Depois de aparecer no cenário mundial, pós Idade Média como a grande República das duas Nações, juntamente com a Lituânia, a Polônia, em 1792, foi invadida e ocupada, teve seus filhos dizimados e sua cultura ultrajada por 127 anos por russos, austríacos e prussos (os atuais alemães). Tudo por que ousou naquele mundo monárquico e tirano, propor uma Constituição para sua República, em 3 de maio de 1791. A segunda constituição do mundo moderno e a primeira da Europa daqueles tempos de reis hereditários. Um absurdo e mau exemplo, diziam seus poderosos vizinhos. Má conduta, inclusive, por parte da nobreza polaca que se opunha a Constituição e buscou ajuda nos inimigos da Pátria polaca, conflagrando assim a Confederação Targowica.
Aquela República de 1453, que estendia seus domínios do mar Báltico ao mar Negro, que libertou a Europa do perigo turco-otomano, no cerco de Viena; que venceu e subjugou o Principado de Moscou, em 1612; que inspirou norte-americanos e franceses na criação de suas repúblicas, no século 18; tinha sobrevivido por mais de três séculos.
Mas penou e chorou muito, principalmente no século 19, ao ver seus filhos emigrarem aos milhões para outros cantos do planeta. Gente de pele, cabelos e olhos claros que viajaram muitas léguas marinhas para colonizar terras dos Estados Unidos e do Brasil.
Foi neste período de abandono forçado de sua terra, que muitos polacos lutaram pela volta da Polônia ao mapa dos Estados europeus. Entre eles, o pianista, Fryderyk Chopin, o poeta Adam Mickiewicz e até brasileiros como o ministro das relações exteriores Rui Barbosa, que não poupou elogios e clamores em prol de uma Polônia Independente. Já em 1907, como embaixador brasileiro na Conferência de Haia, Barbosa se declarava a favor da independência da Polônia. São do Águia de Haia, estas palavras na Conferência de Petrópolis, em 17 de março de 1917: “Os polacos eram um povo que havia conquistado as sympathias do mundo pelas injustiças políticas que, ha mais de um século, os governos autocratas da Russia, da Allemanha e da Austria faziam cair sobre a sua cabeça”.
O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a independência da Polônia de 11 de novembro de 1918 (também dia do fim da primeira guerra mundial), e em 1920, o estabelecimento de relações diplomáticas com a Segunda República da Polônia. O Sul loiro e de olhos azuis do Brasil foi também a primeira terra a receber uma representação diplomática da Polônia independente, em todo o mundo.
O Consulado Geral da Polônia, em Curitiba, a capital de todos os paranaenses, também neste 2010, assim como os dois países comemoram o estabelecimento de suas relações diplomáticas, está completando seus 90 anos de existência.
A contribuição daqueles imigrantes e seus descendentes ao Brasil é inegável e inquestionável. Foram os polacos que introduziram novas técnicas agrícolas no Brasil, que trouxeram o carroção com rodas de aros e puxados a cavalo, em substituição aos antigos carros de boi portugueses, que cobriram o Sul do país com casas de troncos e mais tarde, de tábuas e sarrafos de madeira (portugueses construíam suas casas de estuque – mistura de barro e bambus - italianos construíam com pedras, alemães com tijolos de barro e travessões de madeira). Foram os imigrantes polacos, tecelões da cidade de Łódź, que introduziram em Brusque, a indústria têxtil do Estado de Santa Catarina. Entre os fundadores da primeira universidade do Brasil, a Universidade do Paraná, estava o médico polaco Szymon Kossobudski, patrono do ensino da cirurgia no Paraná. Como também foi a filha de um imigrante polaco analfabeto, a primeira mulher a se graduar médica, numa universidade brasileira, a do Paraná. Foi também aquela gente trabalhadora que introduziu o cooperativismo no Brasil e foi o mesmo professor e agrônomo polaco Czesław Bieżanko, que trouxe dois quilos de soja da Polônia e plantou em Guarani das Missões-RS. Ele foi até condecorado com a medalha do Cruzeiro do Sul pelo presidente Castelo Branco por ter sido o introdutor da oleaginosa, que transformou o Brasil em maior produtor mundial. A comemoração da Páscoa, bem como o Natal, nunca mais foi a mesma, no Brasil, depois da chegada dos primeiros imigrantes da Polônia. O Brasil dos portugueses só comemorava o “dia de Santos Reis”. Foram judeus nascidos na Polônia, os primeiros a mostrar suas tradições mercantilistas que influenciaram tanto a economia, a indústria e as artes brasileiras. E nesta é preciso salientar a revolução ocorrida no teatro brasileiro pelo ator polaco Zbigniew Ziembinski, - o pai do moderno teatro brasileiro. Costumes, iguarias, música, dança, teatro, cultura. São tantas e ao mesmo tempo desconhecidas dos brasileiros, as contribuições polacas para o país dos trópicos. Como os Morozowicz na dança e na música. Como o “sonho”, na verdade, o “pączek” polaco que é saboreado do Oiapoque ao Chuí. Doce genuinamente polaco e que os desavisados portugueses chamam de bola de berlim. Até o “choro”, ritmo musical que deu origem ao samba bebeu nas fontes da “polca”, ritmo da Bohemia, quando esta fazia parte do território da República das duas Nações. A própria Chiquinha Gonzaga reconhecia isto. Como reconheceu o mestiço Paulo Leminski em suas letras, poemas e livros. Aos 90 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Polônia ainda são muitas as coisas a se revelarem à grande população brasileira. Coisas e fatos que unem estas nações não só em Curitiba e Sul do Brasil, mas no país inteiro.
