quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Dinheiro ou a vida


Ilustração: Jacek Gawlowski

Crise? Pergunta o jornal Gazeta Wyborcza em sua edição de hoje. E responde: quando muito vai nos doer em 2010. 

Seda paranaense no Vaticano

O Vaticano acaba de fechar negócio com empresa paranaense: a compra de 10 mil metros de seda negra, do Casulo Feliz, produto dos teares artesanais de Glicínia Setenareski, em Maringá, para confecção de trajes sacerdotais. A indicação da fábrica paranaense veio por meio de um tio de Glicínia, monsenhor lotado em Roma. Puro nepotismo, aliás invenção da corte dos papas. A alfaiataria da Casa Pontifícia usará a seda paranaense, gerada nas amoreiras de Nova Esperança, na confecção de barretes e batinas. As dos novos monsenhores, debruadas de preto ou lilás. As dos novos bispos, de roxo magenta. E as dos novos cardeais, púrpura. Haja seda para tantos prelados e tanto farfalhar.
A designer de interiores Glicinia Setenareski trabalha há seis anos com objetos de decoração ecológica, como tapetes, cortinas, jogos americanos, tecidos para paredes, tecidos para cadeiras, entre outros produtos. Sua mais recente criação é um sofá, estilo namoradeira produzido com uma calota de caminhão e fios de seda, ambos recicláveis.
Glicinia trabalha com a seda orgânica, por ser livre de todo tipo de resíduos e ter tingimento vegetal. De acordo com ela, desde a construção do fio, com extração manual, até o acabamento das peças, tudo é feito artesanalmente. "Cada peça demora no mínimo 30 dias para ser produzida. Tem peças que são tecidas 70 cm ao dia e os processos chegam a passar por 50 mãos até a finalização, e são peças de luxo", detalha.
A empresa O Casulo Feliz é a única que produz seda orgânica na América Latina. Nela trabalham, ecologicamente mais de 80 pessoas. Sua produção é exportada para vários países, como Portugal, França, Finlândia, Inglaterra e Argentina.
A empresa está localizada no Conjunto Santa Felicidade, uma das comunidades carentes de Maringá. Além de promover a inclusão social com os moradores do bairro, a empresa produz seda rústica com tintura natural e objetos de decoração. 

Comemorando aniversário

Lublin - capital da voivodia onde nasceu meu avô e bisavó polaca.

Quero pedir desculpas aos meus leitores e amigos por não ter publicado nada no dia de ontem... mas estava em viagem comemorando meu aniversário neste dia de São Francisco Xavier.... mas hoje, estamos aqui na labuta...para trazer a vocês um pouco das impressões que um brasileiro descendente de polacos tem da Polônia Sempre Fidelis.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Kaczyński no Japao


Foto: Jacek Turczyk

Agora toda vez que o presidente da Polonia viaja para o exterior, os polacos ficam preocupados. Ele pode se envolver em alguma situacao perigosa. Em sua viagem ao Japao, teve que fazer um voo forcado na Mongolia e dali num voo charter seguir ate a terra do Sol Nascente.

Lech Kaczyński depois de Tóquio deve visitar Shinkansen hoje, para ver o trem super-rapido. na capital encontra-se com o imperador e depois com o primeiro-ministro Taro Aso. Na sexta segue viagem ate Sel, na Coreia. A viagem ao  Oriente tem objetivos de negocios e investimentos, mas havera tempo para a primeira dama usar quimono e aprender um pouco da caligrafia japonesa.

P.S. No Brasil reclamam do Lula passar mais tempo  nos ares internacionais do que em Brasilia...na Polonia nao se escuta nada contra o presidente e o primeiro-ministro sairem em busca de investimentos internacionais.

