Escola de Agronomia Eliseu Maciel, do Instituto Agronômico do Sul, da Universidade Rural do Sul (Pelotas), que foi o introdutor e orientador da cultura da soja, cujas primeiras sementes, trouxe da milenar Polônia civilizadora. O Prof. Czesław Marian Bieżanko em colaboração com um grupo de imigrantes polacos (alguns membros do Exército Imperial da Rússia), fizeram as primeiras plantações de soja em Santa Rosa das Missões, Guarani das Missões e diversos outros municípios do fabuloso Vale do Rio Uruguai, a Califórnia do Rio Grande, cuja cultura, uma vez tornando-se vitoriosa, está ganhando celeremente milhares de adeptos, transformando-se hoje numa das mais seguras e promissoras riquezas do Estado e do Sul do Brasil. Em verdade a soja marcha para se tornar a principal cultura agrícola do Rio Grande do Sul, dadas as suas fabulosas possibilidades.
Esta é uma das tantas e expressivas contribuições positivas e marcantes dos imigrantes polacos para o aceleramento do progresso do Rio Grande do Sul e almejada emancipação econômica e industrial do Brasil.
O Prof. Czesław Marian Bieżanko, pela sua projeção internacional, pela sua notabilidade e pelos seus relevados serviços prestados ao progresso do Brasil, de há muito tempo é merecedor do reconhecimento do governo da República, e a tal respeito bem andariam nossas autoridades diplomáticas se diligenciassem, sem mais tardança, a outorga da Ordem do Cruzeiro do Sul, a tão singular e ilustre amigo do Brasil.
(Transcrito do artigo de Inglez de Souza J. SEABRA, publicado na revista “Chácaras e Quintais, XVII (1) 39/40. São Paulo, 1963).
Cabe ressaltar ainda que Prof. Czesław Marian Bieżanko (nasceu em 22 de novembro de 1895, em Kielce, Polônia e e faleceu em 1986), é conhecido mais como pesquisador e entomólogo do que pela introdução da soja no Brasil. Seus trabalhos, bem como seus inúmeros periódicos publicados, são referência obrigatória para os entomólogos atuais.
Duas famílias de borboletas foram nominadas com seu nome. Em 1964, ele publicou uma lista de suas publicações (Biezanko C. M., 1964: Lista das publicacoes de C. M. Biezanko).
O acervo de Bieżanko se encontra tombado como um dos pontos mais importantes da coleção de invertebrados do Museu Carlos Ritter. Com a morte de Ritter em 1985, a coleção foi doada por sua esposa ao Museu Carlos Ritter. Antes de 1988, o Museu posuía seu acervo depositado no local onde atualmente se encontra a Biblioteca da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM). Em setembro de 1988, suas atuais instalações foram inauguradas no centro da cidade de Pelotas, à Rua Marechal Deodoro da Fonseca.
Atualmente, o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter encontra-se inserido dentro do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Pelotas, com status de departamento.