Concerto em homenagem aos 200 anos de nascimento de Fryderyk Chopin
Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba e Música de Câmara
I Parte
Música de Câmara
Programa: Fryderyk Chopin - Trio em Sol menor, Op. 8
Piano - Jan Krzisztof Broja (Polônia), Violino - Alexander Trostiansky (Rússia), Violoncelo - Alexander Znachonak (Bielorrússia)
II Parte
Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba
Fryderyk Chopin Concerto nº 1, em Mi menor. Op. 11
Piano - Marian Sobula (Polônia)
Regência : Wagner Polistchuk (Brasil)
Data: 15 de janeiro Horário: 20h30 Local: Canal da Música
Ingresso : R$ 10 ou R$ 5 mais um quilo de alimento não perecível.
Os músicos convidados são verdadeiros mestres em seus instrumentos. Todos são reconhecidos mundialmente e fazem recitais em vários países. Alexander Trostiansky é professor do Conservatório de Moscou. Alexander Znachonak atualmente reside em Portugal, onde é professor e chefe de naipe da Orquestra Filarmônica de Beiras. Jan Broja tem uma agenda intensa de recitais pela Europa. Ele colaborou como consultor musical na produção do filme “O Pianista”, de Roman Polański. Marian Sobula também realiza apresentações em todo o mundo, com o intuito de promover a Polônia e sua cultura. A vinda dos pianistas Jan Krzysztof Broja e Marian Sobula recebe o apoio cultural do Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba.
Jan Krszysztof Broja pianista polaco
Marian Sobula pianista polaco
Aleksander Znachonak violoncelista Bielorusso
Aleksander Trostiansky violinista russo
Wagner Polistchuk regente brasileiro
Aquela República de 1453, que estendia seus domínios do mar Báltico ao mar Negro, que libertou a Europa do perigo turco-otomano, no cerco de Viena; que venceu e subjugou o Principado de Moscou, em 1612; que inspirou norte-americanos e franceses na criação de suas repúblicas, no século 18; tinha sobrevivido por mais de três séculos.
Mas penou e chorou muito, principalmente no século 19, ao ver seus filhos emigrarem aos milhões para outros cantos do planeta. Gente de pele, cabelos e olhos claros que viajaram muitas léguas marinhas para colonizar terras dos Estados Unidos e do Brasil.
Foi neste período de abandono forçado de sua terra, que muitos polacos lutaram pela volta da Polônia ao mapa dos Estados europeus. Entre eles, o pianista, Fryderyk Chopin, o poeta Adam Mickiewicz e até brasileiros como o ministro das relações exteriores Rui Barbosa, que não poupou elogios e clamores em prol de uma Polônia Independente. Já em 1907, como embaixador brasileiro na Conferência de Haia, Barbosa se declarava a favor da independência da Polônia. São do Águia de Haia, estas palavras na Conferência de Petrópolis, em 17 de março de 1917: “Os polacos eram um povo que havia conquistado as sympathias do mundo pelas injustiças políticas que, ha mais de um século, os governos autocratas da Russia, da Allemanha e da Austria faziam cair sobre a sua cabeça”.
O Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a independência da Polônia de 11 de novembro de 1918 (também dia do fim da primeira guerra mundial), e em 1920, o estabelecimento de relações diplomáticas com a Segunda República da Polônia. O Sul loiro e de olhos azuis do Brasil foi também a primeira terra a receber uma representação diplomática da Polônia independente, em todo o mundo.
O Consulado Geral da Polônia, em Curitiba, a capital de todos os paranaenses, também neste 2010, assim como os dois países comemoram o estabelecimento de suas relações diplomáticas, está completando seus 90 anos de existência.
