sábado, 17 de janeiro de 2009

Cidadania da Polônia: buscas e requisitos

O número de brasileiros descendentes de polacos que buscam saber sobre cidadania e passaporte da Polônia continua a crescer. Emails e até telefonemas buscam entender os procedimentos de solicitação e como fazer pesquisa sobre suas origens, seja no Brasil, na Polônia e até nos portos de embarque na Itália, Alemanha e Bélgica. Depois de mais de cinco anos fazendo buscas de documentos em igrejas, cartórios e arquivos da Polônia, posso alertar para alguns cuidados. Como por exemplo: Listas de passageiros dos portos europeus nem sempre registraram a localidade de nascimento dos que embarcaram. A maioria destas localidades na verdade eram a última moradia antes de tomarem a decisão de emigrar para as Américas. Fui a Żniatyn, uma vila rural, do município de Dołhobyczów, quase na atual fronteira com a Ucrânia. Para ser mais preciso a 4 km de distância. Fui até lá porque foi a localidade que o interessado me forneceu. Baseava-se ele na lista de passageiros encontrada na Internet, no sitio do Porto de Hamburgo, na Alemanha. Pois bem, não foi possível encontrar registro nenhum na igreja de Żniatyn, nem no cartório de Dołhobyczów, como também não existem rastros do sobrenome buscado em nenhuma das igrejas, localidades e municípios ao redor. Nem mesmo nos municípios que hoje estão do outro lado da fronteira, na atual Ucrânia. Também não encontrei nada no departamento da cidade de Zamość do Arquivo Regional de Lublin. Também não havia registro da pessoa buscada no Arquivo de Lublin.
Para que uma busca seja feita na Polônia são necessários 4 dados básicos:
1 - Nome e sobrenome da pessoa buscada (com grafia em idioma polaco - João é Jan, por exemplo)
2 - Nome e sobrenome dos pais da pessoa buscada (sobrenome de solteira da mãe)
3 - Ano de Nascimento
4 - local da igreja, nome da localidade e do município.
Sem estes dados é impossível saber onde se encontram os livros com os assentamentos de registro de nascimento, casamento e óbito.

Um destes documentos a ser fornecido por uma autoridade polaca é o principal dos requisitos solicitados de quem deseja a cidadania polaca. O outro é um registro, que deverá ser buscado no consulado da Polônia, no caso do Brasil em Curitiba, São Paulo ou Rio de Janeiro. Este registro deverá ter sido feito pelo imigrante após 1920. Nele o imigrante reconhecia perante as autoridades da Polônia de que era polaco e de que havia nascido na Polônia ocupada por russos, austríacos e alemães. Este requisito é para aqueles cujos ancestrais chegaram ao Brasil antes de 1918, ou seja, num período em que não existia o Estado polaco e portanto estes imigrantes embora polacos tinham documentos, passaportes das potências invasoras, no caso austríacos, alemães e russos.

Os consulados da Polônia divulgaram as seguintes explicações sobre o processo para aqueles que estajam interessados na cidadania polaca. São estas as explicações, requisitos e procedimentos:

PROCESSO DE CONFIRMAÇÃO DA CIDADANIA POLONESA

Procedimentos para a confirmação da cidadania polonesa

Perguntas mais freqüentes

Exemplos de históricos familiares

Lista de documentos

Endereços úteis

Figura 1 – Família A

Figura 2 – Família

PROCEDIMENTOS PARA A CONFIRMAÇÃO DA CIDADANIA POLONESA

Enquanto a lei de cidadania brasileira é baseada na regra ius solis (lei de solo), sendo o local de nascimento fator decisivo na obtenção da cidadania, a lei de cidadania polonesa é baseada na regra ius sanguinis (lei de sangue), o que significa que o direito à cidadania polonesa passa, de princípio, de pai para filho. O local de nascimento é indiferente na questão de cidadania polonesa e não há limite de gerações para as quais a cidadania pode ser passada, então, se você tem origem polonesa, existe a possibilidade de que tenha direito também à cidadania polonesa, desde que, cumpridas as exigências quanto à lei vigente. O processo de confirmação de cidadania polonesa é um procedimento administrativo, baseado na legislação vigente e antiga. É considerada sempre a situação jurídica no momento do acontecimento da história familiar; Ex: nascimento do ancestral, saída do ancestral da Polônia, naturalização brasileira, serviço militar, etc. Até hoje a Polônia possui três leis sobre a cidadania, sendo elas:

1ª Lei: 20 de janeiro de 1920

Foi a lei introduzida pouco depois que a Polônia recuperou sua independência (11/11/1918), que estabeleceu a cidadania polonesa para toda pessoa que nasceu e morou no território polonês no momento da proclamação de País Independente. Foi a mais rígida das leis (porém, não mais rígida do que outras leis européias da época). Permitia a herança da cidadania somente pelo lado paterno e havia também, várias situações e circunstâncias nas quais perdia-se o direito à cidadania.

2ª Lei: 8 de janeiro de 1951

A mudança mais importante foi a introdução da possibilidade de herança de cidadania pelo lado materno, igualmente como pelo lado paterno. Também, limitaram-se as situações nas quais a perda de cidadania era automática.

3ª Lei: 15 de fevereiro de 1962

É a lei sobre a cidadania polonesa que está em vigor. Define que a cidadania se adquire pelo nascimento de ao menos um dos pais poloneses. Para tanto, um dos pais deveria ter esta nacionalidade na hora de nascimento do filho. A única maneira de se perder a cidadania é através da autorização do Presidente da República da Polônia para poder desistir da cidadania polonesa. (Ex: a fim de se obter outra nacionalidade – a de um país que exige a desistência das cidadanias anteriores).

A seguir, as etapas do processo para a confirmação de cidadania polonesa e, em conseqüência, a obtenção do passaporte polonês:

ETAPA 1: Documento Básico

Todo processo de confirmação de cidadania polonesa deve começar pela geração que chegou da Polônia. O mais importante é informar-se sobre quem e em que data chegou da Polônia. Após isto, será necessário fornecer o documento polonês do ancestral, ou seja, documento básico, para confirmação de cidadania polonesa, conforme um dos seguintes casos:

1º - Se o ancestral chegou ao Brasil antes de 1918.

Conforme a primeira lei polonesa sobre cidadania (1920), depois da recuperação de independência da Polônia (11/11/1918), eram automaticamente considerados cidadãos poloneses:

1 – As pessoas que nasceram na Polônia e no momento da proclamação da independência (11/11/1918), residiam em território polonês;

2 – As pessoas nascidas na Polônia, residentes no exterior e que efetuaram o seu registro junto a uma repartição diplomática ou consular polonesa, no país de residência.Neste caso, o único documento que pode comprovar a cidadania polonesa é:

- Comprovante do registro efetuado no Consulado Polonês a partir de 1920.

Como a divulgação de informações naquela época era muito precária, poucas pessoas efetuaram o referido registro, o que faz com que este documento seja muito raro.

Se o ancestral chegou ao Brasil depois de 1918.

Neste caso, será necessário fornecer pelo menos um dos seguintes documentos do ancestral direto, emitido pelas autoridades polonesas:

- Paszport (Passaporte Polonês);

- Dowód Osobisty (Carteira de Identidade Polonesa);

- Książeczka Wojskowa (Carteira Militar Polonesa);

- Wyciąg z Księgi Ludności (Extrato de Registro Civil Polonês);

- Poświadczenie Obywatelstwa Polskiego (Confirmação de cidadania polonesa).

Estes são os únicos documentos que podem comprovar a cidadania polonesa para o ancestral direto.

NÃO SERVEM COMO PROVA DE CIDADANIA POLONESA

- Certidões de nascimento ou casamento (sejam estes documentos poloneses ou brasileiros);

- Nenhum documento emitido no Brasil, inclusive Carteira de Estrangeiro, mesmo se neste constar nacionalidade/naturalidade polonesa da pessoa.

- Sem um dos documentos mencionados nos casos 1 e 2, o processo de confirmação de cidadania não poderá ser iniciado! Se você possuir um dos documentos básicos acima mencionados, poderá passar para a ETAPA 2.

ETAPA 2: Herança da Cidadania

Em posse do documento básico do seu ancestral, poderá ser dado início ao processo de confirmação de sua cidadania, contudo, ainda antes disto, será necessário verificar se este direito passou para você.