Treinador dinamarquês na Polônia


O dinamarquês Flemming Oliver Jensen provavelmente será o novo treinador da equipe Wisła Płock, atual campeão polaco de handebol.  A informação foi divulgada na imprensa dinamarquesa, mas o vice-presidente do clube polaco, Janusz Matusiak não quis fazer nenhuma declaração a respeito, não confirmou nada.
Jensen de 58 anos atualmente está treinando uma equipe de mulheres na Noruega. Durante mais de 20 anos treinou quase todas as equipes de handebol da Dinamarca. Foi já várias vezes campeão em seu país e também de campeonatos europeus.
Depois do holandê na seleção nacional de futebol e do argentino na seleção de volei feminino... Agora vem mais um estrangeiro para a Polônia... Até parece que não existem treinadores por aqui.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Conferência do Clima em Poznań

Rynek Główny - Praça do Mercado Central de Poznań

Poznań (pronuncia-se pósnanh) sedia a partir desta segunda-feira, 1º. de dezembro o  14º encontro da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Delgações de 86 países são esperadas na capital da Voivodia da WielkoPolska. O Primeiro-ministro da Polônia, como anfitrião abre a conferência com a participação dos prêmios Nobel Al Gore, Wangari Maathai e Lech Wałęsa, além de Arnold Schwarzenegger e Mikhail Gorbachev.
A cidade de Poznań preparou uma área de 40 mil metros quadrados com 34 auditórios. 900 jornalistas do mundo inteiro estão credenciados. Cada um dos participantes recebem uma pasta de boas vindas, contendo envelopes, bloco de anotações, "notepad" para "mouse" de PC todos produzidos a partir de papel reciclado. Além de xícara, pires e jarra de porcelana produzidas em Ćmielów (pronucia-se tchmiéluf).
Os participantes devem discutir até 12 de dezembro um projeto para subistuir o Protocolo de Kyoto que vence em 2012. A União Européia vai apresentar seu plano para as mudanças climáticas e fontes de energia. Em 2007, 190 países aprovaram o "Mapa do Caminho", roteiro de negociações até 2009, quando a ONU promove outro encontro final sobre mudanças climáticas acontece em Copenhage, na Dinamarca. 


A manchete principal do jornal Gazeta Wyborcza, desta segunda-feira, 1º. de dezembro de 2008 é : "O Mundo se aquece" e traz em sua edição, de hoje, completa cobertura sobre o que será discutido esta semana em Poznań.

Governo tem receita para crise

A manchete principal do jornal Rzeczpospolita deste primeiro de dezembro de 2008, segunda-feira é: Receita governamental para a crise.

sábado, 29 de novembro de 2008

Esbek: "Não recrutei Lech Wałęsa"

Encontrado Edward Graczyk, funcionário do SB - Serviço secreto do governo comunista polaco, o qual em 1970, agrediu Lech Wałęsa. Os historiadores do Instituto da Memória Nacional - IPN haviam dito que Graczyk estava morto. Conforme pode-se ler nesta cópia de página dos historiadores que há um ano tentam denegrir a imagem do líder do Solidariedade afirmando que este teria sido agente secreto do regime comunista, que ele mais tarde derrubaria na Polônia.



Tradução da ficha publicada no livro "SB a Lech Wałęsa - przyczynek do biografii" de Sławomir Cenckiewicz e Piotr Gontarczyk: Capitão Edward Graczyk (nasceu em 1933, falecido - data de morte desconhecida) oficial de contra-espionagem em Olsztyn, o qual em dezembro de 1970 foi imcumbido para o Departamento SB III em Gdańsk. Em 19 de dezembro de 1970, realizou na detenção conversa com o detido Lech Wałęsa. Ele recrutou e foi o primeiro oficial a dirigir TW "Bolek". A foto é de 1956. Fonte: Departamento do IPN.

Atualmente Graczyk tem 75 anos e mora em Gdańsk. Trabalhou na contra-espionagem entre 1953 e 1973. Depois de sair da polícia secreta trabalhou entre outros lugares nos Estaleiros de Gdańsk. Algumas semanas atrás, promotor de justiça o encontrou na investigação que se faz sobre o IPN em Białymstok. Graczyk foi levado para a detenção por ter falsificado documento do Serviço Secreto Comunista Polaco, escrevendo que Wałęsa foi agente comunista. Sławomir Cenckiewicz em seu novo livro "Sprawa Lecha Wałęsy" repetiu a sua tese "SB a Lech Wałęsa", o qual meses atrás junto a Piotr Gontarczyki e publicado pelo IPN.