A contribuição daqueles imigrantes e seus descendentes ao Brasil é inegável e inquestionável. Foram os polacos que introduziram novas técnicas agrícolas no Brasil, que trouxeram o carroção com rodas de aros e puxados a cavalo, em substituição aos antigos carros de boi portugueses, que cobriram o Sul do país com casas de troncos e mais tarde, de tábuas e sarrafos de madeira (portugueses construíam suas casas de estuque – mistura de barro e bambus - italianos construíam com pedras, alemães com tijolos de barro e travessões de madeira). Foram os imigrantes polacos, tecelões da cidade de Łódź, que introduziram em Brusque, a indústria têxtil do Estado de Santa Catarina. Entre os fundadores da primeira universidade do Brasil, a Universidade do Paraná, estava o médico polaco Szymon Kossobudski, patrono do ensino da cirurgia no Paraná. Como também foi a filha de um imigrante polaco analfabeto, a primeira mulher a se graduar médica, numa universidade brasileira, a do Paraná. Foi também aquela gente trabalhadora que introduziu o cooperativismo no Brasil e foi o mesmo professor e agrônomo polaco Czesław Bieżanko, que trouxe dois quilos de soja da Polônia e plantou em Guarani das Missões-RS. Ele foi até condecorado com a medalha do Cruzeiro do Sul pelo presidente Castelo Branco por ter sido o introdutor da oleaginosa, que transformou o Brasil em maior produtor mundial. A comemoração da Páscoa, bem como o Natal, nunca mais foi a mesma, no Brasil, depois da chegada dos primeiros imigrantes da Polônia. O Brasil dos portugueses só comemorava o “dia de Santos Reis”. Foram judeus nascidos na Polônia, os primeiros a mostrar suas tradições mercantilistas que influenciaram tanto a economia, a indústria e as artes brasileiras. E nesta é preciso salientar a revolução ocorrida no teatro brasileiro pelo ator polaco Zbigniew Ziembinski, - o pai do moderno teatro brasileiro. Costumes, iguarias, música, dança, teatro, cultura. São tantas e ao mesmo tempo desconhecidas dos brasileiros, as contribuições polacas para o país dos trópicos. Como os Morozowicz na dança e na música. Como o “sonho”, na verdade, o “pączek” polaco que é saboreado do Oiapoque ao Chuí. Doce genuinamente polaco e que os desavisados portugueses chamam de bola de berlim. Até o “choro”, ritmo musical que deu origem ao samba bebeu nas fontes da “polca”, ritmo da Bohemia, quando esta fazia parte do território da República das duas Nações. A própria Chiquinha Gonzaga reconhecia isto. Como reconheceu o mestiço Paulo Leminski em suas letras, poemas e livros. Aos 90 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Polônia ainda são muitas as coisas a se revelarem à grande população brasileira. Coisas e fatos que unem estas nações não só em Curitiba e Sul do Brasil, mas no país inteiro.
Concerto em homenagem aos 200 anos de nascimento de Fryderyk Chopin
Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba e Música de Câmara
I Parte
Música de Câmara
Programa: Fryderyk Chopin - Trio em Sol menor, Op. 8
Piano - Jan Krzisztof Broja (Polônia), Violino - Alexander Trostiansky (Rússia), Violoncelo - Alexander Znachonak (Bielorrússia)
II Parte
Orquestra de Câmara da Cidade de Curitiba
Fryderyk Chopin Concerto nº 1, em Mi menor. Op. 11
Piano - Marian Sobula (Polônia)
Regência : Wagner Polistchuk (Brasil)
Data: 15 de janeiro Horário: 20h30 Local: Canal da Música
Ingresso : R$ 10 ou R$ 5 mais um quilo de alimento não perecível.
Os músicos convidados são verdadeiros mestres em seus instrumentos. Todos são reconhecidos mundialmente e fazem recitais em vários países. Alexander Trostiansky é professor do Conservatório de Moscou. Alexander Znachonak atualmente reside em Portugal, onde é professor e chefe de naipe da Orquestra Filarmônica de Beiras. Jan Broja tem uma agenda intensa de recitais pela Europa. Ele colaborou como consultor musical na produção do filme “O Pianista”, de Roman Polański. Marian Sobula também realiza apresentações em todo o mundo, com o intuito de promover a Polônia e sua cultura. A vinda dos pianistas Jan Krzysztof Broja e Marian Sobula recebe o apoio cultural do Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba.
Jan Krszysztof Broja pianista polaco
Marian Sobula pianista polaco
Aleksander Znachonak violoncelista Bielorusso
Aleksander Trostiansky violinista russo
Wagner Polistchuk regente brasileiro