Verifique nos dois itens a seguir qual seria o seu caso:

- pessoas nascidas antes de 8 de janeiro de 1951:

Até entrar em vigor a segunda lei polonesa sobre cidadania (08/01/1951), a cidadania poderia ser herdada somente do lado paterno. Isso significa que se você nasceu antes de 1951, de mãe polonesa e pai de outra nacionalidade, não tem direito à cidadania polonesa (mesmo se seus irmãos e irmãs o tenham.

- Atenção: Esta regra aplica-se para todas as gerações desde a chegada do ancestral no Brasil. Você terá que verificar, passo a passo, se todas os seus ancestrais herdaram a cidadania. (Veja também: parte III ”Exemplos de históricos familiares”)

- pessoas nascidas depois de 8 de janeiro de 1951: A partir desta data, passou a vigorar uma lei mais liberal sobre a cidadania polonesa, onde os filhos herdam automaticamente a cidadania polonesa do pai ou da mãe. Se você verificou que a cidadania polonesa passou por todas as gerações, desde quem chegou ao Brasil até você, poderá passar para a ETAPA 3.

ETAPA 3: Documentação auxiliar O processo de confirmação de cidadania polonesa inclui todas as gerações desde a chegada ao Brasil. O processo começa sempre pela pessoa da geração mais antiga e poderá incluir todas as demais gerações interessadas. A documentação auxiliar inclui os documentos exigidos pela lei polonesa vigente e também os documentos brasileiros.

Documentação exigida pela lei polonesa:

- Carta de pedido individual para iniciar o processo de confirmação de cidadania (modelo fornecido);

- Histórico Familiar (breve biografia familiar e individual), contendo as informações sobre as origens da pessoa (quem e quando chegou da Polônia etc.), os fatos básicos individuais (nascimento, casamento, filhos etc.) e informações sobre suas ligações com a Polônia;

- Questionário - Kwestionariusz Paszportowy, fornecido pelo Consulado,

Declaração de não desistência da cidadania polonesa, conforme um dos casos abaixo:

- Declaração de que nunca desistiu da cidadania polonesa e que desde sua saída da Polônia, não adquiriu outra cidadania;

- Declaração de que nunca desistiu da cidadania polonesa e adquiriu a cidadania brasileira por nascimento;

- Declaração de que nunca desistiu da cidadania polonesa e naturalizou-se brasileiro (informar a data);

- Declaração de que desistiu da cidadania polonesa (informar a data).

Obs.: Todos os documentos devem ser escritos ou preenchidos em polonês (a mão, ou datilografados), e assinados individualmente.

O menor não precisa fornecer os documentos acima mencionados. Caso no processo estejam incluídos menores de idade, será necessário fornecer uma declaração do pai ou responsável legal, que não seja de cidadania polonesa, de que não se opõe ao fato de que o menor receberá a cidadania polonesa. Se o menor já tiver 16 anos completos, também deverá fornecer tal declaração.

- Documentação brasileira:

1- Certidão de nascimento;

2- Certidão de casamento;

3 - Fotocópia autenticada da carteira de identidade ou de identidade de estrangeiro, emitida pelas autoridades brasileiras;

4 -Uma foto 4x5cm, de meio perfil esquerdo, com a orelha aparente, colorida, sem óculos;

5 - Certidão de óbito dos ancestrais falecidos incluídos no processo.

Obs.: Todas as certidões devem ser acompanhadas de tradução juramentada.

Como houve também outras restrições quanto à herança de cidadania, será necessária a apresentação de documentos e informações complementares como:

- Certidão de naturalização ou certidão negativa de naturalização brasileira do ancestral (ancestrais) que chegou (chegaram) ao Brasil;

- Documento ou declaração referente à prestação de serviço militar no exército polonês e/ou brasileiro do ancestral (ancestrais);

- Declaração sobre o trabalho em instituições públicas brasileiras de caráter administrativo ou judicial (prefeitura, polícia etc.), do ancestral (ancestrais).

- Quando a documentação estiver completa e correta, o que será confirmado única e exclusivamente pelo Consulado competente, você poderá efetuar o pagamento da taxa consular pela verificação de cidadania e o processo será enviado à Polônia.

Obs. 1: Enquanto o processo estiver em trâmite, o órgão competente na Polônia (Urząd Wojewódzki), poderá solicitar outros documentos e/ou informações complementares.

Obs. 2: O Consulado é somente um intermediário no processo de confirmação de cidadania, sendo assim, não é de sua competência emitir qualquer decisão a este respeito, bem como, não pode garantir o resultado, isto porque não tem acesso às informações sobre a família que possam constar nos arquivos na Polônia e influir na seqüência de herança de cidadania.

Obs. 3: A taxa consular cobre os custos administrativos e não será devolvida, independente do resultado do processo.

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES:

1. Com que grau de parentesco e até qual geração pode-se obter a cidadania polonesa?

Só os descendentes diretos podem solicitar a confirmação da cidadania. Não existe limite de gerações desde que cumpridas as exigências enquanto à documentação e lei vigente.

2 - Quanto tempo demora até sair a decisão referente ao processo de confirmação de cidadania polonesa e se é possível agilizar o procedimento no caso de urgência?

Visto o número crescente de pedidos oriundos do mundo inteiro, o processo é demorado. Em média demora dois anos a partir do momento em que a documentação, completa, for enviada à Polônia, podendo variar dependendo do grau de complexidade (ex. número de gerações desde a chegada ao Brasil), da documentação (ex. quanto mais rica melhor), e da região de onde chegaram os ancestrais.Existe a possibilidade de resolver o processo num prazo mais curto, caso ocorram as seguintes situações:

a). Doença grave ou sepultamento de um familiar próximo;

b). Necessidade de se fazer um tratamento médico que não possa ser realizado no país de residência.

3. Como posso saber se meus ancestrais fizeram o registro no consulado polonês?

Se nenhum documento válido foi resgatado na família, o mais provável é que o registro também não tenha sido feito. Os arquivos da época, com registros efetuados no Consulado da Polônia em Curitiba são guardados no Consulado e a existência deste pode ser verificada.

4. E se eu sei que o meu ancestral tinha direito à cidadania polonesa, mas não sobrou nenhum documento daquela época que o comprove, existe a possibilidade de conseguir a segunda via do passaporte antigo?

Não existe a possibilidade de emitir a segunda via dos documentos poloneses antigos. Porém, pode acontecer que os documentos antigos sejam guardados nos arquivos do Consulado Polonês (que poderá ser verificado) ou na Polícia Federal brasileira. Também pode acontecer que os documentos que comprovam a cidadania polonesa constem nos arquivos na Polônia, porém, esta situação é muito rara e só poderá referir-se às pessoas que chegaram depois de 1918. Neste caso, a possibilidade de dar entrada ao processo seria decidida individualmente.

5. Com a cidadania polonesa eu tenho direito ao ”passaporte europeu”?

Todo país - membro da União Européia - emite o seu próprio passaporte nacional e não existe nenhum documento único chamado: “passaporte europeu”.

6. E se os meus ancestrais, antes de chegar ao Brasil, moraram em outros países:

De princípio, isso não interfere no processo, mas pode dificultá-lo, pois será necessário fornecer os documentos dos outros países e as informações referentes àquela parte da história da família.

7. Tenho a certidão de nascimento do meu bisavô, obtida dos arquivos poloneses. Como eu prossigo agora para requerer a minha dupla cidadania?

A certidão de nascimento, sendo polonesa ou brasileira com a anotação ”natural da Polônia”, não comprova a cidadania, isso por que a lei sobre a cidadania polonesa (também como a da maioria dos países europeus) é baseada na regra ius sanguinis (lei de sangue). O fato de nascer em território polonês é indiferente na questão de direito à cidadania polonesa.

8. Posso confirmar a minha cidadania polonesa somente com os documentos do meu avô, sem incluir o meu pai?

O procedimento deve começar pela geração que chegou ao Brasil. Os documentos do avô podem comprovar perfeitamente a cidadania do neto, só que a documentação do pai deve ser incluída para se verificar se não houve nenhuma interrupção na herança.