Os autores do livro que difama Wałęsa, Sławomir Cenckiewicz  e Piotr Gontarczyki . 
 Foto: Sławomir Kamiński / AG

Dias atrás Graczyk foi ouvido na promotoria de Gdańsk, em segredo de justiça, mas a imprensa polaca teve acesso ao depoimento e publicou neste sábado trechos do que disse o ex-agente secreto sobre o caso Wałesa.
"Buscamos informação de que o senhor Lech Wałęsa em colaboração com outras pessoas estavam na Delegacia de Policia por ter feito reféns. Isto foi em 15 de dezembro de 1970, durante protestos nos estaleiros que terminou com massacre de trabalhadores. Em anotações, que mantive, resultou que Wałęsa conclamou, que a multidão não destruiu patrimônio, quando o comandante prometeu a ele, que libertaria os reféns. Naquele tempo no estaleiro havia confusão, tinhamos informação que os russos poderiam intervir. Queria que o senhor Wałęsa se acalmasse. A conversa aconteceu na sede da SB na Okopowej. Na conversa o senhor Wałęsa me explicou, como tinha sido a tratativa da delegacia. Eu falei sobre a situação no estaleiro. falei sobre a confusão, pedi, que o senhor Wałęsa tentasse impedir a confusão. Ele não foi formalmente detido. Tempos depois encontrei-me com Lech Wałęsą e conversamos sobre o tema estaleiro. Era sobre a troca de reféns com Edward Gierki, que tinha sido nomeado novo secretário do Partido. Isto foi em Varsóvia. /.../ Categoricamente afirmo, que o resultado destas informações transmitidas através do senhor Wałęsa nenhuma pessoa ficou prejudicada. /.../Não sei, se na colocação destes documentos o senhor Wałęsa foi registrado como colcaborador. Não registrei nenhum recibo de Lech Wałęsa. Não sei explicar porque na copia se encontra recibo de dinheiro assinado por Bolek./.../ Categoricamente afirmo que nada sei se o senhor Wałęsa foi colaborador do departamento de segurança".

P.S. e como ficam agora os dois historiadores do IPN que se basearam em "pretensas" anotações deste senhor Edward Graczyk? E como fica aquele anônimo comentarista do meu blog, que afirma que em escrevo coisas "enganosas" a respeito da atualidade polaca? O anônimo já tinha condenado o ex-presidente Wałęsa e dado-lhe o perfil de traidor?
Mas esta história está longe de acabar aqui. Há muito ciúme na Polônia, por parte de inimigos políticos o ex-líder do Solidariedade, por ser ele um ícone da Polônia e um dos dois polacos mais conhecidos no mundo. O outro é o Papa João Paulo II.

Cancelado "tour" Mazowsze no Brasil

Foto: de um desabrigado catarinense

A Cia de Canto e Danças Mazowsze teve cancelada parte de seu "tour", no Brasil, devido as enchentes em Santa Catarina. O último concerto, realizado em Joinville, foi debaixo de fortes chuvas. Logo após, os organizadores locais do evento, apresentaram as doações coletadas pelos artistas polacos do  "Mazowsze" aos desabrigados daquela região. As violentas tormentas causaram até aqui mais de 100 mortes e mais de 80 mil desabrigados em várias cidades catarinenses.
O "Mazowsze" tinha começado sua temporada brasileira no dia 19 de novembro, com a inuaguração do Teatro Governador Pedro Ivo, em Florianópolis, e encerrou prematuramente seu roteiro por cidades catarinenses em Joinville. Esta "tournèe" comemora os 60 anos da existência da mais importante escola de danças folclóricas do mundo, o "Mazowsze",  de Varsóvia, ocorrido no dia 8 de novembro passado. deixaram de assistir ao espetáculo de cores polacas as cidades de Criciúma e Blumenau.

Foto: Mazowsze
P.S.  Aqueles que desejarem ajudar podem fazer de várias formas, seja depositando em conta corrente bancária aberta por várias instituições, como a OAB-SC, ou enviando mantimentos para os desabrigados pelas enchentes mais violentas dos últimos 25 anos.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Neve em Cracóvia



Câmera, editor e repórter: Ulisses Iarochinski

Reportagem produzida para a Televisão SBT e apresentada no telejornal SBT Brasil, do último sábado, 22 de novembro. Falo sobre a queda da primeira nevada do inverno 2008/2009 na Polônia. Há boas imagens como as da madrugada no ínício e das amazonas no final da matéria.

O que deputados podem fazer pelos polacos?


