O presidente georgiano, M Saakashvili
Os políticos georgianos especulam sobre a participação dos serviços especiais russos no acidente do avião. Colocam sob suspeita os russos, dizendo tratar-se de um ataque terrorista. Foi o que publicou, hoje, o jornal "Georgia Times", em idioma inglês, em Tliblisi.
O jornal lembrou reportagem da televisão georgiana sobre a intervenção russa na Geórgia. Mostrou em ilustrações, como o avião teria voado desde Tbilisi com presidente Kaczyński.
"Os autores do cenário já haviam atribuído aos serviços especiais da Rússia, o desejo de Moscou se livrar de Lech Kaczyński. Depois do desastre do Tupolev-154, os políticos georgianos não se abstem de aludir o FSB como responsável pela tragédia polaca.", publicou o jornal.
Comentando sobre a queda do avião, o Presidente da Geórgia chamou a atenção para "definir o simbolismo da morte" de Kaczyński e o mal "inacreditável" que teve lugar. Muito mais longe foi o presidente Mikheil Saakashvili do que seus compatriotas políticos. Um membro da Comissão Antiocupação, Iraklij Cereteli chamou o desastre de "ataque terrorista". Por sua vez, o ministro do Meio Ambiente Goga Hadżidze chamou a atenção para as circunstâncias questionáveis, "o avião russo caiu numa base militar russa, e o chefe da Comissão Estatal Russa de inquérito é o primeiro-ministro da Rússia".
Segundo o jornal, os georgianos estão convencidos de que a culpa da tragédia foi do urso russo, se não foi um golpe de estado, certamente foi motivado por razões técnicas. Na internet da Geórgia, o debate sobre o avião presidencial é acalorado. Os comentários chamam a atenção para o fato de que o avião foi, ano passado, totalmente reformado nas fábricas russas. A suspeita é de que o governo interferiu na reforma, já que outra aeronave, poucos meses após uma restauração semelhante, sofreu avarias e retornou para reparos na fábrica de Samara, o que não ocorreu com avião do presidente polaco, ou seja, a mesma avaria ocorreu agora e foi fatal.
Os georgianos têm suas razões para tal. Quando do comício na capital do país contra a ocupação russa na Ossétia do Sul, dos 9 presidentes de países vizinhos que subiram ao palanque junto com Saakashvili, estava o polaco Lech Kaczyński e ele foi o único a acompanhar o presidente georgiano até as barreiras russas na Ossétia. Enquanto o presidente russo Dimitry Medeyedev visitava o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, o carro dos dois presidentes era metralhado por soldados russos. A Imprensa brasileira passou batida na época, a Rede Globo até mostrou as imagens do comício, mas como a correspondente estava falando de Nova Iorque, não identificou os 9 presidentes no palanque, que ali estavam para proteger com os próprios corpos, o presidente da Geórgia. Equivocada, a repórter apenas mencionou que o comício era um ato isolado da Geórgia. Na sequência da matéria, o Jornal Nacional mostrou o presidente russo visitando uma escola de samba.