Destino destes imigrantes polacos da Irlanda: literalmente a rua.
Finalmente se reconhece que a crise econômica mundial chegou a Polônia. O jornal Gazeta Wyborcza, um dos mais importantes do país, traz em sua primeira página reportagem com o título: A crise começou.
Segundo análise do jornal, "pode-se dizer oficialmente que a crise já está na Polônia. O desemprego avança mais rapidamente do que há quatro anos. Não se vislumbra uma chance para os empregadores resolverem a questão, me proteger os postos de trabalho."
O número de desempregados em dezembro último registrou 76 mil pessoas, segundo dados do Ministério do Trabalho e Política Social. Desde o início do ano os departamentos regionais do ministério têm registrado uma média de 170 a 200 pessoas procurando pelo seguro desemprego.
Maja Goettig, economista do banco BPH, estima que no final de 2010 o número de desempregados poderá chegar a 2 milhões e 200 polacos, ou seja, 700 mil acima dos dados atuais. Empresas como Telekomunikacja Polska SA em todo país já despediu 2300 pessoas, o banco PKO BP 1722 pessoas. Em Wrocław (Sudoeste), o centro automobilístico do país, a empresa produtora de geladerias e máquinas de lavar roupa Whirlpool anunciou que pretende despedir 400 trabalhadores. Em Krośno (Sudeste), a termoelétrica quer liberar 800 pessoas.
Enquanto o desemprego atinge as pessoas que trabalham na Polônia, prefeitos de 12 cidades polacas vão em missão especial a Grã-Bretanha pedir aos polacos emigrantes que voltem para casa, pois aqui lhes será concedido uma série de benefícios e empregos.
Por sua vez, o milagre irlandês parece ter chegado ao fim. Os polacos da construção civil naquele país estão sendo demitidos. Segundo estimativas não oficiais, mil deles já perderam o emprego. O jornal "Irish Independent" informou que o desemprego espera por 65 mil a 279 mil pedreiros e carpinteiros. O desemprego não escolhe entre um operário desqualificado nem um arquiteto...todos têm como destino o "olho da rua".