Ilustração de J. Gawlowski para o jornal Gazeta Wyborcza.

Legenda da charge: Não pergunte o que a Polônia pode fazer por você. Pergunte o que para os polacos pode ainda fazer a deputada Beger!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Filme de animação polaco

Link: TANGO. (von ZBIGNIEW RYBCZYNSKI)

"Tango", filme premiado de Zbigniew Rybczyński com o Oscar de melhor curta de animação de 1983.

Zbigniew Rybczyński, nasceu em 1949 em Łódź (uudji) na Polônia e é um dos mais prestigiados diretores da indústria cinematográfica. Premiado pela Academia de Hollywood e por festivais internacionais. Atualmente é pesquisador da Ultimatte Corporation.
Rybczyński estudou na famosa universidade do cinema polaco a Łódź Film School - PWSFTviT. Ele é autor entre outros filmes de Rozmowa- TV, Po Omacku, Wideokaseta, Wanda Gościmińska włókniarka, Tańczący Jastrząb, quando ainda era estudante de cinema. Depois profissionalmente realizou entre outros tantos,Plamuz 1973, Zupa 1974, Nowa książka 1975 e este Tango de 1980. Tango ganhou o Oscar de melhor curta de animação de 1983.
Ele é reconhecido como o píoneiro no uso da tecnologia HDTV. Em 1990, produziu em HDTV um programa para Orquestra para o mercado japonês. O programa ganhou inúmeros prêmios. Rybczynski criou vários video-clips para artistas como Art of Noise, Mick Jagger, Simple Minds, Pet Shop Boys, Chuck Mangione, The Alan Parsons Project, Yoko Ono, Lou Reed, Supertramp, Rush, Propaganda, Lady Pank e também para o John Lennon's Imagine.

Novo Prêmio para Wałęsa


O ex-presidente da República e líder do Solidariedade Lech Wałęsa (lerrrh vauensa) recebeu o Prêmio  ‘Cavaleiro da Liberdade" da Fundação Kazimierz Pułaski.
As personalidades já premiadas pelas fundação foram: o ex-presioneiro de Auschwitz e ex-ministro das relações exteriores da Polônia, Władysław Bartoszewski, o historiador britânico Norman Davies, que escreveu alguns dos mais importantes livros sobre a História da Polônia e o doutor Alaksandar Milinkiewicz, oposicionista ao ditador da Bielo-Rússia

A Fundação Kazimierz Pułaski é uma organização que tem como principal objetivo promover a liberdade, a igualdade e a democracia. Criada em 1989,  logo após a queda da União Soviética dedica-se a pesquisas científicas, publicações, organização de seminários e congressos e o Prêmio para aqueles que se destacam na luta pela liberdade.

Kazimierz Pułaski

Soldado do clã Ślepowron e membro da aristrocracia Polaco-Lituana, é também conhecido como o "pai da cavalaria americana". Como militar comandou as forças do Reino Unido Polônia Lituânia na Confederação de Bar contra a dominação russa. Com a derrota e consequente divisão da Polônia imigrou para os Estados Unidos, onde se tornou general das Forças Armadas Continentais durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos da América do Norte. Morreu na Batalha de Savannah. Em sua homenagem, uma das pontes de Nova Iorque tem seu nome.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Crise atinge em cheio a Rússia

Primeiro-ministro Vladimir Putin, da Rússia. Foto: AFP

A imprensa polaca volta seus olhos para a economia do império russo. O jornal Rzeczpospolita informa que "As reservas russas acumuladas nos tempos de prosperidade rapidamente se derretem. Desde setembro o Banco da Rússia socorreu as instituições financeiras do país em mais de 130 milhões de dólares – ou um quinto das reservas. Nas fábricas, minas faltam peças e milhares de pessoas são despedidas. Mais de 300 mil. Os trabalhadores russos há mais de um esperam receber seus salários". 

E prossegue o jornal polaco, em sua matéria de capa, informando que "especialistas concordam que é necessário que o Kremlin volte seus olhos para os problemas sociais e econômicos de seu povo" do que se preocupar com expandir seu império por cima de países de pequenos territórios nas vizinhanças. "Neste momento os russos não têm certeza de que é correta esta política exterior agressiva. Diz o sovietólogo prof. Richard Pipes."