Em casos excepcionais (um dos ancestrais diretos desapareceu, não mantém contato, etc.) pode-se omitir uma geração, mas os documentos básicos (certidão de nascimento, casamento), têm que ser incluídos. Porém isso pode complicar, prolongar e até mesmo resultar na impossibilidade de emissão de qualquer decisão.

9. E se eu descobrir algum parente na Polônia? Isso ajuda alguma coisa?

O fato de ter parentes na Polônia não ajuda ao processo, bem como, não constitui nenhuma prova de cidadania. Porém, os parentes podem lhe ajudar na procura de documentos nos arquivos ou passar mais informações sobre a história da família.

EXEMPLOS DE HISTÓRICOS FAMILIARES

Família “ A ”



Andrzej nasceu em 1890, na cidade de Tymbark, que naquela época fazia parte do Império Austro-Húngaro, teve quatro filhos:

Bernard nasceu em 1915. Os dois tornaram-se cidadãos poloneses com a Lei de 1920.

Cecylia nasceu em 1920 e herdou a cidadania polonesa do pai. Em 1923, Andrzej e seus filhos imigraram para o Brasil.

Dionísio nasceu em 1925.

Eugênia em 1930.

Todos os quatro filhos herdaram a cidadania polonesa do pai, independente do local de nascimento.

Bernard (1º) teve dois filhos: Fernando (1940) e, Gisela (1945).Os dois herdaram a cidadania polonesa do pai.

Cecylia (2ª) teve dois filhos: Henrique (1950) e, Inês (1955). Como até 1951, a cidadania polonesa podia ser herdada somente pelo lado paterno, o Henrique não adquiriu a cidadania, mas, Inês sim.

Dionísio (3) teve uma filha: Janice (1945). Ela herdou a cidadania polonesa do pai.

Eugênia (4º) teve três: Leocádia (1950), Maurício (1955), Nádia (1960).

Leocádia não herdou a cidadania polonesa, enquanto Maurício e Nádia, sim.

O “Documento Básico” para todos os descendentes diretos da FAMÍLIA A é o passaporte polonês do Andrzej, no qual também são inscritos Bernard e Cecylia. Estão requerendo a cidadania polonesa os seguintes membros da FAMILIA A:

Orlando nascido em 1970 (filho de Gisela):

Quem deverá dar entrada ao processo é Gisela, como o ancestral direto, vivo, mais velho e deverá apresentar o ”Documento Básico (etapa 1)” do seu pai, Bernard que, como saiu da Polônia menor de idade, deve estar registrado no passaporte do Andrzej. No processo poderão também serem incluídos os filhos de Orlando. Todos neste caso herdaram a cidadania polonesa.

Pedro nascido em 1975 (filho de Henrique):

O processo deverá começar pela sua avó, a Cecylia, com o ”Documento Básico (etapa 1)” do Andrzej, para comprovar sua cidadania. Porém, o Henrique, nascido em 1950, não poderá herdar a cidadania polonesa da mãe e a seqüência foi interrompida. O Pedro não tem direito à cidadania polonesa.

Obs.: Inês, irmã de Henrique, tem direito à cidadania.

Roberta nascida em 1965 (filha de Janice):

A entrada do processo será dada pelo seu avô, Dionísio, com o ”Documento Básico – Etapa 1” . A cidadania passa para Janice e dela para Roberta que nasceu depois de 1951, quando já era possível herdar a cidadania também pelo lado materno.

Simone nascida em 1970 (filha da Leocádia):

A entrada do processo será dada pela sua avó, Eugenia, que herdou a cidadania polonesa de seu pai, Andrzej. Porém, ela não passou a cidadania à Leocádia e a seqüência foi interrompida. Simone também não tem direito.

Mauricio nascido em 1955 (filho de Eugenia)

Como nasceu depois de 1951, Mauricio tem direito à cidadania.

Tiago nascido em 1980 (filho de Nádia):

A entrada do processo será data pela sua avó, Eugenia, que a passa para sua filha Nadia que nasceu depois de 1951 e esta passa para Tiago.

Família “ B “

Os irmãos gêmeos, Piotr e Pawel, nasceram em 1880 em Zambrów, naquela época sob domínio do Império Russo. Com 25 anos de idade, em 1905 chegaram ao Brasil.

Na época, a Polônia não era um país independente e por isso, os irmãos eram considerados cidadãos russos e vieram com passaportes daquele país. Em 1910 nasceu a única filha do Piotr, Anna e no mesmo ano, a única filha do Pawel, Alicja.

Em 1920 Piotr efetuou o seu registro e de sua filha, Anna, no Consulado Polonês em Curitiba e, consequentemente foram considerados cidadãos poloneses. Enquanto Pawel, por morar longe de uma repartição consular polonesa, não o fez.

Anna casou-se com um brasileiro e tiveram quatro filhos:

Carlos (1935), Maria (1940), Luiz (1945) e Gustavo (1955).

Alicja tinha dois filhos: Felipe (1945) e Janina (1952)

Dos filhos de Anna, somente Gustavo e seus filhos têm direito à cidadania polonesa. Os outros irmãos, como nasceram antes de 1951, não herdaram a cidadania da mãe.

Nenhum descendente direto de Pawel, nem ele mesmo, não têm direito à cidadania polonesa, devido a não ter efetuado o registro na época própria.

LISTA DE DOCUMENTOS

ANCESTRAL, que veio da Polônia:

quando vivo:

- Documento Básico;

- Certidão de Nascimento;

- Certidão de Casamento;

- Carteira de Estrangeiro válida ou, Carteira de Identidade Brasileira e Certidão de Naturalização;

- Questionário + Foto (4x5);

- Declaração de não Desistência da Cidadania Polonesa;

- Carta de pedido;

- Histórico Familiar.

quando falecido:

- Documento Básico;

- Certidão de Nascimento;

- Certidão de Casamento;

Certidão de Óbito;

- Certidão Positiva ou Certidão Negativa de Naturalização.

*Obs.: No caso das pessoas que completaram 18 anos antes de 1951 é necessário providenciar as seguintes informações (em forma de uma declaração da própria pessoa, ou, se for já falecida, de um dos familiares incluídos no processo):

- Se prestou serviço militar no exercito brasileiro e quando. Caso positivo, apresentar documentação comprobatória;

- Se trabalhou em uma instituição pública brasileira, e quando.

2. PARTICIPANTES:

quando vivos:

- Questionário + uma foto (4x5);

- Carta de Pedido;

- Declaração não Desistência da Cidadania Polonesa;

- Histórico Familiar;

- Certidão de Nascimento;

- Certidão de Casamento;

- Copia da Carteira de Identidade.

quando falecidos:

Certidão de Nascimento;

- Certidão de Casamento;

Certidão de Óbito;

- Cópia do último documento de identidade.

menores de 16 anos:

- Certidão de nascimento;

Declaração dos pais (quem não for participante), de que não se opõe que o(a) filho(a) tenha a cidadania polonesa confirmada (assinada e com firma reconhecida).

maiores de 16 anos e menores de 18anos:

Certidão de nascimento;

- Declaração dos pais (quem não for participante)

- Declaração de Concordância de Confirmação da Cidadania Polonesa.

ENDEREÇOS ÚTEIS

1)Tradutores juramentados para competência Sul:

- Pe. Jorge Morkis - (41) 3223-0561 (Curitiba)

- Marian Kurzac - (41) 3327-2166 e 3346-1358 Curitiba)

- Bárbara Kowalczyk - (51) 3331-7792 (Porto Alegre)

Aconselhamos ao interessado de consultar-se com o Consulado competente para a verificação preliminar da documentação.

2) Para solicitar a certidão positiva ou negativa de naturalização:

- Ministério da Justiça - Divisão da Nacionalidade e Naturalização - DNN

Esplanada dos Ministérios, Anexo 2, 3º andar - sala 313

70064-901 Brasília – DF

Fone: (061) 429-3159

Site: www.mj.gov.br Item “estrangeiros” - tópico “naturalização” depois: “certidão de naturalização” ou “certidão negativa”.

