sábado, 31 de janeiro de 2009
Probido placas polacas em Vilno
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Brasileiro na Polônia - 2
Madonna também na Polônia
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Brasileiro na Polônia - 1
JAROSINSKI do Brasil - O que você mais gosta da Polônia?
Denise - Da liberdade de poder andar na rua tranquilamente, sem ter medo da violência, como em São Paulo.
JAROSINSKI do Brasil - O que você não gosta da Polônia?
Denise - Não gosto da frieza das pessoas e principalmente das "tias" que trabalham em mercados. Quando você vai pedir presunto, elas vem com aquela cara emburrada e perguntam bem de mal-humor “Co dla Pani”? Isso é terrivel!!!
JAROSINSKI do Brasil - Quais as maiores dificuldades que encontrou na Polônia?
Denise - Adaptação com a cultura do País.
JAROSINSKI do Brasil - O idioma é assim tão difícil como se orgulham os polacos?
Denise - É! Mas não é impossível de se estudar e de aprender. O Idioma polaco não e difícil de falar, nem de entender, mas a gramática deles e todas as declinações, prefixos e sufixos dos verbos são terríveis. Quando comecei a aprender polaco, minhas professoras vinham com as regras, na verdade tinha uma regra e uma lista de centenas de exceções. Costumava dizer que a única regra da gramática é que não tem regra nenhuma, tudo e exceção. Hoje em dia, acho um dos idiomas mais bonitos.
JAROSINSKI do Brasil - É possível viver aqui sem aprender o idioma polaco?
Denise - Acredito que não, vir pra cá mesmo como turista é difícil, não existem placas em inglês, principalmente nos pontos turísticos. Ponto de informação nas estações de trem não tem uma pessoa que fale inglês. Nos trens é engracado porque, as placas de instruções de emergência estão nos idiomas: Polaco, Alemão, Francês e Russo. Inglês não tem. Acho isso uma comédia. Quando cheguei aqui, no comeco era muito difícil sem falar polaco, qualquer coisa que precise resolver, como na prefeitura, ou seguro saúde, sem o idioma é uma tarefa quase impossível.
JAROSINSKI do Brasil - A Polônia que você encontrou é diferente daquela cultuada pelos descendentes de imigrantes no Brasil?
Denise - Os costumes continuam praticamente os mesmos. A comida não muda, é a mesma desde sempre, nem um tempero diferente eles experimentam. Aquela coisa da tradição é muito forte por aqui. Eles nunca desistem de suas tradições e religiosidades.
JAROSINSKI do Brasil - Você acredita que a Polônia já se libertou de seu passado comunista?
Denise - Não sei responder.
JAROSINSKI do Brasil - Como você define a juventude polaca?
Denise - Diferentemente de nós brasileiros, eles não tem malícia. Se você disser para um deles que é sim, será sim, não será não, para eles não existe meio termo.
JAROSINSKI do Brasil - Qual sua opinião sobre os idosos polacos?
Denise - Não tenho muito contato com idosos aqui, mas como em qualquer lugar do mundo, alguns são amáveis, outros nem tanto. É legal quando estou no ônibus e algum deles puxa conversa, mas infelizmente isso raramente acontece.
JAROSINSKI do Brasil - Que nomes famosos polacos você cita sem muito esforço?
Denise - Sou péssima pra nomes, ainda mais em polaco.
JAROSINSKI do Brasil - Qual o prato da cozinha polaca que você mais gosta?
Denise - Pierogi, mas tem um detalhe, gosto mais do pierogi que é feito no Brasil.
JAROSINSKI do Brasil - Qual prato da cozinha polaca você sabe preparar?
Denise - Batatas! Não tem segredo.
JAROSINSKI do Brasil - Beber aqui é um prazer, ou uma imposição ditada pela tradição?
Denise - Acredito que seja um pouco de imposição. É aquela velha estória, você está no meio dos amigos e se você não bebe é o careta da turma. Mas acredito que eles bebem tanto quanto nos demais países, por exemplo, o Brasil.
JAROSINSKI do Brasil - Com que frase você define a Polônia?
Denise - Terra que meu avô amava.