Será mesmo Sikorski?

A foto principal do jornal Dziennik Polski, desta quarta-feira, 26 de novembro de 2008 mostra quando soldados do exército retiravam da Catedral de Wawel, em Cracóvia, o sarcófago com os restos mortais do que se acredita seja do General Władysław Sikorski, herói polaco da segunda guerra mundial para exames de DNA e outros, no sentido de deterninar se realmente o que está na cripta Leonardo do Panteão Nacional da Polônia é mesmo o corpo do general e qual foi a causa de sua morte.

Sorriso amarelo de Kaczyński

Ilustração:  J. Gawlowski

O Presidente Lech Kaczyński, após o incidente do último domingo na Geórgia, tem tido que responder a perguntas do tipo: "Não foi uma irresponsabilidade ir até a fronteira da Ossétia do Sul de improviso?
A imprensa polaca não para de questionar o Presidente da República. Críticas surgem de todos os lados, quando - talvez - o normal seria colher elogios por sua ação de solidadariedade aos georgianos. No seu intuito de demonstrar seu apoio ao presidente Micheil Saakaszwili e sua "missão anti-russa", na presidência do país, ele parece não ter previsto as conseqüências do passeio. Não só pela sua condição de autoridade máxima da Polônia, mas também como representante da União Européia e a OTAN.
Por isso seu sorriso tem sido amarelo nos últimos dois dias, apesar de todas as suas boas intenções.
Paweł Zalewski, ex-ministro das relações exteriores, é uma das poucas vozes que alertam sobre o fato de que o incidente de domingo não foi suficiente para o mundo, os Estados Unidos e a União Européia se darem conta da grave situação em que se encontra a Geórgia em sua luta do minúsculo David contra o gigante russo Golias. "O Presidente teve o direito, e pode até obrigação, de alertar o mundo sobre a situação na Geórgia. Mas desta vez ultrapassou a verdadeira fronteira, a qual é arriscar a segurança nacional". 

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Miedviedev chega ao Rio de Janeiro

Enfim... está explicada a mudez do jornal o Estado de SPaulo sobre os disparos efetuados por soldados russos no território da Geórgia há dois dias atrás. Sim, porque a Ossetia do Sul, ainda faz parte do território georgiano. Ou não? Até agora, passados mais de 15 anos, que "ossetianos" se declaram independentes, apenas a Rússia e a Nicarágua reconheceram a região como um "Estado". Mas que "estado" é este, se quem controla "a fronteira" é o exército de Miedwiedew?


Ah! sim... a notícia esclarecedora do mutismo ao ataque contra os presidentes da Polônia e da Geórgia, no último domingo é esta:


Medvedev chega ao Rio para estreitar relações com Brasil
RIO - O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, inicia nesta terça-feira, 25, uma visita oficial ao Brasil com o objetivo de estreitar a cooperação em matéria de defesa e impulsionar o comércio bilateral. Esta é a primeira vez que Medvedev vem ao País, mas a agenda entre os dois países é antiga, com demandas travadas de ambos os lados. A visita do presidente da Rússia, Dmitri Medvedev ao Brasil faz parte de uma viagem à América Latina que inclui também Venezuela e Cuba.

O Estadão reproduz material da BBC neste "lead" de notícia. Será que não quiseram atrapalhar as negociações de carne e tecnologia militar entre o russo e o governo e os empresários brasileiros?