3 - Para tentar localizar os dados sobre os ancestrais:

- Divisão de Documentação Escrita do Arquivo Nacional - Sala de Consultas

Rua Azevedo Coutinho, 77

20230-170 Rio de Janeiro – RJ

Fone: (21) 3806-6135 Fax (21) 2242-5494

Site: www.arquivonacional.gov.br

e-mail: acesso@arquivonacional.gov.br

Secretaria do Estado da Cultura

Museu do Imigrante

Rua Visconde de Paranaíba 1316

03164-300 São Paulo - SP

Fone: (11) 6692-1866 Fax (11) 6693-1446

Site: www.memorialdoimigrante.sp.gov.br

e-mail: imigrant@plugnet.com.br

4 - Para curiosidade sobre genealogia:

www.projetoimigrantes.com.br

www.ui.jor.br/polaco.htm

www.sarmata.com.pl

5 - Consulados

Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba

Av. Agostinho Leão Júnior 234
80030-110 Curitiba – PR
Fone: (41) 3019-4662
Fax (41) 3019-7909
Atendimento: das 09:00 hr. às 12:00 hr. (com hora marcada)
e-mail:cidadaniacuritiba@polonia.org.br

Consulado Geral da República da Polônia em São Paulo
Rua Monte Alegre 1791
CEP: 05014-002
São Paulo – SP

Tel.: (55-11) 3672-3778, 3672-5778
Fax: (55-11) 3871-1921


Encerramento do Consulado Geral da Polônia no Rio de Janeiro

Informamos que o Consulado Geral da República da Polônia no Rio de Janeiro foi encerrado em 31 de outubro de 2008. A partir de novembro de 2008 os estados que estavam sob a jurisdição territorial desse Consulado (Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Sergipe) estarão sob a jurisdição do Consulado Geral da República da Polônia em São Paulo.


Lista e Links de Arquivos na Polônia

Naczelna Dyrekcja Archiwów Państwowych w Warszawie
Archiwum Główne Akt Dawnych
Archiwum Akt Nowych
Archiwum Dokumentacji Mechanicznej
Archiwum Państwowe Dokumentacji Osobowej i Płacowej
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Oddział w Gdyni
Archiwum Państwowe w Gorzowie Wielkopolskim nowe!
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Oddział w Łowiczu
Oddział w Mławie
Oddział w Otwocku
Oddział w Pułtusku
Ekspozytura w Nidzicy
Archiwum Państwowe we Wrocławiu
Oddział w Jeleniej Górze
Oddział w Kamieńcu Ząbkowickim
Oddział w Legnicy
Oddział w Lubaniu
Archiwum Państwowe w Zamościu
Archiwum Państwowe w Zielonej Górze z siedzibą w Starym Kisielinie
Oddział w Wilkowie
Oddział w Żarach

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A Polònia catalã

Página do sitio do programa na Internet

Na Catalunha, região mais rica da Espanha, uma publicação com mais de um milhão de leitores se chama Polònia. Além do semanário seus proprietários produzem um programa com o mesmo nome da TV3 Catalunha e mantém um sitio na Internet. Os três veículos, ao contrário do que se poderia supor, não falam da Polônia, ou dos polacos. O título é nada mais do que uma ironia, pois o conteúdo é humor político espanhol. Seus idealizadores contabilizam aumento de vendas nas bancas e de audiência da televisão regional espanhola. O semanário e o sitio da Internet, na verdade são suporte ao programa de televisão que é produzido pela Veranda Televisió S.L. e tem como diretores Toni Soler, Carles Gené, Joan Rufas e Minoria Absoluta. Assim como o "Casseta & Planeta" da Tv Globo brasileira conta com atores para representarem as "esquetes" da semana. São eles: Queco Novell, Cesc Casanovas, Carlos Latre, Agnès Busquets, Sergi Mas, Mireia Portas, Toni Albà, Xavier Serrano, Manel Lucas, Gemma Deusedas, David Olivares, Xavier Ricart, Xavier Noms e Jordi Ríos.




O humor catalão vai da fina ironia a mais escrachada piada. Um exemplo é a última edição do semanário com a manchete, "POLÒNIA, TENIM UN PROBLEMA!' és la gran aventura dels últims catalans per descobrir què va causar l'apocalipsi a Catalunya. Una història més trepidant que la negociació del finançament i més emocionant que el crash de les borses." (tradução : Polônia tem um problema! É a grande aventura dos últimos catalães para descobrir que vão cuasar um apocalipse na Catalunha. Uma história mais trepidante que a negociação do financiamente e mais emocionante que a quebra das bolsas).
Embora a ilustração mostre os políticos sobre o mapa da Catalunha, na verdade o mapa se parece muito mais ao do Brasil do que o da Região Autonômica Espanhola.

Mas por que "diabos" esta iniciativa catalã tem o nome de Polònia? Por que um programa de "humor negro" político na televisão tem o nome de uma nação europeia que fica a pelo menos 2 mil km de distância? Com que liberdade se prestam a fazer humor com o nome de um país que aparentemente não possui nenhuma ligação com os espanhóis? Seria a soberba espanhola de antigos conquistadores das Américas? Ou algum complexo originado no passado?
Também na Catalunha, assim como no Brasil, a palavra polaco tem sentido pejorativo para um grande número de pessoas. Sobre a questão brasileira peço ler meu artigo publicado neste blog no dia 21 de julho de 2005. Aliás minha primeira publicação aqui, quando este blog ainda tinha o nome de Tibagi (meu município natal).
Em relação ao complexo catalão a explicação teria origem na Legião Polaca, o mais formidável batalhão de guerra da idade média e do renascimento. Em anos posteriores a Legião Polaca foi a ponta de lança da invasão napoleônica na península ibérica. Em troca deste apoio Napoleão Bonaparte prometeu ajudar na Independência da Polônia, que havia sido repartida entre Rússia, Prússia e Império Austro-Húngaro. O que acabou não acontecendo.
Mas os próprios catalães, chamados pelos demais espanhóis de polacos, têm outras explicações. Algumas delas como estas:
1 - O uso deste adjetivo surgiu a partir da guerra civil espanhola nos quarteis. Até ós anos 70 se popularizou entre a população. De acordo com alguns a origem estaria no paralelismo entre os fatos históricos quase simultâneos: a ocupação da Catalunha pelas tropas franquistas no início de 1939 (durante a guerra civil espanhola) e a invasão da Polônia pelos alemães setembro de 1939.
2 - Outra hipótese, afirma que a origem do preconceito teria surgido em Cuba, no princípio do século 19. O governador francés designado por Napoleão vinha acompanhado de um grupo de polacos. Estes seriam os primeiros extrangeiros que os habitantes da ilha viam e desde este momento usariam a palavra "polaco" como sinônimo de extrangeiro. Despois, o nome seria aplicado aos imigrantes catalães, por serem considerados "extrangeiros".
3 - Os catalães seriam chamados polacos por falarem uma língua distinta da castelhana e supostamente ininteligível.
4 - Em Madrid no início do século 19 "chorizos" e "polacos" eram os nomes dos partidarios de duas companhias rivais de teatro (a segunda tinha uma pessoa de nacionalidade polaca que dirigia, ou financiava o grupo).
5 - Também se chamou "polaco" o partido que governou a Espanha entre 1850 e 1854. O D.R.A.E. recorre a "polacada" comi significado de "ato despótico ou de favoritismo" e acrecenta que "Teve origem na palavra, aplicada por seus adversários, aos atos do partido polaco que gobernou a Espanha".
6 - A Catalunha era para a Espanha o que a Polônia era para a Rússia, ou seja, um estado oprimido dentro de outro Estado.
7 - Se denomina os catalães de polacos e não de Tchecos, por que tanto polacos como catalães têm como símbolo religioso mais importante uma madona negra. Em Catalunha La Morenetea e na Polônia, Nossa Senhora de Czestochowa.

A crise chegou pra valer

Destino destes imigrantes polacos da Irlanda: literalmente a rua.