JAROSINSKI do Brasil - Qual teu conselho para quem vem para visitar a Polônia?
Denise - Se vier no inverno se prepare pro frio. Se for possível aprenda o idioma, pelo menos as frases básicas, pra não passar aperto e estude bem um roteiro, pesquise bem antes de vir os lugares e como chegar lá, porque como eu disse antes, aqui e difícil encontrar placas de informações em inglês.
JAROSINSKI do Brasil - Volta para o Brasil com saudades do que viveu na Polônia?
Denise - Sem dúvida. Tenho amigos aqui, bons amigos. Conheci muita gente boa que me ajudou. Todos os momentos, bons e ruins, ficarão marcados pra sempre. A experiência de voltar pra terra dos meus avôs não tem como explicar em palavras, só mesmo vivendo pra saber.
Szymborska recitando novos versos
Estes são os primeiros versos de uma das poesias do livro que foi lançado no último mês, em Cracóvia, com o título de "Tutaj". A própria autora recitou o verso nesta última terça-feira, na Ópera de Cracóvia.
Wisława Szymborska, a poeta polaca Prêmio Nobel de Literatura de 1996 continua poetando e recitando. Este é o terceiro livro dela desde a premiação pela Academia de Estocolmo. Em 2002, foi "Chwila" e em 2006, "Dwukropek". E o novo livro com poucos dias nas livrarias está se tornando o mais novo "best-seller" da Polônia.
A apresentação na Ópera Krakowska começou as 19 horas junto com Mariana Stali e Tomasz Stańko e foi em comemoração aos 50 anos da Editora Znak, que desde 1959 publica livros de autores como Karol Wojtyła, Joseph Ratzinger, Czesław Miłosz, Leszk Kołakowski, ks. Józef Tischner, Norman Davies, Umberto Eco, Josif Brodski e Ryszard Kapuściński, além é claro da expoente cracoviana Wisława Szymborska.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Vitória para enfartar polacos
Acusado é retirado do Nasza-Klasa
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Aniversário da Braspol
A "violência" de Cracóvia
Sobre Gaza
Não é uma represália, não são os foguetes artesanais que voltaram a cair sobre o território israelense, mas uma campanha eleitoral que desencadeou o ataque.
Não é uma resposta ao fim de uma trégua, porque durante o tempo em que a trégua estava vigente, o exército israelense endureceu ainda mais o bloqueio sobre Gaza e não deixou de levar adiante mortíferas operações com a cínica justificativa de que seu objetivo era atingir membros do Hamas. Por acaso ser membro do Hamas tira a condição humana de um corpo desmembrado pelo impacto de um míssil e o suposto assassinato seletivo da condição de assassinato?
Não é uma violência que fugiu ao controle. É uma ofensiva planificada e anunciada pela potência invasora. Um passo a mais na estratégia de aniquilação da resistência da população palestina, submetida ao inferno cotidiano da ocupação da Cisjordânia e Gaza, assediada pela fome e cujo último episódio é esta carnificina que neste dias ocupa nossos televisores em meio a mensagens amáveis e festivas de ano novo.
Não é um fracasso da diplomacia internacional. É mais uma prova da cumplicidade com Israel. E não se trata somente dos Estados Unidos, que não é referência moral e nem política, mas sim parte de Israel neste conflito; trata-se da Europa, da decepcionante debilidade, ambigüidade e hipocrisia da diplomacia européia.
O mais escandaloso que se passa em Gaza é que tudo isto pode passar sem que nada de mais aconteça. Não se questiona a impunidade de Israel. A violação continuada das leis internacionais, dos termos da Convenção de Genebra e das normas mínimas de humanidade não têm conseqüências.
Mas, muito pelo contrário, tudo indica que se premia Israel, com acordos comerciais, como propostas para a sua entrada na OCSE, e que desta imoralidade resultam frases de alguns políticos dividindo as responsabilidades igualmente entre as partes, entre ocupante e ocupado, entre quem agride e quem é agredido, entre o carrasco e a vítima. Como é indecente esta pretendida eqüidistância, que equipara o oprimido com o opressor. Esta linguagem não é inocente. As palavras não matam, porém ajudam a justificar os crimes e a cometê-los.