Icone polaco em terras alagadas de Santa Catarina

Lindas e perfeitas bailarinas polacas do Cia. de Danças Mazowsze de Varsóvia

Dias atrás, o consulado brasileiro em Varsóvia teve que trabalhar muito e rápido. Em dois dias, Paulo ajudado por Almir e colegas da Embaixada do Brasil liberaram visto de trabalhado para 96 artistas e uma dezena de acompanhantes vips da Cia. de Dança e Canto Mazowsze da Polônia.
Ícone do folclore da Polônia, o grupo com 4,5 toneladas de bagagem e 96 componentes, entre corpo de baile, coro e orquestra, faz uma turnê por seis cidades catarinenses.
Lourival Araújo Filho, diretor artístico do Wisla - Grupo Folclórico Polaco do Paraná, de Curitiba, assistiu o espetáculo de estréia no Festival de Danças de Joinville, no último dia 23 de novembro, e resume sua emoção assim: "mesmo com a chuva que fazia zunir o telhado de zinco do Centreventos Cau Hansen em Joinville-SC, o maior ícone do folclore polonês, a Cia de Danças Mazowsze, fez o povo catarinense esquecer das calamidades provocadas pelo mal tempo que assombram o lado de fora daquela belíssima instalação. .../ aqueles que enfrentaram a chuva e a estrada (nosso caso) saíram com sorriso aberto, olhos reluzentes e certos de que a cultura polonesa é composta de maravilhas marcadas pelo colorido dos trajes, pela alegria das coreografias e pela harmonia de suas músicas . Não tenho dúvidas de que o público presente há muito não via um espetáculo tão emocionante. Mesmo tendo assistido o Mazowsze no Brasil e na Polônia, confesso que tamanha emoção jamais havia sentido..../".



Lourival, que já dançou no grupo Sowianki da Universidade Iaguielônia de Cracóvia e até recebeu convite para dançar no Mazowsze, relembra que, "A presença do Mazowsze no Brasil é, sem dúvida, fruto do compromisso cultural do Governador do Estado, o Dr Luiz Henrique e também de pessoas como o Sr Ely Diniz da Silva Filho, Diretor do Festival de Danças de Joinville, gente que pessoalmente esteve na Polônia pra conhecer e procurar uma Cia de Danças que pudesse encantar o público do Sul do país..../ Conversando depois com o Sr Ely Diniz, lembrávamos que nos conhecemos em Cracóvia na Polônia e que na ocasião ele, juntamente com o Governador de Santa Catarina procuravam um grupo eslavo de alto nível pra trazer para o Estado. Eu em companhia do jornalista Ulisses Iarochinski, disse que o Mazowsze seria exatamente o que eles procuravam. Fico feliz em poder com tanta emoção ver o Mazowsze no Brasil, mais feliz ainda fico por ver o brilho nos olhos de meus amigos amantes da cultura polaca, fãs do Mazowsze, que tiveram a oportunidade de assistí-lo no Brasil, de pertinho. Enfim, parabéns aos envolvidos na organização da Turnê Mazowsze pelo Estado de Santa Catarina. Parabéns ao Mazowsze e parabéns a todos aqueles que estiveram presentes num espetáculo folclórico polaco maioral."
O Mazowsze iniciou a temporada brasileira, em Florianópolis  no dia 22 último, na inauguração do o Teatro Governador Pedro Ivo Campos, anexo ao Centro Administrativo de Governo (Rodovia SC-401, km 5, nº 4.600). O novo espaço cultural de Florianópolis tem 750 lugares.
A apresentação do Grupo Nacional de Canto e Baile Popular da Polônia na turnê em Santa Catarina custa R$ 20,00 (inteira), R$ 15,00 (sócios) e R$ 10,00 (meia-entrada). E Poderá ser visto ainda: em Criciúma: 26/11,  Jaraguá do Sul: 29/11, Blumenau: 30/11.
Em agosto último, o Governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silvera assinou acordo entre a compania e escola de danças polaca e a Fundação de Promoção e Culture da cidade Criciuma. O acordo foi então assinado, em Varsóvia, no dia 29 de agosto passado e referendado pelo presidente da voivodia da Mazóvia, Adam Struzik e o embaixador Brasileiro, Carlos Alberto Simas Magalhães. E no dia 3 de novembro, o governador Luiz Henrique da Silveira, entregou para a presidente da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Iara Gaidzinski, a chave e a escritura do prédio onde funcionará, a partir de agosto de 2009, o Instituto de Canto e Danças Folclóricas Mazowsze no Brasil, em Criciúma. Também participou do evento o prefeito Antonelli, um dos incentivadores e mediador do projeto. A edificação - localizada na Rua Marcelino Chanpagnat, esquina com a Presidente Kennedy, no bairro Pio Corrêa – pertencia à empresa Fontana e foi desapropriada pelo Governo do Estado e repassada ao Instituto que presidente a sra. Iara, que adiantou que o prédio deve ser reestruturado em nove meses. "Dentro de alguns dias estaremos recebendo representantes da escola na Polônia para conhecer e avaliar a estrutura. Eles nos darão as coordenadas sobre a arquitetura e os equipamentos que precisam ser adquiridos para adotar o modelo do instituto polaco".
A cidade de Crisciuma é conhecida por abrigar o maior número de habitantes de origem polaca no Estado de Santa Catarina. Empresas do porte de Azulejos Eliane é propriedade de um descendente de polacos. E o Estado ainda abriga um contingente bastante grande da população que descende de imigrantes polacos. Estes chegaram pela primeira vez em 1869, em Brusque, no Vale do Itajaí. Eram 32 famílias originárias da Silésia polaca. 20 anos depois, aqueles imigrantes que trouxeram na bagagem artefatos e experiência introduziram pólo têxtil mais importante do país. Foram os polacos e não os vizinhos alemães de Blumenau que começaram a confeccionar tecidos em Santa Catarina. Depois disso continuaram a chegar imirantes polacas que se fixaram nas regiões Norte e Nordeste. Um dos maiores grupo chegou a São Bento do Sul em 1973. Outro na colônia Lucena, hoje munícpio de Itaiópolis. Foram ainda para Porto União e Canoinhas. Em 1926, os polacos seguiram para o Meio-oeste, atingindo Caçador e Rio das Antas, constituindo outras comunidades no Oeste e Extremo-oeste até a década de 1940. Eles também ajudaram a colonizar o Sul do Estado e são o maior grupo étnico no Paraná e Rio Grande do Sul.
Esta é a quarta-vez que o Mazowsze vem ao Brasil. A mais recente foi em julho de 2005 onde abriu a 23ª edição do Festival de Dança de Joinville. 
Embora tenha sido criado oficialmente por um decreto do Ministro de Arte e Cutura em 8 de novembro de 1948, a idéia de formar um grupo folclórico que pudesse preservar certos aspectos da tradicional cultura polaca, como músicas e canções sertanejas da região da Mazóvia (onde está localizada a capital Varsóvia) já vinha de muito tempo atrás. A primeira seleção para o Mazowsze ocorreu há 60 anos e contou com 5 mil participantes de toda a Polônia. De acordo com os registros, destes, apenas 180 foram selecionados - tinham boa voz, conhecimentos musicais e talento extraordinário para o bailado. 