Finalmente se reconhece que a crise econômica mundial chegou a Polônia. O jornal Gazeta Wyborcza, um dos mais importantes do país, traz em sua primeira página reportagem com o título: A crise começou.
Segundo análise do jornal, "pode-se dizer oficialmente que a crise já está na Polônia. O desemprego avança mais rapidamente do que há quatro anos. Não se vislumbra uma chance para os empregadores resolverem a questão, me proteger os postos de trabalho."
O número de desempregados em dezembro último registrou 76 mil pessoas, segundo dados do Ministério do Trabalho e Política Social. Desde o início do ano os departamentos regionais do ministério têm registrado uma média de 170 a 200 pessoas procurando pelo seguro desemprego.
Maja Goettig, economista do banco BPH, estima que no final de 2010 o número de desempregados poderá chegar a 2 milhões e 200 polacos, ou seja, 700 mil acima dos dados atuais. Empresas como Telekomunikacja Polska SA em todo país já despediu 2300 pessoas, o banco PKO BP 1722 pessoas. Em Wrocław (Sudoeste), o centro automobilístico do país, a empresa produtora de geladerias e máquinas de lavar roupa Whirlpool anunciou que pretende despedir 400 trabalhadores. Em Krośno (Sudeste), a termoelétrica quer liberar 800 pessoas.
Enquanto o desemprego atinge as pessoas que trabalham na Polônia, prefeitos de 12 cidades polacas vão em missão especial a Grã-Bretanha pedir aos polacos emigrantes que voltem para casa, pois aqui lhes será concedido uma série de benefícios e empregos.
Por sua vez, o milagre irlandês parece ter chegado ao fim. Os polacos da construção civil naquele país estão sendo demitidos. Segundo estimativas não oficiais, mil deles já perderam o emprego. O jornal "Irish Independent" informou que o desemprego espera por 65 mil a 279 mil pedreiros e carpinteiros. O desemprego não escolhe entre um operário desqualificado nem um arquiteto...todos têm como destino o "olho da rua".

Embaixada polaca protesta contra jornal


A Embaixada da Polônia na Espanha informou que conversou com a direção do jornal espanhol “Público” para que corrija informação falsa publicada sobre "período nazista" na Polônia.
Um anúncio do filme "O Pianista" de Roman Polanski, publicado como um suplemento na edição de fim-de-semana do jornal incluia o título: "uma história de romper corações que acontece na Polônia nazista ." Um carta explicativa do embaixador Ryszard Schnepf deveria ser publicada no dia de hoje no "Público" como reconhecimento do erro.

P.S. Porém, fazendo busca no site do jornal nesta sexta-feira não foi encontrada nenhumaa cartado embaixador polaco e nem mesmo a menção a expressão "Polonia nazi". Tampouco qualquer informação sobre o "Pianista" de Polanski, ou as palavras Polanski,  Embajada, Embajador de Polonia oferecerem qualquer resultado no serviço de busca nas páginas do jornal.
Ao que parece os "esquerdistas" do jornal espanhol estão precisando aprender um pouco mais sobre história, segunda guerra mundial e Polônia. Confundir os invasores alemães e seu nefasto partido nazista como sendo polaco ou que tenha tido a Polônia um período nazista, é no mínimo ignorância, para não dizer outra coisa.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Futebol sem patrocínio na Polônia

De vermelho, os brasileiros Cleber e Marcelo (já foi embora pra Grécia) do Wisła Kraków

A primeira divisão do futebol polaco continua sem patrocínio. A empresa de telefonia celular Era informou, que não está em conversações com a Ekstraklasa SA, entidade que organiza o campeonato. Os clubes polacos recentemente desistiram da oferta da concorrente Orange (ligada a Telekomunikacia Polska), que vinha patrocinando os campeonatos anteriores.
A corrupção que derrubou presidente de federação, causou conflito com a FIFA, passou a ter problemas também com os patrocinadores. Os clubes disseram não a empresa de telefonia Orange (a maior da Polônia) quando esta ofereceu apenas 45 milhões de złotych pela primeira divisão. Os boatos são de que, descontente com a péssima imagem do futebol, a empresa baixou o valor do patrocínio justamente para não continuar. A Ekstraklasa reagiu dizendo que o valor não foi este, mas 70% menos e por isto o contrato não foi assinado.
No começo de dezembro passado, Hamid Akhavan, membro da administração da Deutsche Telekom, disse que a empresa alemã T-Mobile deve entrar em operação no mercado de telefonia celular na Polônia em meados deste ano. Logo que souberam disso, os administradores da Ekstraklasa se apressaram em manter contato com os alemães que estão chegando. Mas a possibilidade para que a T-Mobile patrocine o campeonato está longe de acontecer. Ainda no finalzinho do ano, Akhavan voltou para dizer que talvez a empresa só esteja realmente na Polônia em 2010, já que atrasos no cronograma postergaram a entrada da gigante alemã de telefonia celular.
Por sua vez, Wojciech Jabczyński, porta-voz do grupo TP - Telekomunikacia Polska, diz que sua empresa há meio ano não fala sobre o assunto Ekstraklasa. "Negociar nova oferta é hipótese dos futebolistas. Nossa oferta não interessou a eles e desde aquele momento o que reina é o silêncio na Orange quando o assunto é futebol".

Yushchenko desmente Putin

Foto:AFP

O Presidente Lech Kaczyński disse que o presidente Viktor Yushchenko apresentou a ele o conceito de um acordo técnico que permitiria o retorno rápido da entrega de gás russo para a Europa.
Falando depois de conversar com Yushchenko na casa de montanha da presidência da República da Polônia, na cidade de Wisła, Kaczyński disse que não foi a primeira vez que se tem que lidar com certa confusão de informação. Está no interesse da Ucrânia e Polônia que a pura verdade apareça, acrescentou ele, enquanto fazia comentário sobre o gasoduto entre a Ucrânia e Rússia. 
O presidente Yushchenko, por sua vez, rejeitou a acusação de Moscou que a Ucrânia estaria roubando gás russo enviado para a Europa para seu uso próprio. o presidente ucraniano sugeriu que a Rússia vá a um tribunal de arbitragem internacional se tem qualquer evidência, ou prova do que está acusando. Yushchenko acentuou que o lado ucraniano está tratando suas obrigações responsavelmente para com os países da Europa importadores de gás russo. O presidente ucraniano negou que a Ucrânia esteja bloqueando o fluxo de gás para a Europa.
Ontem à noite, o presidente russo Dmitrij Miedwiediew propôs uma reunião dia 17 de janeiro, próximo sábado, entre a Rússia e países envolvidos no conflito do gás. A Ucrânia imediatamente aceitou a reunião de cúpula, mas disse que não concorda que a reunião aconteça em Moscou,como propôs o presidente russo. "Tem que ser num lugar neutro", anunciou no comunicado o governo de Kiev.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A mocinha do bosque verde

Talvez a música polaca que mais me inspira polonidade seja esta. Lembro de a ter ouvido várias vezes, mas uma em particular, ouvi num ônibus de excursão vindo de passeio turístico do santuário de Częstochowa para Cracóvia.
Éramos um grupo de estudantes brasileiros junto com estudantes ucranianos. De comum entre ambos grupos era que descendiam de imigrantes polacos e estavam fazendo um curso rápido de idioma polaco no verão de 2000 na Wspólnota Polska (Comunidade Polaca) de Cracóvia.
Recordo que havia uma ucraniana alta de olhos verdes e tostada de sol, nas poltronas no fundo do ônibus, que se destacava por sua voz de cantora profissional.
Eram quase 40 estrangeiros, num ônibus, cantando uma canção de séculos de existência. Canção popular que certamente foi cantada por nossos avós quando estes ainda viviam os tristes dias de uma Polônia ocupada por nações invasoras.
Fiquei emocionado! Não lembro bem, mas acho que me vieram lágrimas nos olhos, ou pelo menos eles ficaram embaçados.
Na minha cabeça ficou por algum tempo ainda a voz daquela moça sem nome. Sei apenas que era de Odessa, na Ucrânia.
A letra da música está mais abaixo, mas aqui está um vídeo representando a mocinha e o caçador no verde bosque da Polônia. A tentativa é fazer graça e algo picante, a autoria do vídeo, entretanto, é desconhecida, bem como os atores:




Szła dzieweczka

C Szła dziewieczka F do laseczka, C do zielonego, ho-ho!
...do zielonego, ho-ho... do zielonego...
Napotkała myśliweczka bardzo szwarnego, -ho-ho!
...bardzo szwarnego, ho-ho... bardzo szwarnego!
Refr.: C/La la-la-la, la la-la-la, la la la G7 la, itd./
(Alternar Refr.: Gdzie jest ta ulica, gdzie jest ten
G7 dom?
Gdzie jest ta dziewczyna, co kocham Cją?
Znalazłem ulicę, znalazłem dom,
Znalazłem dziewczynę, co kocham ją!)
O mój miły myśliweczku, bardzom ci rada, ha-ha!
...bardzom ci rada, ha-ha... bardzom ci rada!
Dałabym ci chleba z masłem, alem już zjadła, ha-ha!
...alem już zjadła, ha-ha... alem już zjadła.
Refr.:

tradução livre:
Foi a mocinha para o verde bosque
encontrou ela um caçador muito bonito

Onde está esta rua, onde está esta casa
onde está esta moça, que eu amo?