Em Gaza está se cometendo um crime. E há tempos está sendo cometido ante os olhos do mundo. E ninguém poderá dizer, como em outros tempos se disse na Europa, que não sabíamos.
José Saramago, Laura Restrepo, Teresa Aranguren, Belén Gopegui, e outros.
“Tocou-lhes por azar uma época estranha.
O planeta havia sido dividido em distintos países, cada um dotado de lealdades, de queridas memórias, de um passado sem dúvida heróico, de direitos, de agravos, de uma mitologia singular, de próceres de bronze, de aniversários, de demagogos e de símbolos. Essa divisão, cara aos cartógrafos, propiciava guerras.
López nascera na cidade junto ao rio imóvel; Ward, nos arredores da cidade por onde andou Father Brown. Havia estudado castelhano para ler o Dom Quixote.
O outro professava a paixão por Conrad, que lhe havia sido revelado em uma aula na rua Viamonte.
Teriam sido amigos, mas só se viram uma vez, cara a cara, em umas ilhas por demais famosas, e cada um dos dois foi Caim, e cada um, Abel.
Foram enterrados juntos. A neve a corrupção os conhecem.
O caso que lhes conto ocorreu num tempo que não podemos entender”.
Às amizades de sempre
(BLACK-OUT. MÚSICA: NA BOCA DA NOITE, TOQUINHO. UM ATOR SENTADO NO PROSCÊNIO, ENFORCADO. LUZ VOLTA EM RESISTÊNCIA)
ULISSES: Apesar de todas as angústias e sofrimentos desta vida. Tudo vale a pena, como dizia Fernando Pessoa, poeta português, quando a alma não é pequena. E apesar da injustiça passear pelas ruas com os passos seguros, como dizia Bertold Brecht, poeta e dramaturgo alemão, nós preferimos a poesia.
(RETIRA A CORDA DO PESCOÇO)
Aos que vão nascer – Bertold Brecht
TODOS: REALMENTE EU VIVO NUM TEMPO SOMBRIO!
ULISSES: A inocente palavra é um despropósito! Uma fronte sem rugas demonstra insensibilidade.
TÂNIA: Quem está rindo, é porque não recebeu ainda a notícia terrível.
CLEY: Que tempo é este, em que uma conversa sobre árvores chega a ser uma falta, pois implica em silenciar sobre tantos crimes?
MARISE: Esse que vai cruzando a rua calmamente, então já não está ao alcance dos amigos necessitados?
TODOS: É VERDADE AINDA GANHO O MEU SUSTENTO!
RENE: Porém, acreditai-me: é mero acaso. Nada do que faço me dá direito a isso, de comer e fartar-me. Por acaso me poupam. Se minha sorte acaba, estou perdido.
CLEY: Dizem-me: vai comendo e bebendo! Alegra-te pelo que tens!
MARCOS: Mas como hei de comer e beber, se o que eu como é tirado a quem tem fome e o meu copo d’água falta a quem tem sede?
TODOS: NO ENTANTO EU COMO E BEBO!
ULISSES: Eu gostaria bem de ser um sábio. Nos velhos livros está o que é a sabedoria: Manter-se longe das lidas do mundo e o tempo breve deixar correr sem medo.
TODOS: NÃO POSSO NADA DISSE: REALMENTE, EU VIVO NUM TEMPO SOMBRIO!
SOLANGE: Às cidades cheguei em tempo de tumulto, com a fome imperando. Junto aos homens cheguei em tempo de desordem e me rebelei com ele.
FERNANDO: Vínhamos nós mudando mais de país do que de sapatos. Em meio às lutas de classes, desesperados, enquanto apenas injustiça havia e revolta, nenhuma.
MARISE: E entretanto sabíamos: também o ódio a baixeza endurece as feições, também a raiva contra a injustiça, torna mais rouca a voz. Ah!... e nós que pretendíamos preparar o terreno para a amizade, nem bons amigos, nós mesmos pudemos ser.
ULISSES: Mas vós, quando chegar a ocasião de ser o homem, um parceiro para o homem,
TODOS: PENSAI EM NÓS COM SIMPATIA!