Na foto acima, está o grupo, que depois de dois anos de estudos e ensaios, estreou no Teatro Polaco de Varsóvia em 1950. O professor Tadeusz Sygietynski, compositor e amante do folclore, junto com sua esposa Mira Zimińska-Sygietynska, atriz que havia iniciado sua carreira no período pré-guerra haviam prometido que se sobrevivessem aos horrores cometidos por nazistas e soviéticos criaram um grupo folclórico.  Foi assim que a senhora Ziemińska encerrou sua carreira de atriz e começou a organizar o projeto do grupo. Sygietyński, o compositor, com base em sua experiência em rádio e teatro foram para o campo pesquisar o que o povo cantava e dançava. Não demorou muito para encontraem jovens talentos e depois de vários acordos, o grupo-escola estabeleceu-se em Karolin, localidade nos arredores de Varsóvia, onde existia uma grande propriedade desde o século 19. Desde então, o Mazowsze vive e cria em Karolin, onde 70% da companhia tem menos de 30 anos. 
No jornal Diário Catarinense, Edson Bush Machado escreveu que, "Do sonho em buscar a inclusão social de jovens e adultos e promover seu crescimento pessoal e desenvolvimento profissional - por meio da cultura - a realidade, ao implantar no Brasil uma escola de canto e de dança de excelência utilizando programas e metodologias de ensino da Companhia Nacional de Folclore "Mazowsze" Tadeuz Sygietynskiego: assim se inicia nova página da história recente do Estado de Santa Catarina, (...) A exemplo do êxito na iniciativa da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, a Escola de Folclore Mazowsze no Brasil haverá de concretizar o sonho de muitos catarinenses ao disseminar conteúdos culturais e encantar platéias pela beleza, alegria e qualidade artística."  A escola russa do Bolshoi funciona com êxito na cidade de Joinville já há alguns anos. 
P.S. Quem sabe não está na hora da cidade de Blumenau abrir a uma escola nos mesmos moldes, só que alemã. Minha modesta sugestão ao governador Luis Henrique da Silveira é: Pina Bausch. A coreógrafa e dançarina alemã é o que existe de mais representativo na dança contemporânea mundial. Sua escola Tanztheater Wuppertal Pina Bausch em Wuppertal é uma das mais concorridas da Alemanha e do mundo. Recentemente Pina ganhou o Prêmio Kyoto 2007 e o Prêmio Goethe neste ano. Segundo a Deutsche Welle, Pina revolucionou o mundo da dança. O “principal produto alemão de exportação“ dança e coreografa em todos os continentes. Mesmo assim, Pina Bausch – altamente talentosa e premiada – se mantém fiel à cidade de Wuppertal.