Encontrei a rua, encontrei a casa
encontrei a moça que eu amo.

Sobre meu gentil caçadorzinho, muito te aconselho
dar-te-ia pão com manteiga, mas já comi. 

P.S. as letras em negrito são indicações são de canto.

Curso de idioma polaco na UFPR

UFPR - a primeira universidade fundada no Brasil

O projeto de extensão de língua e cultura da Polônia envolve cursos de língua polaca para a comunidade acadêmica da UFPR e também para a comunidade em geral, além de cursos de formação e atualização para professores do idioma polaco. Ainda são feitas pesquisas nas áreas de ensino da língua, cultura e literatura polaca, dialetologia (dialetos polono-brasileiros), idioma, cultura e identidade étnica. 
A proposta se justifica pela total ausência de cursos de língua e cultura polaca na área de Letras (ou afins) nas universidades brasileiras. O Celin -Centro de Línguas e Interculturalidade é um espaço que permite o desenvolvimento do ensino e da pesquisa da língua e cultura desse importante elemento que contribuiu para a formação da identidade do Estado do Paraná, a etnia polaca.
Os interessados (alunos da instituição ou não) em fazer o curso de idioma polaco na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba podem se inscrever no Celin, na rua Dr. Faivre, 405 , sala 400, 4º Andar, Edifício D. Pedro II, Telefone: (41) 3360-5101
CEP: 80060-140. Horário de atendimento ao público: segunda à quinta-feira: 14h00 às 21h45. sextas: 14h00 às 20h45. sábados: 08h00 às 11h45 - no período de aulas. O curso tem duração de 60h/aula e é coordenado pelo professor Eduardo Nadalin.
A taxa de inscrição é de 5o reais e mais 330 reais que podem ser pagos em uma, duas ou 3 prestações.

Beatificação pode ser ainda em 2009

Em 18 agosto de 2002, na catedral de Wawel,  João Paulo II beijou um relicário do século XV conhecido como "Casa de Ouro Polaca", no qual está a cabeça de Santo Estanislau. 
Foto: AP

O papa João Paulo II pode ser elevado ao altar dos santos no mais tardar em 2010. A beatificação pode acontecer nas comemorações dos cinco anos de morte do papa polaco. Pelo menos estas são as especulações dos vaticanistas. O processo de beatificação tem tido um desenvolvimento muito mais rápido do que qualquer outro anterior. Ainda existem alguns documentos a serem confirmados pela Congregação dos Assuntos de Beatificação. Mas esta confirmação não deverá levar mais do que 12 meses. Afirmou nesta segunda-feira o relator do processo, o dominicano Daniel Ols em entrevistas a agência KAI. Há uma chance bastante grande de que a beatificação ocorra ainda em 2009, adiantou o religioso.
Como se lembra, o então cardeal Joseph Ratzinger ao ver as faixas de "Santo Súbito" durante o enterro do Papa João Paulo II, exclamou: "Nosso querido papa está na janela da casa de Deus".
O postulador do processo padre Sławomir Oder na primavera de 2008 anunciou que as 2.500 páginas da biografia do Papa havia sido analizada e o relator Daniel Ols sinalizou que havia aceito, o que formalmente significava que aquela etapa do processo esta encerrada e a decisão era positiva. Cardeais que colaboram com teólogos e historiadores podem dar um veredito rapidamente, ou levar dois meses para uma decisão. Falta ainda a congressão analizar milagre ocorrido com a saúde de uma freira francesa, que sarou depois de orar bastante para João Paulo II interviesse em sua melhora. Fontes do Vaticano dizem que o Papa Bento XVI que fazer a beatificação de seu antecessor no dia 2 de abril de 2010, ou seja, cinco anos após a morte do polaco Wojtyła e para ser preciso justamente às 21:37 horas.

70% dos polacos querem referendo Euro



O número de polacos que desejam a introdução da moeda Euro no país tem crescido consideravelmente segundo a última pesquisa de opinião pública.
De acordo com a agência GfK Polonia, 65% dos polacos atualmente são favoráveis a adoção da moeda única, 11% a mais do que seis meses atrás. Na mesma pesquisa, 70% das pessoas entrevistas acreditam que um referendo nacional deve decidir a questão. Para 59% deles, o Euro trará efeitos positivos para a Polônia.
Em junho de 2008, está opinião era de apenas 36% dos entrevistados. Analistas econômicos acreditam que esta evolução no pensamento da população se deve a um ponto de vista de que a Polônia poderia evitar a crise financeira estando na zona Euro.

Presidentes se encontram na Polônia

Castelo presidencial da Polônia em Wisła

O presidente Lech Kaczyński se encontra, nesta quarta-feira, com o presidente da Ucrânia Viktor Yuschenko, na pequena cidade de Wisła (pronuncia-se vissua, em português vístula), no sul da Polônia, para discutir a dusputa do gás entre Kiev e Moscou, interrompeu o suprimento de gás para a Europa.
Os presidentes terão conversa em privado, enquanto as delegações dos dois países discutem a situação em plenário. Yuschenko deverá falar sobre o que está em jogo nesta disputa de preços e uso do território de seu país para os gasodutos que exportam gás da Rússia para a Europa.
Segundo um dos conselheiros do presidente da Polônia, ministro de gabinete Mariusz Handzlik, o presidente polaco desde o início da crise tem demonstrado ao presidente do país vizinho seu apoio. Handzlik disse que Lech Kaczyński entende o problema das negociações com a Russia e que deseja que a solução saia o mias breve possível e que se coloca a disposição para dar um encaminhamento satisfatório para todas as partes.
Wisła de 11 mil habitantes está localizada nas montanhas Beskidy da Silésia a poucos quilômetros com a fronteira da República Tcheca, cujo presidente é atualmente o presidente de turno da União Europeia. As nascentes do maior rio da Polônia, o Wisła (Vístula) está localizado na montanha que circunda a cidade.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Silésia é a melhor região polaca

A principal machete do jornal Rzeczpospolita, desta terça-feira, 13 de janeiro de 2009 é: "Silésia lidera melhores condições de vida".
A reportagem extensa da capa e página interna baseia-se em pesquisa ecomendada pelo jornal e revela que a Silésia, dentro dos índices estudos, é a melhor região da Polônia para se viver. As condições de trabalho, moradia, investimentos e oportunidades de Katowice - maior área metropolitana da Polônia - com mais de 3,5 milhões de habitantes supera a capital a Mazóvia da capital Varsóvia e a GrandePolônia de Poznaż.
No final de novembro do ano que passou, o salário médio na Silésia foi de 3.911 złotych, ou 76 złotych menos do que na Mazóvia. Mas por sua vez tem o segundo menor índice de desemprego do país com 6,7 e o que mais rapidamente caiu.
Mas se os índices estão assim tão próximos da Mazóvia, o que torna a Silésia melhor do que a outra? Simplesmente os preços das coisas e volumes de investimento. Com salário quase igual a Varsóvia, o morador de Katowice paga muito menos para comer, viver e se divertir. 
Estatísticamente se Silésia, Mazóvia e WielkoPoslka (Grande Polônia) são as melhores regiões do país, as voivodias de Warmińsko-mazurski, Zachodny-pomorski, Podkarpacki e Kujawsko-pomorskim são as piores. Nestas regiões é bastante difícil se encontrar trabalho. A voivodia de Zachodny-pomorski e sua capital Szczeciń, em que pese estarem próximas a região de Berlim na Alemanha, tem 12,7% de desemprego e um salário médio de 2.857 złotych,
A MałoPolska (PequenaPolônia) e sua capital Cracóvia, está na segunda posição, pois o índice de desemprego é de 7,2% e a média salarial é de 2.983 złotych.