FERNANDO: A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
MARISE: Os dominadores se estabelecem por dez mil anos. Só a força os garante. Tudo ficará como está.
MARCOS: Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
SOLANGE: Nos mercados da exploração se diz em voz alta: Agora acaba de começar! E entre os oprimidos, muitos dizem: Não se realizará jamais o que queremos!
ULISSES: O que ainda vive, não diga: jamais!
CLEY: O seguro não é seguro. Como está não ficará. Quando os dominadores falarem. Falarão também os dominados.
ULISSES: Quem se atreve a dizer: jamais? De quem depende a continuação desse domínio?
TODOS: DE NÓS!
ULISSES: De quem depende a sua destruição?
TODOS: IGUALMENTE DE NÓS!
RENE: Os caídos que se levantem! Os que estão perdidos que lutem! Quem reconhece a situação como pode se calar? Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
TODOS: E O HOJE NASCERÁ DO JAMAIS!
MARCOS: Bertold Brecht nasceu em Ausburgo, na Alemanha em 10 de fevereiro de 1898 e faleceu em Berlim em 14 de agosto de 1956. É o mais influente dramaturgo universal do século vinte. A violência em sua poesia é uma constante. Injustiça social, crimes, alcoolismo, nada foi esquecido por ele. Num de seus poemas ele diz: “Eu, Bertold Brecht, sou das negras florestas. Para a cidade minha mãe me trouxe no ventre ainda e o frio das florestas em mim se há de encontrar até eu morrer.” Hoje, podemos dizer que este frio transcendeu a sua morte.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Judeu contra o governo de Israel
O historiador francês de origem judaica André Noushci, ex-combatente antinazista da France Libre, de 86 anos, ex-professor da Universidade de Tunis e professor honorário da Universidade de Nice, mandou uma carta ao embaixador israelense em Paris durante os bombardeios na Faixa de Gaza dizendo o seguinte:
Para vós é shabat, que devia ser um dia de paz mas que é o da guerra. Para mim, e desde há vários anos, a colonização e o roubo israelense das terras palestinas exasperam-me. Escrevo-vos como francês, judeu de nascimento e artesão dos acordos entre a Universidade de Nice e a de Haifa.
Não é mais possível calar diante da política de assassinatos e de expansão imperialista de Israel.
Vós vos conduzis exatamente como Hitler se conduziu na Europa com a Áustria, a Tchecoslováquia (hoje República Tcheca e Eslováquia). Desprezais as resoluções da ONU tal como ele as da Sociedade das Nações e assassinais impunemente mulheres e crianças; não invoqueis os atentados, a Intifada. Tudo isso resulta da colonização ilegítima e ilegal; o que é roubo.
Vós vos conduzis como ladrões de terras e virais as costas às regras da moral judia. Vergonha para vós! vergonha para Israel!
Cavais a vossa tumba sem vos dar conta. Pois estais condenados a viver com os palestinos e os estados árabes.
Se vos falta esta inteligência política, então sois indigno de fazer política e vossos dirigentes deveriam ir para a cadeia.
Um país que assassina Rabin, que glorifica seu assassino, é um país sem moral e sem honra. Que o céu e que o vosso Deus leve à morte Sharon, o assassino.
Haveis sofrido derrota no Líbano em 2006. Sofrereis outras, espero, e enviais à morte os jovens israelenses porque não tendes a coragem de fazer a paz.
Como os judeus que tanto sofreram podem imitar os seus carrascos hitlerianos? Para mim, desde 1975, a colonização recorda-me velhas lembranças, aquelas do hitlerismo. Não vejo diferença entre vossos dirigentes e os da Alemanha nazi.
Pessoalmente, vou combater-vos com todas as minhas forças como o fiz entre 1938 e 1945 até que a Justiça dos homens destruísse o hitlerismo que está no coração do vosso país.
Vergonha a Israel!!
Espero que o vosso Deus lançará contra os seus dirigentes a vingança que eles merecem. Tenho vergonha como judeu, antigo combatente da II Guerra Mundial, por vós. Que o vosso Deus vos maldiga até o fim dos séculos!
Espero que sejais punidos!