Sikorski: herói exumado


Hoje, no Panteão Nacional, na Catedral do Castelo de Wawel, em Cracóvia, especialistas e peritos começam trabalho de exumação de um dos heróis contemporâneos da Polônia. A tumba do general polaco Władysław Sikorski (vuadissuaf sicorsqui - em português Ladislau) será aberta ainda pela manhã.
A exumação vai tentar responder qual foi realmente a casa de morte do comandante das forças armadas polacas durante a Segunda Guerra Mundial. O General Sikorski foi morreu, segundo as versões conhecidas até hoje, poucos minutos depois de seu avião explodir no Estreito de Gibraltar.
O sarcófago se encontra na cripta Leonardo desde 15 anos atrás, quando os britãnicos devolveram o corpo do general a Polônia. O resultado das análises ainda vai demorar algumas semanas para ser divulgado. Até lá, o que todos sabem é que Sikorski morreu, no dia 4 de julho de 1943, na possessão britânica às margens do Mar Mediterrâneo num acidente aéreo.
Os especialistas irão analisar o código genético DNA para saber se realmente o corpo que voltou a Polõnia em 1943 é realmente do general polaco.



Foto no jardim interno do famoso endereço da Downing Street nr 10 em Londres: ministro britânico das relações extreiores lord Edward Halifax, o primeiro-ministro e marechal polaco Władysław Sikorski, o primeiro-miistro da Grã-Bretanha Winston Churchill e o chefe da dimplomacia polaca August Zaleski.

Władysław Sikorski, que nasceu Tuszów Narodowy, em 1881,  foi militar e político dos mais importantes das história da Polônia. Ainda como oficial do exército invasor austríaco trabalhou junto com Józef Piłsudski. Em 1917 ao fim da primeira guerra mundial acabou em crise com Piłsudski, pois este não queria que a legião polaca ficasse sob as ordens do rei Wilhelm II. Em 1920,  Sikorski surpreendeu as forças bolcheviques russas, que esperavam um vitória fácil contra a Polônia. Na Batalha de Varsóvia, Sikorski derrotou os russos.
Com o retorno da Polônia no mapa da Europa, Sikorski ocupou vários postos de governo, inclusive o de primeiro-ministro entre de 1922 a 1923 e ministro da defesa de 1923 a 1924. Com o golpe de estado de Piłsudski em 1926, o general perdeu a confiança dos pares de governo. Antes de explodir a segunda guerra mundial em 1939 estava na oposição do regime. Mas acabou por se tornar novamente o primeiro-ministro do Governo da Polônia no exílio e comandante em chefe das Forças Armadas polacas.
Em abril de 1943, o ditador soviético Iósif Stalin rompeu as relações soviético-polacas depois de uma petição de Sikorski de que la Cruz Vermelha Internacional investigasse o masacre de Katyn. Meses depois, em julho de 1943, Sikorski morreu num acidente aéreo logo depois de levantar vôo do aeroporto militar de Gibraltar. Às 22 horas daquela noite, o avião percorreu os 1650 metros da pista com 17 ocupantes a bordo e se elevou a 690 metros de altura. Tudo parecia ir bem, súbito o avião perdeu altitude de forma brusca e o piloto apenas teve tempo de desligar os os motores antes do avião bater nas águas do mar. Lanchas de salvamento conseguiram resgatar três corpos; dois deles eram o cadáver do general Sikorski e o chefe do Estado Maior, Klimecki. O terceiro era o piloto Prchal, ainda vivo.  Nos dias seguintes foram encontrados os demais corpos, menos o de Sofia Sikorski,  o do segundo piloto e do "senhor Pinder". Apenas o piloto que sobreviveu usava colete salva-vidas.