Malbork: descoberta vala com 1800 corpos

Foto: Adam Bielan
Uma vala comum com cerca de 1.800 corpos foi encontrada por operários da construção de um hotel de luxo em Malbork, cidade ao Norte da Polônia. Pelos exames iniciais acredita-se que sejam alemães que se recusaram a deixar a cidade quando do avanço do exército soviético em 1945. Até a guerra a cidade tinha sido ocupada durante 150 anos, inicialmente pelos prussos e depois pelos alemães e com polacos subjugados.
Os trabalhadores encontraram um pequeno grupo de corpos no final de outubro e suspenderam as escavações para permitir que investigações fossem feitas. Semanas mais tarde, foram encontrados centenas de corpos. 
Para Waldemar Zduniak, chefe da equipe da Promotoria Regional de Malbork, "provavelmente ainda vamos encontrar muitos mais corpos nesta cratera que se abriu no centro da cidade. A exumação em curso vai mostrar isso".
Bernard Jesionowski do Museu do Castelo de Malbork acredita que os corpos encontrados são de moradores civis da cidade, em sua maioria de cidadania alemã. Já para o funcionário da prefeitura, Piotr Szwedowski, "Não há dúvidas de que são eles os alemães desaparecidos de Malbork".  Mas só os exames dos peritos poderão determinar se realmente eram apenas alemães. No caos da guerra muitos polacos foram assassinados não só pelos nazistas mas também pelos soviéticos. "Penso, que se procurarmos debaixo da terra de toda cidade, encontrar-se-a muitos mais corpors". Disse o funcionário do Museu Bernard Jesionowski.
Aliás, os soviéticos bombardearam a cidade com artilharia pesada. Depois que o derrotado Exército alemão recuou, os civis remanescentes ficaram entregues ao Exército Vermelho. "Não há testemunhas sobreviventes do que aconteceu", disse Szwedowski. Os corpos foram enterrados nus, sem quaisquer pertences, disse ele. "Não encontramos restos de roupas, sapatos, cintos, óculos, nem mesmo dentaduras ou dentes postiços". Cerca de 100 crânios apresentam buracos, o que sugere que essas pessoas tenham sido executadas. Mais exames serão feitos antes que os restos mortais sejam depositados no cemitério de Malbork, ou então no cemitério militar alemão em Stary Czarnow, próximo a cidade de Szczecin, noroeste da Polônia. "Estas pessoas morreram de forma tão desumana, foram jogadas tão desumanamente, que precisamos enterrá-las com dignidade e respeito", disse Szwedowski.


Remodelação no centro da velha cidade

P.S. A notícia que ganhou os jornais do mundo todo no dia de ontem foi destaque nos jornais polacos na semana passada, dia 6 de janeiro. E só distribuída mundialmente pela agência de notícias norte-americana Associated Press no domingo e ontem foi estampada nos jornais de vários países. Além de notícia velha, percebe-se no texto reproduzido em inglês, alemão, espanhol e até mesmo português, uma subliminar noção de que aquela cidade pertenceu a Alemanha antes da Segunda Guerra Mundial. Não foi o caso dos jornais polacos, pois aquelas terras nunca pertenceram à Alemanha. Não é porque prussos e depois alemães invadiram, trucidaram e ocuparam aquele lugar, que por encanto ele passou a ser alemão. Malbork é Polônia e sempre foi.

Católicos mais próximos dos judeus

Foto: Regierung Gonline/Kugler 

Um série de eventos está acontecendo esta semana para comemorarar o "Dia do Judaísmo" na Polônia. Conferências, encontros, exposições, exibições artísticas, cultos ecumênicos terão seu ápice com a missa no dia 17 janeiro, sábado próximo em Varsóvia, que será celebrada por todas as igrejas católicas da cidade próximo a Sinagoga Nozyk.
Esta é a décima-segunda vez que o "Dia do Judaísmo" é comemorado conjuntamente pela Igreja Católica Apostólica da Polônia e o rabinato polaco. O tema deste ano foi extraído do Livro do Gênesis onde está escrito: "Eu fixei meu arco nas nuvens e este deverá ser um sinal de pacto entre mim e a terra."
O "Dia do Judaísmo" foi estabelecido em 1997, na Conferência do Episcopado Polaco baseado na necessidade do diálogo Cristão-Judeu para se refletir sobre as faltas de cada um. Segundo Stanislaw Krajewski, um dos representantes da comunidade judaica nas questões Judaica-Cristã, sete mil igrejas católicas do país receberam material e instruções sobre como preparar este dia. Os padres receberam junto modelos de sermões que poderão ser dito nas missas. "Esta é mais uma oportunidade para se saber da nossa sensibilidade, para se saber mais sobre antissemitismo, especiamente na Polônia."

A Geórgia e o temor da Rússia

Nino Burjanadze, a mulher que pode ser a próxima presidente da Geórgia

A imprensa mundial, dependendo das pautas e direciionamento da informação das grandes agências noticiosas, como Reuters, AP, UPI, FrancePress e redes de TV como BBC e CNN, vivem do factual. Mas também é verdade que ninguém aguenta mais esta proteção e exposição diária, semanal, anual das coisas de Israel. Parece que o planeta está a pagar constantemente pelos horrores que os alemães cometeram contra o povo judeu de nacionalidades europeias na segunda guerra mundial. Enquanto isto países e questões tão ou mais importantes do que essa cobertura das atrocidades israelenses em Gaza contra inocentes palestinos deixam de ser noticiadas. Mas não é porque a Reuteus e a CNN não noticiam que as coisas não estejam acontecendo. A vida e as nações seguem seu destino apesar das vontades editoriais das agências de notícias.
Uma região que não recebe o mesmo tratamento notícioso está a passar por momentos delicados e recebe pouca atenção dos editores chefes da notícia internacional. Esta região é o cáucaso e as ações da Rússia.
Em novembro passado os russos invadiram a Geórgia, intimidaram presidentes de outros países que foram a Tbilissi manifestar apoio aos georgianos. Alguma coisa foi noticiada. No Brasil, por exemplo, os disparos contra o presidente polaco Lech Kaczyński passou em branco, porque coincidia com visita do presidente da Federação Russa Dymitr Miedwiedwiew ao Rio de Janeiro.
A EuroNews, uma televisão que está presente em quase todos os países europeus com notícias e edições em vários idiomas, colocou no ar uma longa entrevista com a líder das oposições na Geórgia. A deputada e ex-presidente do Parlamento da Geórgia, Nino Burjanadze, distanciou-se dos manifestantes contrários ao presidente Mikail Saakashvili.
Burdjanadze fundou recentemente o Movimento Democrático para uma Geórgia Unida, um movimento da ala direita moderada, inspirada em Margaret Thatcher. Segundo a georgiana a democracia em seu país ainda corre sérios riscos, "digamos que o nível de democracia do nosso país não é satisfatório. Claro que a Geórgia é um país mais democrático do que outras ex-repúblicas soviéticas. Não quero fazer comparações entre o nível da democracia na Geórgia com outros países ex-soviéticos. Quero compará-lo com o de países bálticos, com o da Polônia, República Tcheca e outros, que têm uma democracia sólida." Sobre o presidente Mikail, a deputada lembra que ele foi reeleito triunfalmente em maio de 2008 e que, "o presidente goza de uma popularidade ainda forte, apesar dos ataques da oposição. Aos olhos dos georgianos ainda é ele quem resiste à Rússia. A dificuldade para a oposição é: Como fazer cair o governo, sem fazer o jogo de Moscou". 
Burjanadze entende que o povo de seu país está unidos contra o que ela chama de agressão russa e, "as pessoas estão unidas e apoiaram o presidente quando a Rússia tentou mudar o regime, porque não cabia a Moscou decidir quem deve presidir ao nosso país. Só os georgianso devem decidir quem fala em seu nome. Isso não cabe decidir nem à Rússia nem a mais ninguém."
No caso da Abcásia e da Ossétia do Sul, Nino Burjanadze, acredita numa armadilha preparada por Moscou e Tbilissi não a soube evitar, "A Rússia criou todas as situações de provocação e era visível que queria provocar a Geórgia. Só fomos perceber, isto mais tarde, quando Vladimir Putin, presidente nesse momento, assinou a declaração de relações diretas com a Abcásia e a Ossétia do Sul, um documento completamente ilegal, claro. Era evidente que a Rússia queria provocar uma crise com a Abcásia mas, felizmente, pudemos evitar a crise naquele momento." 
Nino Burjanadze acusa a Rússia e crítica a ONU e outros países ao dizer que "A Rússia enviou o exército contra um país soberano, violando as fronteiras de um país soberano. Desprezou a soberania e integridade territoriais de um país membro das Nações Unidas. E ainda que a Rússia quisesse proteger os ossetas, ainda que a Rússia quisesse respeitar as suas obrigações enquanto força de manutenção de paz, poderia ter apelado à ONU, ela não tinha o direito de agir sozinha." E finalmente ela acredita que as agressões ao seu país, a tentativa de o desintegrar reconhecendo a independência de suas províncias Abcásia e a Ossétia do Sul, só vão ter um fim quando os russos respeitarem o que eles próprios assinam em fóruns internacionais, "Não penso que o isolamento total da Rússia produza resultados positivos, não sou favorável e não sou favorável à criação de uma nova Cortina de Ferro entre a Rússia e o resto do mundo. Mas é lógico, para ser totalmente honesta, que esperávamos uma reação mais forte e dura dos demais países, porque é evidente que a Rússia foi culpada ao organizar a agressão contra a Geórgia. É importante conseguir que a Rússia participe nas negociações internacionais e não bloqueie as discussões."

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Versos contra atrocidades

Os acontecimentos na Faixa de Gaza têm indignado os quatro cantos do mundo. Muitos se perguntam: como um povo que sofreu os horrores maiores da humanidade, passados sessenta anos da última catástrofe podem repetir as ações de seus algoses contra outro povo. Os descendentes daqueles que sofreram com os alemães e Hitler, estão fazendo o mesmo agora com os palestinos.
Há tempos venho tentando colocar no blog arquivos de som, com entrevistas, narrações, músicas, mas o serviço ainda não permite colocar diretamente som neste espaço para que seja ouvido. Mas existem outras formas e foi esta a que descobri, (clique no link do título da poesia para ouvir) . Como experiência desta primeira tentativa de apresentar áudio no blog aqui está meu protesto contra a matança de crianças e inocentes palestinos, com a declamação do poema "Versos Íntimos" do poeta Augusto dos Anjos,





Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Israel passou dos limites

O jornalista brasileiro Mário Augusto Jakobskind, descendente de polacos judeus, que sofreram os horrores alemães em solo da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial, publica nesta semana no site "Direto da Redação" de Eliakim Araújo e Leila Cordeiro, artigo onde se posiciona frontalmente com as atrocidades que o governo de Israel está cometendo contra os palestinos. Este é o artigo:

Crianças palestinas observam estragos causados por ataques à escola da ONU em Gaza. Foto: Reuters.

A barbárie que Israel vem cometendo na Faixa de Gaza precisa ter uma pronta resposta da comunidade internacional. A partir de agora, não bastam apenas notas oficiais que não produzem efeitos. Pressionado, Israel comprometeu-se a interromper os bombardeios por três horas diárias, para permitir a entrada de comboios com ajuda humanitária. Nem isso foi cumprido, segundo a própria ONU, que acusou os militares israelenses de atacarem um dos comboios resultando na morte de dois motoristas. Israel nega, mas já negou outras vezes violações dos direitos humanos contra palestinos.

E quais poderiam ser as respostas da comunidade internacional à barbárie israelense? O Mercosul firmou recentemente um acordo comercial com Israel, então por que não suspendê-lo? O governo da República Bolivariana da Venezuela expulsou os representantes diplomáticos e está rompendo as relações com Israel. O chanceler Celso Amorim está percorrendo a região oferecendo o Brasil como mediador entre palestinos e israelenses.

Cada governo com seu estilo. O que não é mais possível é o mundo assistir impassível o que está acontecendo. Na época do apartheid da então racista África do Sul, a comunidade internacional reagiu de forma concreta, sancionando o odioso regime e apressando o seu fim. A pá de cal foi a batalha de Cuito Canavale, quando angolanos e cubanos derrotaram um dos mais poderosos exércitos do mundo, o sul-africano.

Na verdade, mais de 60 anos depois do fim do pesadelo do III Reich, o Ocidente continua respaldando Israel em tudo, numa espécie de complexo de culpa pelo que aconteceu com os judeus naquele período. Certamente o que aconteceu não pode ser esquecido ou ignorado, como querem os revisionistas neonazistas da atualidade, mas daí a aceitar passivamente que os descendentes das vítimas do holocausto vistam a camisa do opressor nazista e repitam os crimes contra a humanidade, desta vez contra um povo sem pátria e vivendo em condições sub humanas, como os palestinos, vai uma grande diferença. Isso envergonha o gênero humano.

Antes que alguém conteste ou critique o jornalista, informo que o autor destas linhas teve familiares assassinados pela barbárie nazista e quer ficar bem com a sua consciência não silenciando diante da repetição de outras barbáries em cenários diferentes.

E nesta guerra desproporcional, civis são os que mais sofrem. O bombardeio israelense de escolas mantidas pela Organização das Nações Unidas em campos de refugiados palestinos de Gaza é, de fato, um crime contra a humanidade. Deve ser apurado com o máximo rigor. Representantes da ONU garantem que Israel tinha sido avisado sobre o perigo que acarretaria uma incursão naquela área e que por lá não havia combatentes do Hamas. Israel justificou o ataque sangrento afirmando que de lá partiam ataques de militantes do Hamas. Será que representantes da ONU fariam tão grave acusação se não tivessem certeza?

O cessar-fogo da ONU não resultou em nada. Israel e Hamas com seus foguetes artesanais ignoraram a resolução aprovada com a abstenção dos Estados Unidos.

Diante deste quadro tenebroso, uma comissão internacional deveria ser formada imediatamente para apurar o que acontece em Gaza. Os responsáveis por este crime contra a humanidade deveriam então ser submetidos a um tribunal internacional. Crimes contra a humanidade não investigados com rigor e mantidos impunes geram mais violência contra seres humanos.

Depois da II Guerra Mundial, os nazistas responsáveis por crimes contra a humanidade foram julgados no Tribunal de Nurenberg e devidamente condenados. Nos dias de hoje existe um Tribunal Penal Internacional para julgar violações dos direitos humanos e crimes de guerra.

O premier Ehud Olmert, a Ministra do Exterior, Tzipi Livni, o Ministro da Defesa Ehud Barak e demais integrantes do governo israelense que deram o sinal verde para os ataques desproporcionais devem responder pelos crimes que estão sendo cometidos contra os palestinos.




Mário Augusto Jakobskind é correspondente no Rio de Janeiro do semanário uruguaio "Brecha". Foi colaborador do "Pasquim", repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. É autor do livro, "Dossiê Tim Lopes".

Gás: nada para a Polônia

A machete principal do jornal Gazeta Wyborcza desta segunda-feira, 12 de janeiro de 2009, é: "Sobre o gás sem polacos". 
A reportagem fala sobre as negociações entre a Rússia-Ucrânia-República Tcheca e União Europeia. A Rússia teria vetado qualquer participação de representantes polacos na comissão da UE que negocia o gás russo e se encerre o conflito. Como se sabe o gasoduto russo para países como Alemanha, França e Itália, passam pela Ucrânia. Esta além de um preço menor ainda recebe pelo trânsito do gás em seu território. A Rússia de uma hora para outra resolveu aumentar o que cobra da Ucrânia, esta não tem como pagar o preço pedido. A Rússia então fechou o escoamento do gás e acusou a Ucrânia de roubar gás do gasoduto e estocar em armazéns subterrâneos da zona rural. A  Ucrânia nega. Mas depois de mais de uma semana de negociações teriam sido assinados protocolos de um acordo para regularizar a situação neste fim-de-semana.

Variação da temperatura é terrível

Para se ter uma idéia de como a temperatura nestes dias de inverno polaco mudam radicalmente durante o dia, o gráfico abaixo, mostra, para esta segunda-feira, dia 12 de janeiro de 2009, que em Cracóvia, às sete da manhã estava 15 graus negativos, sob para 4 negativos e vai variando ao logo do dia.